A Mitsubishi vai passar por mudanças importantes nos próximos anos. Depois de anunciar o fim da produção do icônico Pajero Full em 2021 e a saída de alguns mercados na Europa, a fabricante revelou o plano “Small, but beautiful” (“pequena, mas linda”) para os próximos anos.
O novo plano de negócios direciona as atividades da marca para o sudeste asiático, onde é mais rentável. Também vai focar no desenvolvimento de carros híbridos e modelos com tração integral, não necessariamente SUVs.
Recentemente, a fabricante suspendeu o lançamento de novos modelos na Europa, com o objetivo de reduzir em 20% os gastos nos próximos dois anos.
O congelamento dos lançamentos, no entanto, só deverá acentuar o envelhecimento da gama, bem como sua não conformidade com as regras mais rígidas anti-poluição no continente. A estratégia arriscada poderá forçar a marca a sair por completo da Europa em breve.
A marca deverá, também, ter mais modelos com tecnologias compartilhadas com o grupo Renault-Nissan, da qual também faz parte. Da aliança deverão vir modelos elétricos e com tecnologia semi-autônoma, algo que a marca ainda carece em seu portfólio.
Um desses modelos deverá ser um novo kei-car para o mercado japonês. O carrinho será desenvolvido em parceria com a Nissan. No caso do kei-car, o know-how maior é da Mitsubishi.
O Eclipse Cross ganhará uma versão híbrida plug-in no mercado asiático ainda em 2020. No ano que vem, aparecerá um novo Outlander e um modelo elétrico específico para o mercado chinês.
Depois, em 2021, virá uma nova L200 Triton, que será a terceira “irmã” de Nissan Frontier e Renault Alaskan. Com a saída da Mercedes-Benz do projeto da picape, a Mitsubishi poderá ajudar a custear o projeto da picape conjunta da Aliança.
No mercado americano, onde a marca tem presença cada vez menor, os SUVs existentes deverão passar por melhorias sutis. O Outlander deverá ganhar uma versão híbrida renovada, e Outlander Sport ganhará mais equipamentos.
Por aqui, a operação da marca é um tanto independente da Mitsubishi global. A marca é tocada pelo grupo Souza Ramos, que produz localmente modelos como o ASX e a picape L200.
A marca passa por um momento decisivo em sua história. A fabricante faz parte da Aliança Renault-Nissan desde 2016, um período particularmente conturbado para o grupo. A Nissan comprou 34% da Mitsubishi na época, e a tornou parte do grupo sob a tutela de Carlos Ghosn.
No entanto, apenas dois anos depois a Nissan se veria em meio a um dos maiores escândalos da indústria automotiva moderna, com a deposição de Ghosn. A crise na Nissan acabou afetando os planos para a Mitsubishi e complicando ainda mais a situação da marca.
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