Irã poderá ter Renault Kwid nacional e com cara de ‘mini-Renegade’
As duas maiores fabricantes do Irã, IKCO e Saipa, tentam nacionalizar suas próprias versões do Renault Kwid após sanções econômicas
A indústria automotiva do Irã sobrevive de forma curiosa. As duas fabricantes locais, IKCO (Iran Khodro) e Saipa, dominam as vendas e sobrevivem há décadas produzindo projetos antigos de fabricantes sul-coreanas, chinesas e, principalmente, franceses.
Basta lembrar que a IKCO ainda fabrica o mesmo Peugeot 405 que saiu de linha na Europa em 1997 e a Saipa retomou a produção da primeira geração do Renault Logan. Agora, as duas fabricantes estão unidas para tentar fabricar o Renault Kwid no Irã.
Sim, tentar. A Renault pretendia fabricar o Kwid no Irã, mas abandonou o projeto no meio do caminho devido às sanções impostas ao país. Agora os iranianos estão concluindo a localização por conta própria. Tanto a IKCO quanto a Saipa já mostraram propostas de como serão suas respectivas versões do Kwid.
A Iran Khodro ainda não definiu um nome, chama o subcompacto de IKCO K112. Seu protótipo foi apresentado em estágio mais avançado, com carroceria real e maquete do interior. Sua frente é completamente diferente do Renault, com a grade com um dente na base, faróis em duas peças e para-choques e lanternas exclusivos.
O painel, ainda abrutalhado, preservou as saídas de ar redondas nas laterais e o volante, mas é diferente a ponto de os comandos dos vidros elétricos ficarem ao lado da alavanca do câmbio.
O projeto da Saipa, porém, foi apresentado ainda com um mocape bastante rústico. Mas o mais surpreendente é a inspiração no Jeep Renegade na dianteira, com capô mais alto, faróis redondos envolvidos pela moldura da grade e até o para-choque inspirado no SUV. Difícil é dizer de onde veio a inspiração para as lanternas redondas.
Pelo menos o protótipo deixa claro que os designers da Saipa não pretendem modificar a carroceria em si, que terá as linhas das portas e teto preservados. Pode ser uma forma de facilitar o compartilhamento de peças com a IKCO.
A iniciativa das duas fabricantes iranianas também inclui nacionalizar o motor três cilindros 1.0 a gasolina, mas com potência entre 70 e 75 cv, combinado ao câmbio manual de cinco marchas.
Ainda não há data de lançamento definida, mas a IKCO anunciou que exportará seus carros para a Rússia (que também sofre sanções, por conta da Guerra da Ucrânia) a partir do final de 2023 e o IKCO K112 está entre os modelos que serão exportados.