O CEO da Ford, Jim Farley, afirmou recentemente, em entrevista ao site Autocar, não ter certeza se os veículos elétricos serão a única e mais viável opção para o futuro, e que está aberto para outras soluções, como combustíveis sintéticos. De carona nesta afirmação, Farley também garantiu que, enquanto puderem, não haverá um Mustang elétrico.
Recentemente, Farley esteve presente no Reino Unido para participar da participar da 81º Reunião de Membros de Goodwood. Por lá, o executivo correu com o clássico Mustang 298 V8 na Ken Miles Cup, realizada para comemorar os 60 anos do icônico modelo da Ford.
Mas, ainda durante o evento, o executivo conversou com a Autocar sobre o futuro do muscle car. Questionado sobre o assunto, o executivo afirmou que há um projeto para expansão na linha de Mustang, e o recém-lançado GTD é apenas o início disso. “A Ford nunca fará um Mustang que não seja um Mustang”, ele disse.
Essa declaração nos confirma que a produção do Mustang a combustão continuará no futuro. E, praticamente, coloca em declínio a ideia de produção de um modelo elétrico – mesmo que o emblema Mustang já tenha sido usado para o SUV elétrico Mach-E.
Essa decisão é totalmente contrária ao que a Dodge ou a Chevrolet estão fazendo. A recente geração do Charger já possui motorização elétrica e é bem provável que a GM transforme o Camaro em elétrico em um futuro próximo – embora ele não seja exatamente igual ao que conhecemos até agora.
Farley ainda afirma que, mesmo que alguém de dentro da Ford quisesse fabricar um Mustang elétrico, ele tem certeza que o presidente-executivo da marca, Bill Ford, bisneto de Henry Ford, não deixaria isso acontecer.
“Ele é dono do Mustang 1964½ que acompanhou Jim Clark no início das 500 Milhas de Indianápolis de 1964; ele era uma criança sentada no banco de trás com o pai dirigindo. Se eu lhe dissesse que estávamos olhando para um Mustang cupê totalmente elétrico, ele me diria que estava olhando para um novo CEO”, disse.
Também foi questionado em como será possível fazer isso acontecer, já que até 2035, por conta de regras de emissões mais rígidas, grande parte do mundo será totalmente elétrica. Para ele, a solução talvez seja o hidrogênio ou até os novos combustíveis sustentáveis.
“Sempre que alguém começa a me dizer que conhece o futuro, ouço uma campainha de alerta na minha cabeça. Não há certezas em nosso setor. Já ouvi isso milhares de vezes: todo carro vai virar elétrico, todo carro vai virar hidrogênio, todo carro vai virar diesel. Houve muitos becos sem saída”, apontou.
Ao que tudo indica, a Ford não tomará nenhuma medida precipitada e fará de tudo para que os motores a combustão sejam preservados, em especial os Mustang. “A maioria dos nossos padrões de emissões reduzidas são alcançados pelas frotas, por isso acredito ainda podemos vender alguns carros especiais se o negócio de frotas for forte”, afirmou o executivo.