A nova geração do Nissan Versa foi apresentada em abril, no Salão de Nova York, mas já está no Brasil.
O sedã compacto, que adotou visual atraente e cresceu em quase todas as dimensões, iniciou sua temporada de testes no país, como revela o flagrante exclusivo recebido por QUATRO RODAS, o primeiro do modelo no país.
O novo Versa será importado do México em versão única a partir do segundo trimestre de 2020. Isso não representa o fim da geração anterior, que continuará em produção na fábrica da marca em Resende (RJ) por mais alguns anos.
Para evitar confusões, o antigo Versa será rebatizado de V-Drive para seguir à venda como sedã de entrada da marca.
O mesmo aconteceu no México, onde o V-Drive tem preço inicial de 189.700 pesos (cerca de R$ 39.500) e assume a lacuna deixada pelo Nissan Tsuru, segunda geração do Sentra que saiu de linha em 2017 após mais de 25 anos entre os carros mais vendidos do país.
As dimensões também ajudam a separar as duas gerações.
O novo Versa mantém os 4,49 m de comprimento, mas está 4,5 cm mais largo (1,74 m de largura), 3 cm mais baixo (1,47 m de altura) e tem entre-eixos 2 cm mais longo (totalizando 2,62 m, 1 cm a mais que o Kicks). Já a capacidade do porta-malas passou de 460 para 482 litros.
A unidade fotografada é da versão vendida no México como Exclusive.
Tem controle de estabilidade, seis airbags, ar-condicionado automático, partida sem chave, acabamento tipo couro nos bancos, console central e nas portas, central multimídia com Android Auto e Carplay, sensor de estacionamento, rodas aro 17, faróis com luzes diurnas de leds integradas e quadro de instrumentos parcialmente digital (como o do SUV Kicks).
O que fica de fora na comparação com a versão topo de linha Platinum são equipamentos de segurança como o alerta de colisão frontal com frenagem autônoma de emergência, monitor de pontos cegos, alerta de tráfego cruzado e câmeras para visão 360°.
Alguns dos futuros concorrentes têm equipamentos semelhantes. O novo Chevrolet Onix Plus traz alerta de colisão e monitor de pontos cegos em sua versão mais cara, enquanto o Hyundai HB20S tem frenagem autônoma de emergência.
Entre os Nissan, o Kicks nacional só tem visão 360° e alerta de colisão em sua versão mais cara, de R$ 105.190.
Por sinal, o interior do novo Versa é praticamente igual ao do Kicks, com direito a faixa central com material de toque macio costurado. A diferença está apenas na forma como as saídas de ar centrais se integram com a cobertura do quadro de instrumentos.
O motor 1.6 16V é praticamente o mesmo, mas foi atualizado para gerar 117 cv (ante os 114 cv do Kicks e os 111 cv do atual Versa) e 15,2 mkgf.
Já o câmbio CVT agora tem modo Sport, mas segue sem oferecer trocas sequenciais simuladas. A autonomia segue limitada pelo tanque de 41 litros.
Com este pacote, o novo Nissan Versa ocuparia a lacuna entre o antigo (que hoje tem preços entre R$ 52.090 e R$ 72.190 e vai bem nas vendas diretas e exportações) e o sedã médio Sentra (que parte de R$ 87.990).
O novo Versa é baseado na plataforma V, comum a todos os modelos compactos da Nissan, o que viabilizaria sua produção no Brasil. Mas a Nissan diz que isso não está em seus planos.
Um dos motivos é que a fábrica de Resende estará focada na produção do Kicks (o maior sucesso de vendas da Nissan em anos, e que deverá passar pela primeira reestilização até o final de 2020) e nos preparativos para o lançamento da nova geração do March.
Esta nova geração do hatch compacto será responsável por declarar a independência entre o March vendido nas Américas e o Nissan Micra vendido na Europa e no Japão.
Terá identidade própria e estrutura e pacote de equipamentos adequados às exigências locais.