Este Fusca está à venda por quase R$ 1,6 milhão. Por que vale tanto?
Raro modelo 1.2 com sistema elétrico de 6 volts rodou apenas 22 milhas, o equivalente a 35,4 quilômetros, durante 56 anos de vida
No mercado de carros clássicos, quanto mais raro é um veículo, maior é seu valor na hora da negociação. No entanto, um Volkswagen Fusca tem chamado atenção nos Estados Unidos.
O veículo de 1964 está a venda por nada mais, nada menos, que US$ 290.000 (cerca de R$ 1,6 milhão), no site da Hemmings.
Diferentemente dos usados e seminovos, o valor de um veículo antigo não é baseado na tabela média de preços, mas em seu estado conservação e originalidade.
E os dois fatores citados acima são as principais características deste exemplar.
No mesmo ano em que foi fabricado, o Fusquinha 64 foi comprado por Rudy Zvarich na concessionária de Gilbert e Seibel, localizada em Vancouver, Washington (EUA).
Naquela época, o colecionador de veículos buscava um Fusca reserva para seu modelo de 1957, caso apresentasse algum problema e precisasse ser substituído.
Mas, ao que parece, o veículo de 1957 nunca deu um problema sequer, já que o hodômetro do modelo de 1964 marca apenas 22 milhas rodadas (equivalente a 35,4 quilômetros).
O Fusca ficou guardado e bem protegido durante todo esse tempo, sem receber nenhuma alteração em suas características originais. Foi colocado à venda pelo sobrinho de Zvarich após sua morte, em 2014.
A pedida do herdeiro assusta mas, de acordo com o ex-presidente do Fusca Clube do Brasil, Alexander Gromow, os valores do Fusca no mercado norte-americano são um tanto “peculiares”.
Além disso, ele afirma que “não seria correto comparar o valor deste carro com o valor de um 1964, alemão, vendido para os EUA, e malhado todos esses anos. Este é um caso especialíssimo.”
A fala do especialista se dá pelas características e particularidades que envolvem o veículo. A carroceria, por exemplo, nunca foi lavada. Já o acabamento interno parece ter sido fabricado há pouco tempo.
As calotas, limpadores de para-brisa e retrovisor originais, ainda embalados na caixa, de fábrica, provam que o veículo não viu a luz do sol durante todo esse tempo.
Além disso, sua bateria original nunca foi instalada e acompanha o veículo – no dia em que foi retirado da concessionária, Zvarich havia levado uma outra bateria para dar partida no Fusca.
Outra raridade é o seu motor traseiro de quatro-cilindros contrapostos de 1,2 litro, que gera 36 cv e 7,7 kgfm de torque, e seu sistema elétrico 6 volts.
Para Gromow, o valor do Fusca também se justifica por ser considerado o modelo mais antigo nas condições de zero-quilômetro, e deveria ser destinado a algum museu.
“Este é um Fusca 1964 zero-quilômetro. O seu valor é por ser considerado o Fusca mais antigo nestas condições. Certamente é um carro para um museu e não para uso, mesmo porque seria necessária uma restauração com troca de diversos itens que devem ter ressecado e estragado pela inatividade”, afirmou.
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