Empresa faz carro fúnebre de luxo para animais (e pessoas)
Projeto feito sobre um Mini Cooper One foi executado pela Procópio, que modifica Corolla e até Mercedes-Benz C 180
Despedir-se de um animal de estimação é um momento doloroso de nossas vidas. Uma empresa especializada na produção de carros funerários enxergou uma chance de explorar este nicho de uma forma inusitada.
Assim nasceu o primeiro veículo fúnebre concebido exclusivamente para transportar cães e gatos.
Baseado em um Mini Cooper One, o veículo não passou por modificações radicais em sua estrutura, como alongamento da distância entre eixos – adaptação recorrente em carros funerários para pessoas.
A parte traseira, no entanto, foi refeita para receber o mesmo acabamento aplicado nos projetos convencionais. O banco traseiro foi removido, a laterais internas do veículo foram forradas de couro, o assoalho ganhou uma mesa de inox e há espaço para acomodar uma cama para animais.
O projeto insólito foi executado pela Procópio, empresa especializada em veículos modificados. Fundada em 1964, ela já transformou camionetes no auge das picapes de cabine dupla, por volta dos anos 80 e começo dos anos 90.
Hoje, a empresa atua nos segmentos de vans executivas e limousines. Mas são os carros funerários que chamam atenção.
Tudo começou em 2008 com uma Chrysler 300C Touring adaptada (acima). A perua foi alongada em 1,80 metro e ganhou 540 quilos por conta das adaptações.
Outras alterações foram realizadas, incluindo a instalação de uma suspensão a ar e rodas cromadas de 22 polegadas.
Desde então, a empresa de Cianorte (PR) adaptou outros modelos incomuns para uso funerário, incluindo Cadillac Escalade e Chrysler Town & Country (veja abaixo).
Atualmente, a Carros Funerários Procópio oferece sete modelos funerários de vários tamanhos e preços – inclusive modelos de luxo, seguindo uma tendência existente na Europa há décadas.
Os projetos realizados sobre picapes leves (Saveiro e Montana) são as opções mais acessíveis (e procuradas) por dispensarem adaptações complexas – apenas a caçamba é alongada para abrigar os caixões.
Há duas variações realizadas sobre a Chevrolet S10 (cabine simples e dupla), incluindo a exótica “capota Evoque”, assim batizada devido ao formato das janelas traseiras. Um exemplar da picape funerária em sua versão “limousine” , inclusive, é utilizado pela Prefeitura de São Paulo. Devido ao amplo espaço interno, a Mercedes-Benz Vito é o único modelo que praticamente dispensa adaptações, recebendo apenas luzes estroboscópicas e apliques cromados pela carroceria.
As criações mais vistosas, no entanto, nasceram a partir de sedãs. O Toyota Corolla perdeu o banco traseiro e ganhou uma carroceria de fibra de vidro e um rack no teto para transportar coroas de flores. O serviço de transformação chama bastante atenção pela qualidade da execução: praticamente não se vê emendas nas imagens.
A adaptação, aliás, é totalmente reversível, podendo ser removida caso o proprietário queira vender o carro.
Um ponto positivo é que as adaptações podem ser revertidas facilmente se assim o proprietário desejar, até porque nem a distância entre-eixos foi modificada pela Procópio – algo que não aconteceu com a clássica Mercedes-Benz C 180.
O modelo da prestigiada marca alemã foi alongado em 1,80 metro, aproximando-se dos 6,5 metros de comprimento total. Se o resultado final pode não ter ficado tão agradável de se ver, o ponto positivo é que o banco traseiro foi mantido, permitindo que quatro pessoas acompanhem o motorista. A empresa, no entanto, já desenvolveu uma versão preservando a distância entre eixos de 2,84 metros.
Mas não pense que as adaptações são baratas. O custo das alterações varia de R$ 20 mil a R$ 200 mil, sempre excluindo o valor do veículo. A transformação realizada sobre um Corolla é estimada em R$ 69 mil.
Por incluir alterações mais complexas (como o alongamento da distância entre eixos), o valor da C180 atinge caros R$ 200 mil. Já a transformação realizada no Mini Cooper One saiu mais em conta: R$ 25 mil.
“Nossa clientela de vans e limousines é muito variada. Há desde jogadores de futebol e cantores a políticos. No caso dos carros fúnebres, vendemos para funerárias dispostas a oferecer um serviço diferente para se destacar da concorrência”, afirma Kennedy Bacarin, proprietário da Procópio Limousines e da Carros Funerários Procópio.
Outros projetos estão em fase final de desenvolvimento, incluindo uma versão funerária da Fiat Toro – com opções de carroceria normal e alongada.
A expectativa de Bacarin é que a chegada deste novo projeto ajude a manter o bom ritmo de encomendas, estimado entre 40 a 50 adaptações por ano.