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Doze carros atuais com características bem antigas

Nem sempre carros com projetos modernos abandonam tecnologias que já foram aposentadas pela concorrência

Por Henrique Rodriguez
Atualizado em 23 nov 2016, 21h43 - Publicado em 23 set 2016, 18h12
Toyota Corolla
O eterno relógio digital do Corolla não tem data para se aposentar ()

Se você reparar, no início deste século não se imaginava – pelo menos no Brasil – ver carros de entrada sendo vendidos com direção assistida e ar-condicionado de série, tampouco com airbags e freios ABS.

As exigências mudaram e de certa forma se padronizaram. Alguns modelos inclusive apostam no design retrô como diferencial. Outros preferem lembrar do passado mantendo equipamentos ou tecnologias que já tiveram seu tempo. 

Kicks com freio a tambor

nissan kicks
Preto, o tambor de freio se esconde atrás da roda do Nissan Kicks (Divulgação)

Freio a tambor não é ruim para um carro de atléticos 1.142 kg, mas é pouco para um modelo com preço tabelado em R$ 89.990. No Honda Fit, houve uma involução: ele perdeu os freios a disco na traseira na geração atual – mas também é leve: tem 1.060 kg.

Embora seja mais barato (de ter e manter) e exija menos manutenção, o sistema de freio a tambor não passa tanta precisão de frenagem ao motorista, e tem dissipação de calor menos eficiente do que um sistema a disco.

A consequência disso é o fading, perda de desempenho em situações como a descida de uma serra – principalmente em automáticos que não contam com freo motor tão eficiente quanto um manual com marcha baixa engatada.

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Limpadores convencionais no Honda HR-V

HR-V
Mesmo que passe dos R$ 100 mil, Honda HR-V tem limpadores convencionais ()

Vale tudo para melhorar a aerodinâmica de um carro, até mesmo utilizar limpadores de para-brisas aerodinâmicos, como os flat blade (ou aerowisher), que trocam mecanismos de metal por uma lâmina com efeito mola revestida de silicone.

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É algo que já está presente na grande maioria dos carros, mas que nenhum Honda HR-V (nem mesmo o EXL, de 101.400) tem. Até hoje o HR-V oferece limpadores convencionais – como os do Fusca. Enquanto isso, populares como Gol, Uno, Palio e Onix já saem de fábrica com esse tipo de limpador.

 

Rádio com tela de cristal líquido

Ford Fiesta Ecoboost 1.0
Sistema Sync 2 já deu o que tinha que dar ()

Renault Sandero, Chevrolet Onix, Citroen C3, Peugeot 208, Fiat Uno, VW Fox… Todos eles têm uma tela colorida sensível ao toque pelo menos como opcional. O Ford Fiesta, cujos preços variam entre R$ 48.990 e R$ 71.990, por sua vez, não tem. O EcoSport, que custa até mais caro, também não.

Tudo que há é o sistema SYNC 2, com tela de LCD simples e pequena exibindo informações de músicas e de alguns apps compatíveis. Apesar da cor azul de fundo, lembra as telinhas que se via no console dos velhos Renault Megane e Chevrolet Astra da década passada.

 

Oroch e Etios com 4 marchas

Renault Duster Oroch
Duster Oroch ganhou câmbio automático de quatro marchas em pleno 2016 ()

Ao longo dos 15 anos que tem de Brasil, o câmbio automático AL4 usado pela Renault e pela PSA conseguiu deixar de ser ruim e problemático e se tornar mais robusto e eficiente dentro dos padrões de um câmbio de quatro marchas.

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Porém, isso aconteceu enquanto os câmbios de quatro marchas tornavam-se cada vez mais ultrapassados. Ainda assim, a Renault Oroch estreou esse câmbio este ano e o Toyota Etios voltou a usar o de quatro marchas do velho Corolla.

 

Corolla com reloginho

VW Jetta x Toyota Corolla
Não tem como não lembrar do Del Rëy com este relógio do Corolla ()

Você pode ver a hora no quadro de instrumentos, no rádio ou central multimídia ou até no celular que estiver usando com o Waze ou Google Maps. Mesmo assim a Toyota insistiu em colocar um reloginho do lado das saídas de ar centrais. Com iluminação azul. E botões de ajuste ao lado. Como era no Ford Del Rëy.

Coisa de público-alvo, provavelmente. E não causaria maiores comoções, não fosse o fato de o Corolla vendido no Brasil ainda hoje não possuir controles de estabilidade e tração. Ou seja: você pode até bater, mas não vai perder a hora.

 

Pinos da trava de porta no HB20

Lateral da porta do HB20 modelo 2012 da Hyundai
HB20 ainda tem pinos de trava nas portas ()

Foi-se o tempo em que travas elétricas e o travamento automático das portas ao andar com o carro eram itens de luxo. Mesmo assim, o Hyundai HB20 ainda tem o velho pino de destravamento no topo do painel de porta – sim, aquele que você precisa se contorcer para destravar.

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Mais curioso é que, no caso do HB20, trata-se de uma redundância, pois a trava elétrica está ali junto com os comandos dos vidros elétricos.

 

Iluminação na cor ambar no Onix Joy e no Honda Fit DX

Chevrolet Onix Joy
Instrumentos com iluminação âmbar do Onix Joy lembram os velho Astra ()

Até pouco mais de 20 anos atrás a iluminação dos instrumentos e do painel era invariavelmente feita por lâmpadas incandescente, com espectro verde ou âmbar (um tom de amarelo puxado para o laranja). Hoje esta iluminação é feita com leds, mais duráveis e eficientes.

Mesmo assim, as versões mais baratas de Chevrolet Onix e Honda Fit usam leds âmbar para de diferenciar das versões mais completas, com luz azul ou branca. O resultado não é necessariamente ruim, mas dá uma sensação retrô desnecessária.

 

Toro, Mobi e Renegade com tanquinho

Fiat Toro Flex - motor
Com tampa vermelha, tanquinho de partida a frio continua nos Fiat ()

A única evolução dos carros flex nos últimos 14 anos foi, basicamente, a troca do tanquinho de partida a frio por um sistema que pré-aquece o etanol antes de dar a partida, estreada pelo Polo E-Flex em 2009. Para os carros da FCA, porém, esta tecnologia só foi estreada neste mês pelo Uno 2017. Toro, Mobi e Renegade são bem recentes, mas ainda têm tanquinho.

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C180 sem sensor de ré

Mercedes-Benz-C180-2015 (9)
Uma bela traseira, mas sem nenhum sensor de auxílio para estacionar ()

Sensor de ré não é algo tão antigo, mas já frequenta a lista de equipamentos de série de muitos compactos. Mas isso não é algo que impeça o Mercedes C180 de abrir mão de qualquer tipo de auxílio para estacionar, sejam sensores ou ciameras de ré. Paga-se R$ 148.900 para fazer baliza na raça.

 

Freemont precisa de chave para abrir tanque

Fiat Freemont
Para abrir o bocal do Freemont, é preciso destacar a lâmina da chave presencial ()

O Fiat Freemont, bem como o gêmeo Dodge Journey, não frequentam a lista de carros mais econômicos. Abastecê-los, porém, demanda um esforço extra. Você não solta as travas do carro ou libera o bocal por um botão: o tanque precisa de chave para abrir.

Isso não seria um grande problema se a chave não fosse presencial. Em outras palavras, você precisa encontrar a chave no bolso, destacar a lâmina que abre o bocal e entregá-la ao frentista.

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Toro SOHC

cabeçote motor e.torq
Cabeçote SOHC do motor 1.8 E.TorQ, com um único comando para todas as válvulas ()

Em termos de design e chassi a Fiat Toro, lançada no início deste ano, é muito moderna. Mas o motor 1.8 E.torQ flex é um ponto fora da curva: ele tem bloco de ferro e é um dos poucos motores SOHC 16V. Assim como os 1.8 e 2.0 da Honda, tem um único comando de válvulas, quando o normal é ter um comando para válvulas de admissão e outro para escape. Sendo assim, é impossível ter comando de válvula variável independente para as válvulas de admissão e escape.

 

Solda no novo Civic

solda no honda civic 2017
Solda epoxi aparente e sem acabamento nas portas do Honda Civic 2017 ()

A indústria conseguiu esconder grande parte dos parafusos em seus carros. Mas quando parecia que as soldas aparentes também haviam desaparecido, surgiu a décima geração do Honda Civic, com soldas elétricas e sobras de massa epoxi aparentementes nas portas e porta-malas. Isso com preços entre R$ 88 mil e R$ 125 mil.

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