China contra-ataca e prepara tarifas para carros europeus a combustão
Como resposta contra a barreira tarifária imposta sobre os seus elétricos, governo chinês quer aumentar a alíquota para carros com motores acima de 2,5 litros
A guerra comercial entre China e União Europeia ganha um novo capítulo e, desta vez, é o país asiático que está no ataque. O Ministério do Comércio se reuniu com fabricantes e associações da indústria para discutir um aumento nos impostos para carros a gasolina com motores de alta cilindrada, como resposta ao aumento de impostos sobre os carros elétricos chineses na Europa.
Segundo o Automotive News Europe, a China quer penalizar os carros europeus importados que tiverem um motor 2.5 ou maior. Isto atingirá em cheio as marcas premium, principalmente as alemãs, que são as que mais exportam veículos a combustão para o país asiático.
Dados oficiais do governo chinês dizem que a Alemanha exportou US$ 1,2 bilhão (R$ 6,65 bilhões) em carros com motores de alta cilindrada, mostrando que um imposto maior afetará marcas como Audi, BMW, Mercedes-Benz e Porsche.
Esta ideia não é nova, apenas começou a tomar forma. Quando a União Europeia falou sobre taxar os carros elétricos chineses, a China ameaçou responder com um imposto de até 25% para carros americanos e europeus que entrassem no mercado chinês.
Tudo dependerá do resultado das votação marcada para outubro na Europa, que decidirá sobre aumentar os impostos para carros chineses importados dos atuais 10% para 36,3%. Este possível aumento já passou por uma revisão, pois a ideia anterior era de uma alíquota de 37,6%.
Apesar desta ameaça aos carros europeus, a Alemanha é um dos países do bloco, junto com Finlândia e Suécia, que não participaram da votação. Os mais interessados são França, Itália e Espanha, três países que possuem fábricas de carros mais populares e que perderiam mais na concorrência com os chineses.
Como resposta, a China começou a investigar produtos como queijo e leite importados da Europa, adicionando-os a uma lista de análise anti-subsídios dos governos locais para os países produtores.
Com as portas fechando na Europa e sem qualquer entrada nos Estados Unidos, as fabricantes chinesas irão olhando cada vez mais para outros mercados como a América do Sul. Isso explica o interesse de tantas montadoras no Brasil.