BYD inaugurará fábrica na Bahia em março, com Dolphin Mini e Song Pro
Marca chinesa já importa kits para começar a montagem e trabalha em motor 1.5 flex híbrido plug-in
Em meio às polêmicas envolvendo as denúncias de funcionários sofrendo agressões e maus-tratos na construção da fábrica em Camaçari (BA), a BYD levou um grupo de jornalistas para mostrar o andamento das obras e o cronograma atualizado do complexo. A empresa espera inaugurar a linha de montagem em março, durante o Carnaval, começando a produção pré-série do Dolphin Mini e do Song Pro.
Com o complexo pronto, a BYD diz que a fábrica estará na fase 1.1, com o galpão de montagem, inspeção final e pista de testes, o suficiente para começar a montagem em SKD (com carros semidesmontados e já pintados) no final deste período. Em março, a fábrica será inaugurada e iniciará a montagem em pré-série para treinar os funcionários e ajustar o processo.
O passo seguinte será a fase 1.2, ainda em 2025 e deve começar em agosto com a produção em série. Ainda receberá uma estamparia, cabine de pintura e mais, aumentando a quantidade de processos realizados no Brasil e começando a transição do SKD, com a maioria dos componentes já montados e com a carroceria até mesmo pintada, para CKD, aumentando a quantidade de processos realizados no local.
Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD, diz que a fabricante está finalizando os detalhes do motor 1.5 híbrido plug-in com a tecnologia flex, passando a aceitar também etanol. O executivo afirma que terá um sistema de pré-aquecimento do combustível para reduzir as emissões na partida a frio e evitar o uso do tanquinho. Este motor será produzido em Camaçari.
Na primeira fase, a BYD produzirá o elétrico Dolphin Mini e o híbrido plug-in Song Pro, seus carros mais vendidos no país. Inclusive já há alguns dos kits de montagem dos carros armazenados nos antigos galpões da Ford. O motor híbrido flex fará sua estreia no Song Pro nacional.
O objetivo final é ter uma produção verticalizada no Brasil e alcançar um índice de nacionalização de 70% em cinco anos. A CEO da BYD para a América, Stella Li, reitera que a empresa também fabricará componentes e baterias no país, além de veículos pesados, prometendo transformar Camaçari no “Vale do Silício brasileiro” e que o Brasil será “o centro de Pesquisa e Desenvolvimento do setor automotivo para a América Latina e para o mundo”.
Com a primeira parte da fábrica quase pronta, as contratações começarão em janeiro com 2.000 vagas, abrindo mais 3.000 postos em março. A meta é chegar a 10.000 funcionários até o final de 2025 e dobrar o quadro de empregados em 2026. O local ainda passará por mais obras. Os prédios atuais são todos novos e os galpões que eram da Ford serão, em sua maioria, demolidos e reconstruídos.