Há quem já tenha determinado o fim dos motores a combustão, mas a Stellantis criou um novo motor a combustão que vai fazer muito V8 ficar com inveja. Trata-se do motor Hurricane (ou furacão), um seis cilindros em linha 3.0 biturbo capaz de gerar mais de 500 cv em sua configuração mais potente.
Sua missão não é simples: substituir desde o V6 Pentastar até alguns motores V8 da empresa.
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O Hurricane já nasce com duas configurações. A primeira, chamada de Standard Output é mais mansa e terá 405 cv e 62,2 kgfm. Já a High Output tem 506 cv e 65,7 kgfm. Pelo que informa a Stellantis, 90% dessa força estará disponível desde os 2.350 rpm até a faixa vermelha do conta-giros.
Mas um motor com potência e força equivalente ao de um V8 deve poluir muito, certo? Não exatamente. Segundo as especificações, ele será 15% menos agressivo ao meio ambiente, se comparado ao motor V8 de um Dodge Challenger, por exemplo. Ele também será mais eficiente na mesma proporção, diz a fabricante.
Passando para detalhes mais técnicos, as versões não se diferem apenas na potência e torque. O pico de turbo é de 1,79 bar na configuração High e de 1,51 bar na Output. As entradas de refrigeração e bombas de injeção são duplas no motor mais potente e simples no mais básico.
Além de ser configurado para ser mais agressivo, o Hurricane High também tem pistões de alumínio forjado, revestimento do tipo diamante nos pinos dos pistões e taxa de compressão de 9,5:1. E nem pense em usar gasolina comum nesse motor, já que ele só funciona com a premium.
O irmão caçula não é tão seletivo, e a Stellantis apenas recomenda o uso do combustível premium. Seus pistões são de alumínio fundido e o anel superior tem inserção de ferro. A taxa de compressão é de 10,4:1.
Em um aspecto geral, o novo motor tem como base um bloco de alumínio fundido com cárter de óleo de liga de alumínio e estrutural. Os turbocompressores gêmeos são de baixa inércia e alto fluxo, cada um responsável por alimentar três cilindros. O sistema de injeção é de alta pressão e, assim como os turbos, é essencial para melhorar a eficiência do motor.
Quem também ajuda a diminuir o consumo de combustível e as emissões de gases poluentes é o sistema start-stop, presente nas duas configurações. Ele é equipado com um “robusto” motor de partida, que possibilita partidas mais rápidos.
Ele se assemelha e muito ao motor 2.0 de quatro cilindros, que equipa os Jeep Wrangler e Grand Cherokee, tendo o mesmo diâmetro, curso e espaçamento entre os cilindros. Mas, segundo a Stellantis, é justamente toda a preparação voltada para eficiência e redução de emissões tornando-o mais do que uma versão seis cilindros do “irmão”.
Mas porque um novo motor a combustão?
Ao que tudo indica, esse motor irá substituir aos poucos o V8 HEMI, que equipa modelos da Dodge, RAM e Jeep. Por ser um motor muito poluente, ele deve ser reservado cada vez mais a versões específicas, até que por fim, vire peça de museu.
Mas mesmo sendo um motor a combustão, o Hurricane I6 não deve ter vida curta. Primeiro, porque até 2025, nos Estados Unidos, a Stellantis pretende ter metade das suas vendas composta por modelos a combustão e metade por eletrificados. Ou seja, o novo motor faz parte desses 50% que queimam derivados do petróleo, se tornando uma alternativa mais eficiente e amigável ao meio ambiente para se encaixar nas leis de emissão.
Segundo, é que já pensando no futuro, as duas configurações tem suporte para eletrificação. Logo, além de atuar sozinhos, em versões de entrada provavelmente, esses motores também farão parte de um sistema híbrido, aumentando sua vida útil.
Sem especificar qual modelo vai estrear o motor Hurricane, a Stellantis apenas revela que ele será compatível com suas plataformas STLA Large (para muscle cars e esportivos AWD) e STLA Frame (para picapes e utilitários grandes).
Porém, talvez a Jeep tenha cometido um deslize e nos dado uma pequena pista sobre quem estreará o seis cilindros. Em seu site americano, a marca colocou o motor como uma das opções para o Jeep Grand Wagoneer, que atualmente usa o V8 6.4 de 487 cv junto do sistema híbrido eTorque. Aparentemente, tudo não passou de um erro e o Hurricane já foi excluído do configurador.
O que sabemos é que o motor aparecerá sob algum capô ainda esse ano e sua produção será feita na fábrica de Saltillo, no México.