Comparativo: Jeep Renegade manual x automático
Nada mais diferente do que dois carros iguais: nosso Renegade automático encara o irmão gêmeo manual
Se tem algo que todo mundo aqui de QUATRO RODAS reclamava do Jeep Renegade Flex é a performance sofrível do conjunto formado entre o motor 1.8 e câmbio automático de seis marchas.
“Mesmo dosando o pé sobre o acelerador, as marchas são esticadas até as 2.500 rpm, o que eleva o índice de vibração e o consumo. O mesmo acontece nas retomadas”, conta o editor Péricles Malheiros.
“Você pisa de leve, mas, em vez de manter a marcha selecionada, o câmbio faz uma redução e, de novo, o giro sobe excessivamente”, completa Malheiros, ao descrever uma situação reclamada por praticamente todos os outros motoristas que se revezavam ao volante do Renegade automático de Longa Duração.
Foi daí que surgiu a ideia de uma ação comparada com um Renegade igual ao que havia no Longa Duração (1.8 flex), mas com câmbio manual.
“Achava que a diferença de aceleração seria maior. Na cidade, o manual passa a impressão de ser muito mais ágil”, diz Péricles. No consumo, deu a lógica: o modelo manual é bem mais econômico que o automático – 13% melhor na cidade e 22,2% na estrada.
Mesmo sendo dotados de mais tecnologia, os câmbios automáticos ainda têm maior perda energética do que as caixas manuais.
Um de seus problemas é o peso: no caso do Renegade, a opção pelo automático (na versão Sport) adiciona 32 kg à balança.
O conversor de torque, por ficar constantemente bombeando fluido, também provoca a perda de potência. Para reduzir isso, os sistemas mais modernos possuem um recurso chamado de lock-up, que trava o conversor (eliminando o bombeamento) quando o carro está em velocidades constantes.
Nas medições de ruído, o nosso carro se saiu melhor do que o cedido pela Jeep, assim como nas retomadas (nessas medições, o automático obrigatoriamente reduz as marchas, enquanto o manual permanece na mesma posição).
Em contrapartida, nos testes de frenagem, o Renegade de Longa foi pior.
Em dirigibilidade, vitória incontestável do manual: ele foi o preferido entre os sete motoristas que dirigiram os dois.
Para botar mais pimenta nessa briga doméstica, colocamos no quadro de resultados (abaixo) os números do Honda HR-V de Longa, também automático.
Renegade 1.8 automático | Renegade 1.8 manual | HR-V automático | |
---|---|---|---|
0 a 100 km/h | 13,7 s | 13,3 s | 10,7 s |
retomada de 40 a 80 km/h | 6,2 s (em D) | 8,2 s (em 3ª) | 5 s (em D) |
retomada de 60 a 100 km/h | 7,7 s (em D) | 11,8 s (em 4ª) | 5,6 s (em D) |
retomada de 80 a 120 km/h | 10,8 s (em D) | 21,5 s (em 5ª) | 7,4 s (em D) |
frenagem de 60 a 0 km/h | 17,6 m | 17,4 m | 15 m |
frenagem de 80 a 0 km/h | 31,1 m | 29,8 m | 25,1 m |
frenagem de 120 a 0 km/h | 71,2 m | 68,3 m | 61,1 m |
consumo urbano | 6,9 km/l | 7,8 km/l | 8,2 km/l |
consumo rodoviário | 8,1 km/l | 9,9 km/l | 10,2 km/l |
ruído PM / RPM máximo | 44,7 / 69,2 dBA | 38,6 / 73,5 dBA | 39,4 / 71,3 dBA |
ruído a 80/120 km/h | 59,7 / 67,4 dBA | 63,9 / 69,3 dBA | 61,5 / 67,4 dBA |
Após o confronto, nosso Renegade passou um dia na autorizada Sinal, onde foi feita a segunda revisão. A troca da bieleta, fonte dos ruídos na suspensão dianteira, saiu de graça, pois foi feita em garantia.