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Jeep Renegade Longitude 1.8 flex

Versão intermediária do SUV tem porte de Jeep e coração Fiat

Por Vitor Matsubara
Atualizado em 17 dez 2018, 15h51 - Publicado em 21 Maio 2015, 13h37
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Não dá para negar: o Renegade tem presença. O primeiro SUV compacto fabricado pela Jeep está à venda no Brasil desde março, e já faz parte da paisagem das ruas. Mas muita gente ainda se pergunta: será que este utilitário-esportivo é realmente mais do que um rostinho bonito? Para tirar esta dúvida, avaliamos a versão Longitude 1.8 Flex – apontada pela própria Jeep como a mais vendida da gama.

O motor 1.8 e.TorQ emprestado do Bravo entrega até 132 cv com etanol. Mas, ao contrário do hatch médio da Fiat, o Renegade pode vir com um câmbio automático de seis marchas. Fabricada pela Aisin, a transmissão vinda do Fiat 500 ganhou relações de marcha próprias, mas poderia ser mais eficiente. As trocas são realizadas de forma lenta, fazendo o motorista passar sufoco em situações críticas, como ultrapassagens e retomadas. O número de aceleração 0 a 100 km/h obtido em nosso teste não nos deixa mentir: foram necessários 15,3 segundos para cumprir a tarefa. Não chega a ser um grande problema se o motorista passar a maior parte do tempo na estrada, mas incomoda no uso urbano. Mas antes de perder a paciência, aconselhamos recorrer ao modo sequencial e reduzir as marchas conforme a necessidade.

Outro ponto crítico do Renegade é o consumo. Se optar por abastecê-lo com etanol, o dono do SUV pode acabar virando amigo do frentista. Após rodarmos por uma semana combinando trechos urbanos com breves incursões rodoviárias, o computador de bordo do Jeep acusou uma média de consumo de nada amigáveis 5,4 km/l. Nosso teste, felizmente, mostrou números mais camaradas: 10,2 km/l na cidade e 12,5 km/l em percurso rodoviário. A justificativa mais plausível para este número elevado seria justamente a condução do motorista, que pode tender a acelerar um pouco mais do que o comum buscando amenizar o comportamento preguiçoso do câmbio automático.

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Mas estas deficiências serão notadas apenas se o motorista for mais “apressadinho”. Caso contrário, o Renegade vira um dos melhores SUVs do segmento. A vida a bordo é bastante agradável, graças ao ótimo nível de acabamento. Tive a oportunidade de conhecer o modelo europeu e posso dizer que “nosso” Renegade não fica devendo em nada para seu “irmão” do Velho Continente – muito pelo contrário, aliás. Com superfícies agradáveis ao toque e peças bem-encaixadas, o Jeep nem parece pertencer ao mesmo segmento de Ford EcoSport e Renault Duster, ambos líderes da categoria e famosos pelo acabamento ruim. Há espaço até para alguns gracejos da marca, que espalhou vários “easter eggs” – detalhes referentes à história da Jeep – pela cabine.

A lista de equipamentos de série também dá um banho na dupla rival. Além de vir com os obrigatórios airbag duplo frontal e freios ABS, o Renegade Longitude oferece ar-condicionado digital bizona, banco traseiro bipartido, controle de estabilidade (ESC), controle de tração, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, direção elétrica, faróis de neblina, freios a disco nas quatro rodas, freio de estacionamento elétrico, assistência de partida em rampas, piloto automático, retrovisores elétricos, sistema de som com seis alto-falantes e tela de cinco polegadas sensível ao toque, entradas auxiliar e USB, rodas de liga leve aro 18, GPS, travas elétricas, vidros elétricos nas quatro portas e volante multifuncional revestido em couro com comandos de som e telefone.

A Jeep oferece ainda a parte bancos revestidos em couro, rodas aro 18, sistema de som premium fabricado pela Beats, sensor de pressão dos pneus, banco do motorista com regulagens elétricas, teto solar panorâmico, airbags laterais, airbags do tipo cortina e airbag para proteção de joelhos.

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Bonito de ver, mas nem tanto de andar, o Renegade Longitude compensa a falta de fôlego do conjunto motor-transmissão tratando muito bem seus ocupantes. Se você fizer questão de mais desempenho, vale a pena gastar um pouco mais e comprar a versão com motor 2.0 turbodiesel. Além de mais potente (170 cv contra 132 cv) e ter mais torque (35,7 mkgf versus 19,1 mkgf), o Renegade diesel tem a seu favor o eficiente câmbio automático de nove marchas do Cherokee. Isso sem contar a tração nas quatro rodas para encarar terrenos acidentados. Todos estes predicados fazem do Renegade uma escolha ideal para os fãs de off-road. Mas se você passará a maior parte do tempo no trânsito urbano, vale a pena considerar outros SUVs. Especialmente o Honda HR-V.

FICHA TÉCNICA
Motor flex, diant., transv., 4 cil., 16V
Cilindrada 1747 cm3
Diâmetro x curso 80,5 x 85,6 mm
Taxa de compressão 12,5:1
Potência 132 cv/130 cv a 5250 rpm
Torque 19,1/18,6 mkgf a 3750 rpm
Câmbio automático, 6 marchas, tr. dianteira
Dimensões comprimento, 423,3 cm; largura, 179,8 cm; altura, 168,8 cm; entre-eixos, 257 cm; ângulo de ataque, 21,1º; saída, 30º
Peso 1440 kg
Peso/potência 10,9 kg/cv
Peso/torque 7,5 kg/mkgf
Porta-malas/caçamba 260 litros
Suspensão dianteira McPherson
Suspensão traseira McPherson
Freios disco ventilado (diant.) / solido (tras.)
Direção elétrica, 10,8 m (diâmetro de giro)
Pneus 215/60 R17
Consumo urbano 10,2 km/l
Consumo rodoviário 12,5 km/l
0 a 100 km/h 15,3 s
0 a 1000 m 36,4 s
Retomada 40 a 80 em 3ª (ou D) 6,7 s
Retomada 60 a 100 em 4ª (ou D) 8,7 s
Retomada 80 a 120 em 5ª (ou D) 11,6 s
Velocidade máxima n/d
Frenagem 17,7/ 30/ 68,9 m
Ruído interno 1ª rpm máx 43,5/ 70,7 dB
Ruído interno 80 / 120 km/h 59,2/ 67,2 dB
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