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Como comprar carro em leilão e garantir até 40% de desconto nos preços

Comprar carros em leilões pode ser vantajoso, mas há uma série de etapas e detalhes que você precisa ficar atento para não ter prejuízo

Por Redação
26 set 2024, 10h58
Leilão Carros
Se possível, é bom ver de perto e examinar os lotes que serão leiloados  (Divulgação/Divulgação)
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Ninguém quer entrar em um leilão para comprar um carro usado com preço acima da tabela. Mas é preciso tempo e paciência para segurar a ansiedade e fazer realmente um bom negócio. Não se deixar envolver emocionalmente na disputa é uma das principais dicas dos especialistas nesta modalidade de venda de carros.

Pode haver bons negócios entre os lotes dos leilões e é possível comprar um veículo com 40% de desconto ou até pela metade do preço de mercado. Mas não são raros os casos de pessoas que acabam pagando mais que a tabela Fipe.

Há diferentes tipos de leilões de automóveis e uma lista sobre o que deve ser observado com atenção no veículo, além de custos que vão além do lance final em cada carro. Esses são só alguns dos pontos que você deve observar antes de participar de um pregão.

Leia tudo com atenção

Todo leilão tem um edital com regulamentos e informações que deve ser lido com atenção. É nesse documento que estará descrita a situação legal do carro, se ele tem algum defeito, se o IPVA está pago, valor do lance mínimo e os custos com os quais o comprador deve arcar, além das regras do leilão.

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É preciso pesquisar bastante, fazer contas e não se envolver emocionalmente antes de dar o lance inicial (Acervo/Quatro Rodas)

Na dúvida, é importante ligar para o leiloeiro, pois ele tem a obrigação de esclarecer pontos omissos ou contraditórios do edital do leilão.

Checagem ao vivo dos lotes

Faça uma seleção dos carros do seu interesse. Depois de conferir as informações sobre o estado do veículo no edital, verifique no site do leiloeiro os dias de visitação dos lotes. Os carros que serão leiloados ficam expostos geralmente dois dias antes do pregão.

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Você não pode virar a chave para ligar o motor, mas pode inspecionar bem o veículo.  Aqui, a dica é como se você fosse comprar qualquer usado: preste atenção na pintura, sinais de ferrugens, estado dos pneus, se está torto e se faz ruídos estranhos quando você sacode a parte traseira.

Se puder, leve seu mecânico ou contrate um profissional especializado, que cobra de R$ 80 a R$ 150, e vai inspecionar visualmente o carro no pátio e dar seu veredicto. Alguém precisa ter alguma noção sobre o que está fazendo e sobre o que está sendo comprado. Reparos são inevitáveis.

Comprar carro sem ligar o motor?

É praxe não poder entrar no carro nem virar a chave. Contudo, no edital deve constar quando o carro não dá partida.

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A dica é como se você fosse comprar um usado: cheque pintura, sinais de ferrugem e estado dos pneus (Filipe Campoi/Quatro Rodas)

Mas, na maioria dos processos, empresas e leiloeiros dizem ter verificado motor, transmissão e diferencial antes de disponibilizar o carro no pregão. E é importante constar isso, pois há casos de carros que tiveram componentes roubados antes de serem entregues ao comprador.

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Faça um planejamento antes de garantir o lance

Calculou o quanto você quer desembolsar? Então, veja qual lance máximo está dentro do seu orçamento, levando-se em consideração as taxas do pregão e também os custos que ainda eventualmente estão pendentes do carro, como IPVA, multas e outras pendências.

Para uso próprio, é um bom negócio dar um lance mais os custos que equivalem a 20% de “desconto” em relação à média praticada no mercado. Ou seja, se o carro custa R$ 50.000 entre os seminovos, seria válido gastar até R$ 40.000 (arrematação, taxas administrativas e custos). Para quem faz negócio (agências e revendas), o ideal é obter 35% de “abatimento”.

Os custos de um carro de leilão

Além de multas pendentes e IPVA em atraso – que podem ser responsabilidade de quem arremata o veículo, a depender do tipo de leilão –, os carros de leilão também trazem na carona taxas administrativas. Tem a comissão do leiloeiro, de 5% sobre o valor arrematado, e a “Taxa de Pátio”, o tempo que aquele lote ocupou um galpão e que varia de leilão para leilão: entre R$ 500 e R$ 1.500.

E não esqueça que, para a casa de leilões, o pagamento deve ser feito à vista. Há um prazo de 48 horas para que o arrematador pague pelo carro, sob pena de multa de até 20% do valor do lance ofertado.

Levante o custo dos reparos no carro que o edital sugere e reserve de 7% a 10% do valor do bem para resolver esses problemas. Se o carro não estiver ligando, há ainda o reboque. Reúna tudo isso e faça tabelas para você não se perder no meio do leilão e saber quando parar. E lembre-se: é preciso pagar o tudo à vista.

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As diferenças entre leilão judicial e extrajudicial

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No extrajudicial, quem arrematou consegue retirar o carro rapidamente. Já nos judiciais, trata-se de um bem que a justiça obrigou a ser leiloado (OLX/Divulgação)

No leilão extrajudicial, quem arrematou consegue retirar o carro rapidamente, no máximo em dois dias. São os leilões de veículos de recuperação de financiamento de bancos e financeiras, de seguradoras ou frotistas. Também entram nessas modalidades carros de assinatura, que eram usado em locação de longo prazo.

Nos judiciais, trata-se de um bem que a Justiça obrigou a ser leiloado e, portanto, sua retirada depende do tribunal, depende da homologação do juiz e a retirada não é tão imediata. Ainda pode haver custos com honorários advocatícios e despachantes.

Reconheça o território

Se você é novato nesse meio, acompanhe um leilão presencial e outros online apenas como espectador antes de participar ativamente.

Como fazer seguro de carro de leilão?

A questão da cobertura para carros leiloados é polêmica. Corretoras e seguradoras evitam falar oficialmente sobre o assunto, mas muitas empresas simplesmente não fazem apólices nessas situações.

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Os carros arrematados de financeiras não enfrentam tais problemas, mas o comprador terá dificuldade para segurar automóveis leiloados pelas seguradoras.

Estas companhias alegam que não há como averiguar se os veículos arrematados (batidos ou recuperados de roubo/furto) foram consertados devidamente, com que peças e em quais oficinas.

Por isso, as seguradoras que aceitam fazer a cobertura exigem que o cliente contrate um perito por conta própria (em média, R$ 150). Esse profissional vai atestar os procedimentos feitos no carro.

Com base nesse laudo técnico, a seguradora pode ou não fazer a cobertura. Porém, mesmo quando faz, a apólice prevê menos que a tabela Fipe: geralmente, 80% do valor de mercado do automóvel.

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