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É possível ganhar dinheiro com carro de leilão? Especialista dá dicas

Cerca de 60 leilões de veículos são realizados diariamente no Brasil, movimentando mais de R$ 20 milhões; veja como fazer um bom negócio

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 26 set 2024, 08h59 - Publicado em 13 jun 2024, 07h00
Gladiston
 (Gladiston Azevedo/Acervo pessoal)
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Participar de leilões de carros pode ser uma boa maneira de ganhar dinheiro extra e muita gente se dedica exclusivamente a essa atividade. É o caso de Gladiston Azevedo, que há três anos se dedica apenas à compra de veículos em leilões, mas também promove cursos online sobre o assunto e tem 1,3 milhão de seguidores no perfil do instagram, onde é conhecido como “louco por leilões”. 

A busca por conhecimento na área acompanha o aumento dos pregões online, um segmento que cresceu 70% durante a pandemia e que, segundo especialistas do setor, não perdeu relevância.

O que o Gladiston chama de “virada de chave” e que o motivou a começar a investir mais em leilões foi o lucro que teve ao vender uma Ford Transit, ano 2011, há oito anos. Ele ainda trabalhava na oficina mecânica do pai (onde trabalhou desde os 14 anos) e já comprava carros de leilão para complementar a renda.

Gladiston Azevedo
Ford Transit comprada por Gladiston em 2016 (Gladiston Azevedo/Acervo pessoal)

“O furgão custou R$ 33.000 e o comprador me ofereceu um VW Fox 2012 e mais R$ 30.000, foi esse negócio que me fez querer viver disso. Em um negócio, eu praticamente ganhei um carro que muitas pessoas passam a vida para conquistar”, conta Gladiston, que já tem 14 anos anos de experiência comprando em leilões. 

Gladiston Azevedo
VW Fox 2012 foi o “lucro” na venda da Transit (Gladiston Azevedo/Acervo pessoal)

Mas para obter esse lucro de mais de 50% é necessário experiência e conhecimento para não cair em golpes ou comprar veículos que não são o que parecem e poderão dar dor de cabeça na manutenção ou revenda. Solicitamos algumas dicas para o especialista para que você tenha mais chance de fazer bons negócios tanto em leilões presenciais quanto virtuais. Confira:

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Atenção aos golpes

Há incontáveis sites falsos de leilões e muitos casos de pessoas que perderam um bom dinheiro com essa modalidade de golpe. O especialista indica que os sites dos leiloeiros oficiais, normalmente, terminam com “.com.br” no final da URL e no geral, os sites que tem terminações como “.com” ou “.com/br” ou até “.org” são falsos.

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“Tenho orgulho em dizer que ajudei mais de 1.000 pessoas a não cairem em golpes e esse atualmente é o grande problema do mercado de leilões no Brasil”, diz Gladiston, que oferece uma lista de mais de 800 leiloeiros oficiais que é atualizada diariamente, mas o serviço é pago.

Procure um leilão perto da sua casa

Mesmo com a modalidade virtual, a indicação é sempre visitar o carro que pretende arrematar presencialmente. Um leilão perto da sua residência facilitará a visita, reduzirá o custo com deslocamento e também o custo do frete, caso arremate o veículo.

Gladiston Azevedo

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Dedique um tempo para ler o edital

O valor final do arremate não é o valor que você vai pagar. Cada leiloeiro fixa uma taxa que, em média, é de 5% do valor que foi arrematado. Também há taxas administrativas, que constam no edital de cada leilão. Além disso, haverá todos os custos inerentes à compra de um carro, em especial documentação, que inclui a transferência de nome e eventual mudança de placa e IPVA.

Não compre carros sinistrados

O especialista garante que apenas uma pequena parte das frotas que são vendidas em leilões pelo Brasil são provenientes de sinistro, ou seja, envolveram-se em acidentes de trânsito. São carros conhecidos como pequena monta, média monta e grande monta.

Gladiston Azevedo

O pequena monta se dá por avarias leves no veículo e é o único caso em que não consta um registro de recuperado de sinistro no documento do mesmo.

No média monta há avarias maiores e haverá o registro no documento, o que vai dificultar a revenda, pois o mercado de seguradoras costuma ser resistente para assegurar carros que já tenham passado por sinistro.

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Por fim, os veículos de grande monta não tem direito a documentação e só podem ser vendidos como sucata.

Gladiston Azevedo
O especialista em um leilão com picapes oriundas de frota de empresa privada (Gladiston Azevedo/Acervo pessoal)

“Eu sempre aconselho o público a preferir os veículos provenientes de financeiras e, em especial, de frotas de empresas privadas e órgãos públicos. Nesse último caso, na maioria das vezes, encontramos carros com pouca coisa para fazer, com baixa quilometragem e que estavam funcionando”, indica Gladiston. 

Gladiston Azevedo
Gladiston em um leilão de frota pública que participou (Gladiston Azevedo/Acervo pessoal)

Não tem test-drive

É importante ressaltar que nenhum leilão de carros no Brasil permite que o carro que está sendo leiloado seja conduzido pelos interessados, muitos não permitem nem sequer ligar o motor.

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Gladiston Azevedo

Portanto, é necessário sempre colocar na conta que sempre existirá a possibilidade do motor estar com problema e isso pode encarecer (muito) o conserto do veículo para a revenda. “Sempre coloco na cabeça que o motor pode estar com problema e meu lucro pode diminuir na revenda. Mas, de acordo com a procedência, é possível evitar a compra de modelos com motores inutilizados”, afirma. 

Sempre avalie presencialmente

A dica principal do especialista é que a avaliação tem que ser presencial. Há detalhes que só são vistos pessoalmente e informações também. “Eu coleto informações importantes quando vou visitar os lotes, inclusive de funcionários que rodaram muitos quilômetros com aquele carro e sabem o estado do motor, por exemplo.”

Gladiston Azevedo

O especialista indica que, caso não haja a possibilidade de visitar o local onde os lotes estão expostos, o mais indicado é solicitar a visita do mecânico de confiança, o que aumenta a possibilidade de comprar um bom carro. “Entre os meus alunos já existe a prática de trocar favores de um ir visitar para o outro conforme a conveniência e disponibilidade, a única regra é sempre visitar”, conclui. 

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