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Chinesa GWM cancela planos e demite todos de seu escritório na Europa

Estratégia da GWM na Europa dá errado e marca é forçada a dar passo atrás; no Brasil, há zero risco de situação semelhante, afirma a montadora

Por Eduardo Passos
Atualizado em 30 Maio 2024, 16h29 - Publicado em 29 Maio 2024, 17h00
Catálogo da GWM europeia foi parecido ao brasileiro, mas não vingou no Velho Continente
Catálogo da GWM europeia foi parecido ao brasileiro, mas não vingou no Velho Continente (Divulgação/GWM)
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Mesmo quem não acompanha o mundo dos carros sabe: não faltam marcas chinesas buscando invadir qualquer mercado automotivo disponível no mundo. Mas faltam, entretanto, lugares para todas as fabricantes, e naturalmente alguém tem que perder nessa guerra.

Em muitos casos, as marcas ocidentais levam a pior. Mas agora foi a GWM quem sentiu o peso de jogar fora de casa, tendo que reduzir drasticamente seus planos de expansão na Europa. Segundo a publicação alemã Manager Magazin, a Great Wall Motors irá fechar completamente sua sede europeia, localizada em Munique.

Sede da GWM em Munique, Alemanha
Sede da GWM em Munique, Alemanha (Divulgação/GWM)

O escritório será devolvido em agosto e todos os 100 funcionários, aproximadamente, que trabalham no local já teriam recebido o aviso de dispensa. A sede comandava operações de venda, logística e Pesquisa & Desenvolvimento voltados, sob medida, para o consumidor dos países europeus. Inaugurado em 2021, o escritório deveria ter 300 colaboradores já no ano seguinte, mas o número reduzido de pessoal é outro indicativo de que o desempenho da GWM nunca foi como esperado na região.

Invasão problemática

Guardadas as diferenças, Brasil e Europa vêm sendo abordados de maneiras parecidas pelas marcas chinesas. Em ambos os mercados, a GWM adaptou sua estratégia de marketing e condensou suas submarcas sob um mesmo nome; aqui, Haval e ORA viraram modelos, enquanto, lá, o mesmo ocorreu com ORA e a WEY, que será lançada em nosso mercado. 

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Wey Coffee 01 foi mostrado a concessionários da GWM no Brasil, a fim de avaliar receptividade
GWM Wey 05 segue confirmado para o mercado brasileiro em breve (Divulgação/GWM)

Segundo fontes da Manager Magazin, alemães e chineses se desentenderam desde o princípio quanto às estratégias, e as vendas fracas só azedaram mais o caldo. Em 2023, a GWM vendeu 316.018 unidades fora da China, sendo que o mercado europeu correspondeu somente a míseros 2% disso. Foram 6.300 emplacamentos em Alemanha, Reino Unido, Irlanda, Suécia e Israel somados (o país judeu é atendido pela sucursal de Munique).

Daqui em diante, a ordem é tirar o pé do acelerador. Os lançamentos dos Ora 03 e WEY 05 e WEY 05 já estavam prestes a ocorrer na Áustria e na Suíça, com gerentes de vendas contratados e estratégias prontas, mas tudo foi cancelado. Planos de expansão para Espanha, Itália, Bélgica, Luxemburgo, Países Baixos, Dinamarca, Islândia e Bulgária, ainda em 2024, também não ocorrerão mais.

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ora 03
GWM Ora 03 não caiu no gosto do europeu (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Com a esfriada nos planos, até o chefe da GWM na Europa, o ex-Kia Steffen Cost, foi demitido. As vendas no continente seguirão nos mercados onde já existem, a fim de honrar os compromissos firmados. Além disso, será um dos representantes de venda, o grupo Emil Frey, que comandará as atividades. Mas prestando contas diretamente à sede chinesa de Baoding daqui em diante.

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