Com os luxuosos Tan e Han lançados no Brasil, ambos com preço ao redor dos R$ 500.000, a chinesa BYD se prepara para lançar novos modelos mais acessíveis no mercado nacional.
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A marca agora foca, primeiro, em trazer híbridos ao país, apostando na criatividade para ser competitiva. Para depois, planeja o lançamento de elétricos mais acessíveis.
O próximo lançamento da marca será o BYD Song, que, conforme apurou QUATRO RODAS, será lançado em agosto. O SUV médio virá em versão híbrida plug-in, capaz de rodar até 50 km em modo elétrico, graças à bateria de 9,9 kWh.
O motor 1.5 aspirado de 111 cv atua tanto para tracionar o carro quanto para recarregar as baterias e alimentar o motor elétrico. Já o motor elétrico de 180 cv e 32,3 kgfm impulsiona o SUV na maior parte do tempo. Também existe uma versão com motor elétrico traseiro, compondo a tração integral, que soma 198 cv e 33,2 kgfm.
Desse modo, a BYD conseguirá vender um produto com boa performance e capaz de atender a maioria dos deslocamentos diários sem gastar gasolina. No caso de viagens mais longas, por exemplo, o condutor pode queimar gasolina e recarregar o carro, mantendo o desempenho do motor elétrico ou, se disponíveis, recorrer a eletropostos no caminho.
Sem o peso e custo das baterias mais fartas de híbridos plug-in e elétricos puros, o BYD Song poderá ter preços pouco acima dos R$ 250.000 – ou quase R$ 100.000 a menos que o Jeep Compass 4xe, que tem tração 4×4 e 240 cv. Teria preços próximos do Compass diesel.
Seria o híbrido plug-in mais barato do Brasil. Mas há um segundo rival importante que será lançado poucos meses depois, o Great Wall Haval H6, que roda até 200 km sem gastar gasolina. Mas sua bateria maior poderá pesar no preço final.
Outros pontos fortes do Song são os 2,76 metros de entre-eixos (o Compass tem 2,64 m) e o design diferente de outros modelos do segmento, com linhas que remetem ao sedã Han.
Crente na força dos sedãs, a montadora também trabalha para lançar um sedã médio híbrido, embora o modelo escolhido ainda não tenha sido definido.
A aposta natural é no Qin Pro, que inclusive foi flagrado em testes no Brasil. Mas uma reviravolta não é descartada, uma vez que o mercado chinês acaba de receber o Destroyer 05, evolução da linha Qin – que ainda inclui o Qin Plus.
Um pouco maior que o Toyota Corolla, o BYD Destroyer 05 é menos potente que o Song, devendo ser lançado com aproximadamente 200 cv, mas híbrido e com extensor de alcance. Seu preço estimado ficaria em torno de R$ 200.000 e, caso venha, a marca pode evitar que seu modelo mais barato esteja defasado em relação ao mercado do chinês.
Carro de aplicativo
Outro carro que a BYD testa no Brasil com segundas intenções é o monovolume D1. Ele foi criado em parceria com a gigante chinesa DiDi, dona do app 99 para ser um veículo exclusivo para motoristas da plataforma.
Ele já está em testes no Brasil, onde tem chances de ser o carro elétrico de entrada da BYD. Isso, mesmo que seu foco seja no público corporativo, como é o caso do furgão elétrico eT3.
O BYD D1 tem 4,40 m de comprimento, 1,85 m de largura, 1,65 m de altura e 2,70 m de entre-eixos. Foi criado para ser espaçoso por dentro e versátil. O painel é todo vertical com informações concentradas na central multimídia, o espaço traseiro é amplo e a porta traseira direita é corrediça, com abertura elétrica, enquanto a da esquerda é convencional.
Seu desempenho é limitado pelo motor elétrico de 130 cv que o permite chegar a uma máxima de 130 km/h. A bateria de 70 kWh garante autonomia de até 418 km, mas há opção de 53 kWh para rodar até 371 km com uma única carga.
A BYD poderia estar em busca de uma empresa de mobilidade para financiar um lote do D1. Foi o que aconteceu no México, onde 1.000 unidades do BYD D1 desembarcaram para serem usados pela empresa de locação Vemo. Parte desses carros, inclusive, serão usados pela Uber.