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Este Aston Martin DB7 é único no Brasil e já foi capa de Quatro Rodas

Sucesso de público e de crítica, o gran turismo foi desenvolvido a partir de um Jaguar e salvou o destino do fabricante inglês

Por Felipe Bitu Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 2 jan 2025, 11h07 - Publicado em 1 jan 2025, 17h00
ASTON MARTIN DB7
Carroceria usava aço estampado e os para-lamas de material sintético (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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A centenária Aston Martin, como conhecemos hoje, nasceu após a Segunda Guerra Mundial por influência de seu proprietário, Sir David Brown. Foi a mando dele que a empresa britânica desenvolveu o gran turismo DB2, em 1950: impulsionado por um motor de seis cilindros em linha, o esportivo iniciou a linhagem que culminaria no lendário DB7, em 1994.

Notoriamente deficitária, a Aston Martin faliu sete vezes desde a fundação, em 1913, até a década de 1980, época em que a Ford assumiu seu controle acionário. Idealizado para ser um Aston Martin de entrada, o DB7 seria posicionado abaixo do Virage V8 e sua produção em larga escala finalmente traria a prosperidade que o fabricante britânico nunca teve.

ASTON MARTIN DB7
Seu desenho era tão bem resolvido que poucos perceberam as lanternas traseiras do Mazda 323 F, maçanetas do Mazda Miata e os espelhos retrovisores do Citroën CX (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Além dos recursos financeiros, a Ford proporcionaria também a parceria técnica com a Jaguar, outro fabricante inglês sob sua responsabilidade. O ponto de partida para o desenvolvimento do DB7 foi o projeto XJ-41, uma evolução do Jaguar XJS aprimorado pela TWR (Tom Walkinshaw Racing) no Campeonato Europeu de Carros de Turismo, durante a década de 1980.

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A primeira aparição do DB7 ocorreu no Salão de Genebra de 1993 e marcou o retorno da sigla DB (iniciais de David Brown). O desenho ficaria a cargo do então jovem Ian Callum, que anos mais tarde se tornaria chefe de design da Jaguar. Lançado oficialmente em setembro de 1994, o DB7 foi um sucesso instantâneo, definindo o novo padrão de estilo da Aston.

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Estampada em aço, a carroceria do cupê tinha 4,65 metros de comprimento, 1,83 metro de largura e 1,24 metro de altura. Seus 2,59 metros entre os eixos proporcionavam o espaço interno típico de um GT, adequado para dois adultos e duas crianças. O requinte do acabamento interno era realçado pela profusão de materiais nobres como couro e madeira.

ASTON MARTIN DB7
Inovador, o DB7 definiu o estilo da Aston Martin para as próximas décadas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Sob o capô estava o motor Jaguar AJ6 de seis cilindros em linha e 3,2 litros, com bloco e cabeçote de alumínio e duplo comando de válvulas. As quatro válvulas por cilindro e a sobrealimentação por compressor mecânico Eaton resultavam em uma entrega linear de força, com 50 kgfm de torque máximo a 3.000 rpm e 335 cv de potência máxima a 6.000 rpm.

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Essa força era transmitida às rodas traseiras através de um câmbio manual da Getrag de cinco marchas. Pesando 1.650 kg, o DB7 ia de 0 a 96 km/h em 5,6 segundos e alcançava a máxima de 265 km/h. Os freios eram a disco nas quatro rodas e as suspensões tinham estruturas independentes nos dois eixos, do tipo braços duplos sobrepostos.

ASTON MARTIN DB7
Couro, madeira e a elevada qualidade de construção faziam com que componentes internos do Ford Fiesta passassem despercebidos. Espaço interno do tipo 2+2 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
ASTON MARTIN DB7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
ASTON MARTIN DB7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
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O conjunto do DB7 era tão eficiente e bem resolvido que rapidamente se destacou frente a concorrentes alemães como Mercedes-Benz C140, BMW Série 8 e o decano Porsche 928. Em 1996, foi apresentada a versão conversível Volante, mesmo ano em que a Jaguar revelou um irmão do DB7: o cupê XK8.

Em meados de 1998, o DB7 tornou-se o modelo de maior sucesso na história da Aston Martin, superando o recorde de produção estabelecido pelo DB6, entre 1965 e 1970. Mas o melhor ainda estava por vir: o Salão de Genebra de 1999 trouxe o DB7 Vantage, impulsionado por um V12 de 5,9 litros capaz de gerar 55,3 kgfm a 5.000 rpm e 426 cv a 6.000 rpm.

O câmbio era manual de seis marchas (automático de cinco, opcionalmente) para acelerar de 0 a 100 km/h em 5 segundos e atingir sua velocidade máxima de 296 km/h.

A recepção foi tão positiva que a produção do DB7 com o motor AJ6 de seis cilindros em linha foi encerrada naquele mesmo ano, totalizando 1.605 cupês e 879 conversíveis.

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ASTON MARTIN DB7
O motor Jaguar AJ6 foi substituído por um V12 de 5,9 litros. Em junho de 2000
(ed. 479), QUATRO RODAS publicou um teste de impressões ao dirigir o carro (Reprodução/Quatro Rodas)
ASTON MARTIN DB7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
ASTON MARTIN DB7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
ASTON MARTIN DB7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Em 2002, surge a série limitada GT/GTA (com transmissão automática), com o V12 recalibrado para render 56,7 kgfm a 5.000 rpm e 435 cv a 6.000 rpm. Sua relação final de transmissão mais curta o deixou sensivelmente mais rápido, suas suspensões foram redimensionadas e os freios passaram a ser fornecidos pela italiana Brembo. Apenas 190 GTs e 112 GTAs foram produzidos em todo o mundo.

O último DB7 deixou a fábrica em Bloxham, Inglaterra, em dezembro de 2004, totalizando pouco mais de 7.100 unidades produzidas. Nesse período, o DB7 chegou a representar mais de um terço da produção total da Aston Martin. Seu sucesso foi essencial para o desenvolvimento do modelo DB9 e garantiu a viabilidade econômica da Aston Martin no século 21.

Ficha técnica- DB7 1998

Motor: longitudinal, 6 cilindros em linha, 3.239 cm3, alimentado por injeção eletrônica e sobrealimentado por compressor mecânico
Potência: 335 cv a 5.500 rpm
Torque: 50 kgfm a 3.000 rpm
Câmbio: manual de 5 marchas, tração traseira
Carroceria: fechada, 2 portas, 4 lugares
Dimensões: comprimento, 472 cm largura, 183 cm; altura, 123 cm; entre-eixos, 259 cm; peso, 1.775 kg
Pneus: 245/40 R18

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