Dia das Mães: Assine por apenas 5,99/mês

Chrysler Neon: a salvação da marca por trás de um carismático sedã

Repleto de personalidade, ele era barato, econômico, rápido e veloz, virtudes que ajudaram a salvar a Chrysler na virada do milênio

Por Felipe Bitu Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
18 Maio 2024, 12h00
PLYMOUTH / DODGE / CHRYSLER NEON
Cupê de duas portas chegava ao Brasil por importadores independentes (Divulgação/Quatro Rodas)
Continua após publicidade

Quem ouve falar em Plymouth, Dodge e Chrysler imediatamente associa as três marcas norte-americanas a enormes e pesados sedãs, sempre impulsionados por motores de seis e oito cilindros. O que nem todos sabem é que as três compartilharam um dos projetos mais racionais e eficientes da década de 1990: o Neon.

A primeira aparição do Neon ocorreu no Salão de Detroit de 1991: era um carro-conceito com carroceria três volumes, quatro portas deslizantes, teto solar de tecido, vidro traseiro retrátil, porta-malas basculante e um motor dois tempos de três cilindros, 1,1 litro e 100 cv. Sua característica mais marcante eram os faróis redondos.

PLYMOUTH / DODGE / CHRYSLER NEON
A grande distância entre os eixos e a cabine avançada resultavam em espaço interno (Divulgação/Quatro Rodas)

O Neon era tão importante para o futuro da Chrysler que mereceu atenção especial do CEO Lee Iacocca, do presidente Bob Lutz e do vice-presidente de design Tom Gale. A versão final foi uma das estrelas do Salão de Frankfurt de 1993 e entrou em produção já no ano seguinte, mantendo os faróis redondos que definiram sua personalidade.

Compartilhe essa matéria via:

Ele foi vendido no mercado norte-americano sob duas marcas diferentes: a popular Plymouth e a intermediária Dodge. A versão de exportação por sua vez recebia sempre a marca Chrysler. A concorrência era forte em qualquer mercado: Chevrolet Cavalier, Ford Escort, Saturn SL, Honda Civic, Toyota Corolla e Nissan Sentra.

Continua após a publicidade
PLYMOUTH / DODGE / CHRYSLER NEON
Airbag era de série, mas os vidros tinham acionamento manual. Rodas aro 14 colaboravam com a suspensão independente (Divulgação/Quatro Rodas)

Bem resolvida, a plataforma PL tinha baixo custo de produção sem comprometer a qualidade construtiva. As suspensões eram independentes nas quatro rodas, com sistema McPherson no eixo dianteiro e multibraços no eixo traseiro. O conjunto era perfeito para o motor de quatro cilindros em linha, 2 litros, 16 válvulas (com comando simples) e 132 cv.

O Neon era o modelo mais potente entre os compactos e um dos mais leves (cerca de 1.100 kg). As três primeiras marchas do câmbio manual eram escalonadas para acelerar de 0 a 96 km/h em 8,4 segundos. O bom coeficiente aerodinâmico e as relações longas de quarta e quinta marchas fizeram a velocidade máxima ser limitada eletronicamente a 190 km/h.

PLYMOUTH / DODGE / CHRYSLER NEON
(Divulgação/Quatro Rodas)
Continua após a publicidade

A versão de exportação recebia o motor EBD de 1,8 litro e 115 cv. O carisma do modelo era realçado pela oferta de tonalidades pouco discretas de vermelho, azul e verde. Apesar do sucesso, os proprietários reclamavam dos freios traseiros a tambor e da pequena abertura das janelas traseiras nos modelos de quatro portas.

Inicialmente restrita a membros do Sports Car Club of America, a versão ACR (American Club Racer) recebeu um motor de 2 litros com duplo comando e 150 cv. Acelerava de 0 a 96 km/h em 7,6 segundos e sua dinâmica melhorava com freios a disco nas quatro rodas e suspensão recalibrada. Superava os 200 km/h graças à eliminação do limitador de velocidade.

PLYMOUTH / DODGE / CHRYSLER NEON
Tecidos e plásticos de qualidade consolidaram a boa reputação do Neon (Divulgação/Quatro Rodas)
Continua após a publicidade

Uma das novidades da Dodge para o modelo 1998, foi a exclusiva versão R/T, mantendo a base da versão ACR e adicionando faixas longitudinais na carroceria, em alusão ao Dodge Viper GTS. Para manter sua competitividade, uma nova geração do Neon estreou em 2000, agora oferecida apenas com a carroceria de quatro portas.

Os faróis redondos permaneceram, mas o interior foi completamente desenhado. O fim da divisão Plymouth, em 2001, permitiu ao Neon receber uma nova grade com a identidade visual da linha Dodge. Apresentada em 2003, a esportiva SRT-4 ganhou o motor EDV de 2,4 litros com turbo e 215 cv para acelerar de 0 a 96 km/h em 5,6 segundos: era capaz de acompanhar o esportivo Viper em percursos bem sinuosos.

PLYMOUTH / DODGE / CHRYSLER NEON
O porta-objetos dianteiro limitava o espaço para as pernas na traseira (Divulgação/Quatro Rodas)

Rebatizado como Dodge SRT-4 em 2004, o modelo vendeu muito além do esperado, mas não o suficiente para manter a popularidade do Neon. Em setembro de 2005, a última unidade deixou a fábrica de Belvidere, Illinois, encerrando uma carreira coroada por mais de 2 milhões de unidades comercializadas em dez anos de produção: o Neon foi decisivo para salvar a Chrysler na virada do milênio.

Continua após a publicidade

Nos EUA, foi sucedido pelo Dodge Caliber, uma estranha mistura de hatch, perua e crossover. Curiosamente, o Dodge Neon retornaria em 2017, destinado ao México e Oriente Médio: a nova encarnação do sedã nada mais era do que uma variação do Fiat Tipo produzido pela então Fiat Chrysler Automobiles na Turquia.

PLYMOUTH / DODGE / CHRYSLER NEON
Motor Chrysler A588 tem quatro cilindros, 2 litros de cilindrada e um único comando no cabeçote 16V (Divulgação/Quatro Rodas)

Ficha técnica

Plymouth Neon Sport Coupe 1995
Motor: transv., 4 cil. em linha, 1998 cm3, alimentado por injeção eletrônica
Potência: 132 cv a 6.000 rpm
Torque: 17,8 kgfm a 5.000 rpm
Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira
Carroceria: fechada, 2 portas, 5 lugares
Dimensões: comprimento, 436 cm; largura, 170 cm; altura, 139 cm; entre-eixos, 264 cm; peso, 1.106 kg
Pneus: 185/65 R14

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

DIA DAS MÃES

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.