Chevrolet Impala popularizou luxo e esportividade com alusão ao Corvette
O modelo diversificou a oferta da Chevrolet com luxo, status e um apelo esportivo antes restrito ao Corvette
Mais de 5,3 metros, 145 a 280 cv de potência, carroceria hardtop ou conversível, seis lanternas circulares… Com essas características e um vasto catálogo de equipamentos, a linha Bel Air 1958 incluía o superior Bel Air Impala para coroar o aumento das dimensões nos novos Chevrolet.
O Chevrolet Impala oficializava que tamanho era documento, e que devia ser acompanhado por mais vigor. Os Chevrolet estreavam um V8 5.7 de 250 ou 315 cv. Molas helicoidais traseiras aposentavam o feixe de molas.
A extravagância era notada também no desenho, com faróis duplos. Tinha lanternas triplas, que se tornariam símbolo do modelo. Até logotipo das bandeiras (como no Corvette) ele tinha para acompanhar a figurinha do antílope que lhe serviu de batismo. Havia os V8 de 185 e 230 cv e o seis-cilindros de 145 cv.
Para 1959, o Impala abandonava seu vínculo com o Bel Air e se tornava o topo de linha. O modelo 1960 receberia desenho simplificado e novos motores, que chegavam a 335 cv.
Foi a linha 1961 que inaugurou a vertente esportiva do Impala, com o pacote SS, com câmbio manual no assoalho, conta-giros e reforços de suspensão, chassi e freios. Podia vir com bancos dianteiros individuais ou o novo V8 6.7 de 360 cv.
Um dos nomes mais felizes surgiu em 1968, com o Opala, referência a uma pedra preciosa, adequado ao carro de luxo. Remetia ainda a Opel, de onde vinha o projeto, e Impala, ícone americano de luxo da década. Não por acaso, o Opala também ganhou a versão esportiva SS.
A partir daí a Chevrolet só manteve a fórmula. Fazia atualizações anuais de estilo e vitaminava seus V8, com um novo estilo mais comedido na linha 1962. Dos 1,4 milhão de Chevrolet grandes vendidos naquele ano, 50% eram Impala.
O leque dos V8 para 1963 chegava a 430 cv e, um ano depois, o SS era promovido de pacote a uma série própria. Já na linha 1965 os contornos curvos do Impala faziam alusão à garrafa da Coca-Cola, especialmente se fosse o cupê, com seu estilo fastback.
Agora era o sedã que dispunha de um pacote próprio, o Caprice, nome que em 1966 se tornaria a série superior dos Chevrolet grandes. Abaixo do Caprice, o Impala mantinha-se como um confortável e comportado carro grande.
Seu nome durou até 1985, mas voltou de 1994 a 1996 num Impala SS com um V8 5.7 de 260 cv.
O maior dos Chevy voltou a se chamar Impala em 2000 e seguiu em produção até 2020, mas com motores quatro cilindros 2.4 e 2.5, além de um V6 3.6. No final, o Impala era mais um carro de locadora ou de polícia. Por mais que o nome constasse no catálogo da Chevrolet, o mito por trás dele continua a pertencer ao início dos anos 60.
Ficha técnica – Chevrolet Impala 1961
- Motor: 6 cilindros em linha, 3,8 litros; V8 de 4,6, 5,7 ou 6,7 litros
- Potência: 135 cv a 4 000 rpm (6 cilindros) / 170 cv a 4 200 rpm (V8 4.6) / 250 cv a 4 400 rpm a 350 cv a 6 000 rpm (V8 5.7) / 380 cv a 5 800 rpm (V8 6.7) Câmbio: manual de 3 (com sobremarcha opcional) ou 4 marchas, automático de 2 ou 3 marchas
- Dimensões: comprimento, 531 cm; largura, 195 cm; altura, 139 cm; entre-eixos, 302 cm
- Carroceria: sedã de 2 ou 4 portas, sedã hardtop de 4 portas, cupê hardtop e conversível
- Desempenho: 0 a 96 km/h em 7,3 segundos e 201 km/h (SS 409 de 1962, com V8 de 380 cv)
Chevrolet Impala 1967 na TV
Na série Supernatural (Sobrenatural no Brasil), os irmãos Winchester viajam pelos Estados Unidos em busca de casos paranormais. Para isso, utilizam um Chevrolet Impala Sedan 1967 preto. O carro pode ser considerado um dos personagens da série, que teve 15 temporadas. O modelo 1967 já tem outro visual, com linhas mais retas e menos adereços cromados na lateral. O carro da série usa um V8 327, ou seja, um 5.4 L big block que surgiu depois com 210 cv.