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Para o brasileiro, visual do carro é a qualidade mais importante

Alguns motoristas gostam de exibir os veículos que dirigem, mas se esquecem de cuidar da própria imagem

Por Paulo Campo Grande
Atualizado em 11 Maio 2021, 14h59 - Publicado em 5 abr 2018, 17h23
Bubble Gum Treffen 2017
Há apenas 30 Polo GTI (identificado por ser 2p) no Brasil. Ao lado dele uma réplica do Golf Harlekin europeu (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Brasileiro é vaidoso. Gosta de exibir seu carro seja novo ou usado bem conservado, equipado ou original e, de preferência, sempre brilhando de limpo.

Estudos das fábricas mostram que a simbologia dos veículos tem peso determinante na decisão de compra dos brasileiros.

Até aí, tudo bem. Somos brasileiros. O que me intriga é o fato de um povo tão preocupado com a imagem ser tão descuidado quando está ao volante.

O motorista viaja com conforto. A iluminação interna é azul
Nem sempre é fácil negociar espaço nas ruas (Divulgação/Quatro Rodas)

Obviamente não estou falando de toda a população. Mas me refiro a muitos que cometem infrações como ultrapassar pelo acostamento, por exemplo, sem medo de parecer sem educação e desrespeitoso para com os demais.

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E aqueles incapazes de uma gentileza. Que não cedem passagem quando outro sinaliza a intenção de fazer uma manobra.

Ao contrário, aceleram para não deixar espaço.

Falo também dos que atiram lixo nas ruas. Não adianta ter um carro bonito e se comportar assim.

Estacionamento
Nem todos procuram vagas que não sejam reservadas (Acervo/Quatro Rodas)
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Há os que não sabem conviver socialmente, fecham cruzamentos, invadem faixas de pedestres, estacionam em vagas reservadas para deficientes e idosos. Que vergonha.

Alguns instalam reboques na traseira sem ter sequer uma carretinha para rebocar.

O argumento de quem instala o reboque sem ter o que rebocar é a proteção contra aquelas encostadas que às vezes ocorrem nas manobras de estacionamento. Pura ignorância.

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Para-choques foram feitos para isso: absorver pequenos impactos. É o reboque que danifica os para-choques alheios – e machuca as pernas dos pedestres desavisados.

Mercedes-Benz GLC 250 e GLE 400 Coupé
Reboque não é protetor de para-choque (Divulgação/Mercedes-Benz)

Há momentos em que a gente não sabe se o motorista é mal-educado ou desconhece o carro que dirige.

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É o caso daqueles que acionam as luzes de neblina traseiras sem necessidade.

Quero crer que a pessoa acende essa luz sem saber o que faz.

Porque essa luz é bem mais forte que a luz regular e agride os olhos do motorista que vem atrás, quando usada sem uma condição que a justifique.

Se o objetivo for chamar a atenção, acionar a luz de neblina pode ter efeito contrário, uma vez que essa luz pode cegar momentaneamente os outros.

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Na Alemanha, país que tem cultura automobilística maior e mais antiga que a nossa, ligar as luzes de neblina sem necessidade é motivo de multa e apreensão do veículo.

No Brasil, não. Mas, o motorista que anda com essa luz acessa só porque anoiteceu passa recibo de individualista, de alguém que não respeita o próximo ou, na melhor das hipóteses, não sabe utilizar o equipamento que tem.

O perfil de motorista descuidado da própria imagem não poupa ninguém: jovem, idoso, homem, mulher, motorista de carro popular, de carro de luxo importado, profissionais, amadores. E o trânsito é só uma faceta da sociedade.

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