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Mitos e verdades da manutenção automotiva

Criadas por consumidores, mecânicos ou antigas práticas, algumas histórias são tão verdadeiras quanto as figuras folclóricas

Por Guilherme Fontana
Atualizado em 1 out 2021, 16h08 - Publicado em 19 set 2016, 14h06

Mitos e verdades da manutenção
Mitos e verdades da manutenção (Mauro Souza/Quatro Rodas)

O mundo automotivo é rodeado por mitos, como a necessidade de esquentar o motor em dias frios e a economia ao descer ladeiras em ponto morto.

Criados pela mente do consumidor, pelas histórias dos mecânicos ou oriundos de antigas práticas que insistem em não serem abandonadas mesmo com o avanço da tecnologia, tais hábitos, muitas vezes desnecessários e tão reais quanto o Saci-Pererê, criam o risco de graves danos ao veículo.

Por isso, separamos as histórias mais contadas por aí e contamos o porquê de elas não passarem de mitos da manutenção.

Deve-se usar um tanque de álcool para cada três de gasolina

Apesar de alguns mecânicos recomendarem usar gasolina entre determinados intervalos de tempo ou quilometragem entre os abastecimentos com etanol, as montadoras desmentem essa necessidade.

Segundo elas, motores bicombustíveis foram projetados para funcionar com qualquer um dos combustíveis e em qualquer proporção.

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A prática nasceu no tempo dos primeiros carros flex, quando o álcool tinha baixo índice de lubricidade e alternar com a gasolina deixava a queima menos seca.

Por outro lado, o conhecido ruído de “grilo” que alguns motores flex produzem ao funcionar com gasolina ainda é um fato, e explica-se pela pré-ignição que ocorre quando o sistema demora em detectar o tipo de combustível no tanque.

Deixar o carro automático travado na posição P do câmbio é suficiente ao estacionar

Muitos acham que basta colocar o câmbio automático em P e desligar o motor – e nem sequer lembram de acionar o freio de mão. Afinal, o automóvel vai estar seguro. Até vai, mas isso com o tempo vai danificar a trava do câmbio.

Na verdade, há um procedimento correto ao estacionar um automático: pare o veículo, depois puxe o freio de mão, leve a alavanca para a posição N, espere o carro se acomodar até ficar preso pelos freios e, por último, coloque na posição P.

O motor deve ser aquecido antes de sair em dias frios

Esquentar o carro antes de sair da garagem em dias frios caiu em desuso nos modelos mais novos graças à injeção eletrônica.

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Por causa dela e da maior eficiência das atuais bombas de óleo e combustível, a lubrificação do sistema e a dosagem da mistura de ar e combustível já estão programadas automaticamente para a próxima partida.

O motor hoje deve ser aquecido com o carro em movimento. Não se deve esquecer, no entanto, de checar o nível de gasolina no reservatório do tanquinho de partida a frio.

Descer ladeiras em ponto morto economiza combustível

Assim como esquentar o motor, a prática acima era necessária em veí­culos mais antigos, dotados de carburador. Atualmente, a injeção de combustível é automaticamente cortada quando o veículo desce ladeiras engatado, já que o movimento das rodas é capaz de fazer o motor girar.

Se o motorista desengatar o câmbio, o motor será acionado pela injeção de combustível. Ou seja, na prática hoje é o inverso: é mais econômico descer engrenado do que desengatado, além de se manter o freio motor – o que evita o desgate prematuro dos discos ou tambores dos freios.

Andar com o motor em rotações baixas poupa o conjunto

Existe o momento certo para que o motor seja utilizado de forma mais amena. É verdade que há uma grande economia de combustível em relação ao trabalho em giros mais altos.

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No entanto, deve-se atentar para algumas situações: tentar fazer retomadas sem reduzir marchas ou andar em velocidades incompatíveis com marchas mais altas pode causar desgaste precoce em componentes do motor e do câmbio, além de provocar superaquecimento no conjunto.

Carros que rodam apenas em percursos curtos (menos de 6 km) na cidade estão submetidos ao chamado uso severo, quando o motor é desligado antes que a temperatura ideal de funcionamento seja atingida.

Nesses casos, é recomendável ocasionalmente pegar estrada e “esticar” as marchas, o que pode ajudar na saúde do motor a médio-longo prazo.

O gás do ar-condicionado acaba ou tem prazo de validade

O gás do ar-condicionado não acaba por uso e nem fica velho por falta dele. A única maneira de recargas ou substituições serem necessárias é por vazamento, decorrente de algum problema no reservatório ou nas mangueiras. Caso contrário, ele deve durar toda a vida útil do veículo.

Acelerar o carro antes de desligar lubrifica o sistema

Pelo contrário. A prática retira o óleo lubrificante das paredes dos cilindros, uma vez que a gasolina bombeada acaba escorrendo por elas após não ter sido queimada.

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Isso prejudica a próxima partida, que passará por um maior atrito dos componentes. Já os antigos carros com carburador e motores de dois tempos necessitavam da pressão no pedal do acelerador para uma melhor partida na vez seguinte.

Esterçar o volante com o carro parado causa problemas

Apesar de exigir maior esforço do sistema (o que a longo prazo pode aumentar o desgaste do conjunto), é possível esterçar o volante com o carro parado sem causar danos ao veículo. O ideal, porém, seria movimentar um pouco o carro a cada esterço.

O que não se deve fazer jamais é girar e segurar o volante quando ele atingir o batente (isso danifica a bomba) e estacionar com as rodas apoiadas na calçada.

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