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Higienizar o interior do carro evita problemas de saúde; como fazer?

Limpeza dos revestimentos da cabine vai além dos bancos e pode evitar doenças respiratórias

Por Da Redação
27 jan 2024, 16h20
Aspirar o pó regularmente ajuda a evitar a proliferação de fungos e bactérias (Divulgação/Quatro Rodas)
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Provavelmente você já viu um ácaro. Não a olho nu, mas a imagem dele reproduzida em comerciais de travesseiros. Aquele bichinho que mais parece um Fiat Palio 1996 é só um dentre milhares de seres microscópicos, bactérias e fungos responsáveis pelas crises respiratórias dos humanos. E que não estão apenas no travesseiro, mas até na cabine do carro.

Os revestimentos dos bancos e de outras partes do acabamento do veículo são um prato cheio para a proliferação desses micro-organismos. Potencialmente, os de tecido ou aveludados acumulam ainda mais esses terríveis agentes que causam problemas à saúde e atiçam alergias, rinite e asma.

Por isso, a higienização dos assentos, encostos, forrações e painéis do habitáculo do veículo é fundamental e deve ser feita periodicamente. Nessas ocasiões, é importante realizar uma limpeza completa da cabine, seja com produtos específicos, seja em lojas especializadas nesse tipo de serviço.

“O material que preenche os estofados automotivos, bem como o seu revestimento, pode promover o crescimento de diferentes micro-organismos, como bactérias, fungos e ácaros, que podem piorar os sintomas em indivíduos que têm alergias”, alerta o médico Clóvis Santos Galvão, coordenador da Comissão de Alérgenos da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).

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Não há um consenso sobre os intervalos para a limpeza dos revestimentos. Mas os especialistas consultados recomendam verificar se há alguma indicação no manual do fabricante ou fazer essa manutenção da cabine a cada seis meses ou, no máximo, a cada um ano.

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“Devido aos fungos e às bactérias, a determinação correta seria para fazer a limpeza de três em três meses, mas não é uma prática do mercado. Nos estofados de tecidos mais comuns, há um acúmulo muito grande de bactérias e fungos na espuma abaixo do tecido, no próprio tecido e na tela entre os dois materiais”, explica Rodrigo Ressurreição, fundador e CEO da Total Clean, empresa especializada em higienização veicular.

higienização
Usando os produtos corretos, o próprio motorista pode fazer a higienização (Divulgação/Quatro Rodas)

Quais produtos são usados? 

A recomendação é ainda maior para quem tem crianças, não só por elas ficarem expostas, mas porque elas costumam dar aquela sujada especial no interior do carro, com biscoitos e doces. Carros que ficam muito tempo em garagens na sombra e não expostos ao sol também requerem uma atenção especial.

Os produtos usados para limpeza dos bancos e outros acabamentos de tecido têm agentes bactericidas. Porém, é preciso usar substâncias indicadas para tal aplicação.

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“O produto que se usa é antibactericida, mas com PH neutro. Tem carros com couro, Alcantara, corino, tecido, tecido mais delicado… Então, o produto tem de ser neutro para não danificar ou manchar os revestimentos”, reforça Claudia Leal, gerente de estética da Widmen Spa, especializada em estética automotiva.

Para os revestimentos de tecido, a orientação de médicos e especialistas é realizar a aspiração e depois a limpeza com uma escova de cerdas macias e uma mistura de (pouca) água e sabão neutro. Após o processo, deixar as portas abertas em um ambiente arejado para ventilar, de modo a evitar que o estofado fique úmido ou com mau cheiro.

No caso dos bancos de couro, o ideal é usar apenas um pano umedecido com sabão neutro. E hidratar o couro uma vez ao mês para evitar rachaduras e ressecamentos – só que com produtos específicos para aplicação automotiva, nada de hidratante corporal. Evite encharcar as superfícies e passe um pano para remover o excesso depois.

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Só que não se deve ficar restrito à higienização dos assentos e encostos. Teto, apoios de cabeça, assoalhos, tapetes, painéis (mesmo os de plástico) devem passar por uma manutenção regular. O mesmo vale para o sistema de ar-condicionado, com a troca do filtro e a limpeza de dutos e palhetas.

Diferentes empresas também realizam esse serviço periódico de limpeza das partes da cabine. Pode durar de 40 minutos a 1h30, conforme o tamanho do veículo e o nível de sujeira. Os preços variam entre R$ 180 e R$ 300, dependendo da localidade, da loja e do modelo de automóvel também.

Evite os micro-organismos 

Além dessa manutenção regular da cabine, o próprio motorista pode tomar alguns cuidados para minimizar a proliferação de bactérias, fungos e ácaros nas variadas superfícies do habitáculo.

“Mantenha sempre a aspiração em dia, uma vez por semana, pelo menos, porque, toda vez que a gente acessa o veículo, entra com poeira e essa poeira penetra no tecido. Outro ponto é: deixou derramar alguma bebida? Passe um pano úmido com sabão neutro, depois aplique pano apenas úmido e, em seguida,  um pano seco”, orienta Claudia, da Widmen.

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Para quem tem garagem própria ou espaço, deixar o carro no sol sempre que possível é uma dica. Nessas horas, manter o automóvel arejado e com as portas abertas é o ideal.

“Mas cuidado com exposições exageradas ao sol ou uso de produtos químicos que podem manchar e danificar seu veículo, e não são tão eficazes para a remoção de ácaros e fungos. O uso de produtos com cheiro muito forte também pode ser prejudicial para quem tem alergia respiratória”, adverte o médico Clóvis Galvão.

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