Chevrolet Tracker usado é robusto, mais barato que Onix, mas beberrão
O SUV urbano da General Motors convence no conforto e na estabilidade e fica devendo apenas um porta-malas mais adequado
Desenvolvida na Coreia do Sul, a plataforma GSV deu origem a uma série de produtos bem-sucedidos da GM como Chevrolet Cobalt, Spin, Onix, Sonic e a segunda geração do SUV Tracker, que já pode ser encontrada por valores mais baixos que um popular zero-km.
Apenas tenha em mente que os exemplares mais antigos desta geração já completaram dez anos de uso: a maioria encontra-se com centenas de milhares de quilômetros rodados.
São 4,25 metros de comprimento, 1,78 de largura, 1,65 de altura e 2,55 entre os eixos: o Tracker oferece espaço interno para quatro adultos, mas o porta-malas de apenas 306 litros acaba por torná-lo inadequado para famílias que viajam muito.
A versão mais valorizada é a Premier, que surgiu no modelo 2018 para substituir a LTZ. É impulsionada pelo motor 1.4 Turbo de 153 cv e 24,5 kgfm, sempre acoplado a um câmbio automático de seis marchas. Vai de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos e faz 14 km/l na estrada. Os airbags laterais e de cortina e alertas de mudança de faixa e de colisão só foram oferecidos como opcionais. O pacote básico trazia apenas ESP, bancos de couro, teto solar, sensor e câmera de ré, alerta de ponto cego e chave presencial.
Baseada na Premier, a versão Midnight traz a carroceria, maçanetas, friso do porta-malas, rodas e emblemas pintados de preto. O tom também impera no interior, tendo apenas detalhes em tom brilhante.
A grana tá curta? Procure a versão LT a partir do modelo 2017, que tem o mesmo 1.4 Turbo sem abrir mão da central multimídia MyLink, volante multifuncional, direção elétrica, faróis de neblina, roda de liga leve, start-stop e piloto automático. Quem tem receio de carro usado com motor turbo deve escolher o Tracker LTZ entre os modelos 2014 e 2016: o motor Ecotec de 1,8 litro e 144/140 cv é o mesmo que equipou a primeira geração do Cruze. Só não espere a mesma eficiência: o 0 a 100 km/h é em 12,2 segundos e o consumo médio na estrada é de 13,1 km/l.
Dica mais importante: evite a série especial Freeride com motor 1.8, a única com câmbio manual de cinco velocidades. Além da baixa demanda, você abre mão de equipamentos interessantes como as rodas de 18 polegadas, os bancos revestidos de couro e o sistema multimídia MyLink.
Sem problemas crônicos, o Tracker de 2a geração é notório pela robustez e confiabilidade: está amparado por uma grande rede de concessionárias e os reparadores independentes sabem que há uma grande oferta de peças originais e paralelas para que a manutenção fique sempre em dia.
Defeitos do Chevrolet Tracker
Turbo (motor 1.4) – Queda abrupta no desempenho é indício de desgaste no rotor, folga no eixo ou problemas na vedação na válvula de alívio. O problema quase sempre depende da substituição do conjunto completo, que custa cerca de R$ 19.000 na concessionária, fora a mão-de-obra.
Bomba de óleo (motor 1.4) – Queda na pressão também resulta em desempenho fraco: o problema pode estar na válvula solenoide. A boa notícia é que o componente já é vendido separadamente e custa em torno de R$ 280.
Transmissão automática – Robusto e confiável, o câmbio GF6 não necessita de verificação ou troca periódica do fluido, mas em caso de substituição deve ser observada a especificação Dexron IV.
Injeção direta (motor 1.4) – Marcha lenta irregular, falhas, aumento no consumo e queda no desempenho são sintomas de pressão insuficiente. Em geral, o problema é causado por impurezas.
Teto solar – Verifique o funcionamento do sistema: oxidação e ruídos anormais na abertura e fechamento indicam que o componente precisa de uma revisão completa. Manchas e mofo na persiana e no forro são indícios de falha na vedação.
A voz do dono
Nome: Bruna Monteiro Valvasori
Idade: 37 anos
Profissão: advogada
Cidade: Limeira (SP)
O que eu adoro:
“Estou tão satisfeita que já estou no segundo Tracker: é um SUV alto, robusto e com muita estabilidade tanto na cidade quanto na estrada. As manutenções apenas periódicas o tornam muito confiável.”
O que eu odeio:
“O que economiza em manutenção gasta no posto: prepare o bolso, pois ele está longe de ser econômico. E a direção poderia ter um pouco mais de firmeza como na geração atual.”
Preço médio dos Chevrolet Tracker usados* (KBB Brasil)
Modelo | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 |
FREERIDE 1.8 MT | 57.940 | – | – | – | – | – |
LT 1.8 AT | – | – | 63.210 | – | – | – |
LT 1.4T AT | – | – | – | 74.802 | 77.331 | 81.360 |
LTZ 1.8 AT | 62.152 | 63.897 | 67.331 | – | – | – |
LTZ 1.4T AT | – | – | – | 78.091 | – | – |
PREMIER 1.4T AT | – | – | – | – | 81.571 | 85.117 |
MIDNIGHT 1.4T AT | – | – | – | – | – | 86.764 |
Preço das peças do Chevrolet TRacker
Preço das peças | OriginaL | Paralelo |
Farol | 3.596 | 2.300 |
Jogo de amortecedores | 8.745 | 2.470 |
Par de discos Dianteiro | 2.115 | 982 |
Jogo de pastilhas Dianteiro | 977 | 667 |
para-choque dianteiro | 3.353 | 1.499 |
Nós dissemos
Outubro de 2013 – “Avaliado no campo de provas da GM, em Indaiatuba (SP), o Tracker cedido para teste cumpriu a prova de aceleração de 0 a 100 km/h em 11,3 segundos, um tempo melhor que o divulgado pela fábrica, de 11,5. (…) Ao volante, o destaque do Tracker é, sem dúvida, a boa calibragem da suspensão, capaz de garantir bom nível de conforto e estabilidade.”
Pense também em um…
Renault Duster – Se destaca pela facilidade de revenda, baixo custo operacional e facilidade de manutenção: é bem conhecido dos mecânicos e suas peças são facilmente encontradas na rede de concessionários. Os motores 1.6 16V (110/115 cv) e 2.0 16V (138/142 cv) agradam, mas apenas o último oferece a opção de câmbio automático de quatro marchas ou tração 4×4.