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Dez carros que foram ridicularizados pelos brasileiros

De oficinas mecânicas a rodas de bar, os melhores (ou piores) exemplos do humor automotivo nacional

Por Redação
Atualizado em 11 abr 2021, 00h30 - Publicado em 4 ago 2017, 19h43

Fazer piada é um talento inato do brasileiro. Por aqui, a gozação come solta e, claro, os carros são alvos fáceis.

A gente já era craque em fazer meme antes mesmo de a internet surgir, e precedemos o bullying antes de o sarro a qualquer custo ganhar esse nome. Aqui, dar apelido a terceiros é quase um esporte nacional.

Reunimos nove automóveis que sofrem (ou sofreram) na nossa mão – para o bem ou para o mal.

Simca “Belo Antônio” Chambord

belo antonio
Nem a versão Profissional, mais espartana (e leve) entregava o desempenho que se esperava do Simca (arquivo/Quatro Rodas)

O apelido fazia menção ao fraco desempenho do V8, que mal passava dos 84 cv em suas primeiras versões. Esse propulsor não tinha fôlego para embalar a bela carroceria do sedã nacional.

Bonito, mas letárgico, o Chambord era comparado com o protagonista do filme “O Belo Antônio”, onde o garboso galã atraía a atenção das mulheres por onde passava, para depois frustá-las com sua impotência.

Volkswagen “Cornowagen” Fusca

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O primeiro carro nacional com teto solar de chapa não resistiu à maldade dos invejosos (Divulgação/Volkswagen)

A maldade destruir por décadas a reputação de um acessório muito bacana. Hoje o teto solar é reconhecido e, em algumas categorias, fundamental. Mas, na década de 60, era oferecido de forma inédita pela Volkswagen com seu popular Fusca (à época chamado apenas de Sedan).

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O moderno e discreto sistema de chapa não impediu as piadas, que relacionavam o teto com a necessidade de seu proprietário abrir espaço para seu par de chifres.

O bullying foi tanto que o equipamento foi oferecido por menos de um ano. Muitas unidades, inclusive, tiveram seu teto fechado após a compra.

Ironicamente, Fusca com teto solar original é uma raridade atualmente e esses modelos estão entre os mais valorizados no mercado de clássicos.

Fiat Marea Fivetech

Amado pelos fãs, chamado de "bomba" pelos detratores, o Marea Turbo fez história
Motor complexo, plano de manutenção inadequado e donos relapsos ofuscaram o bom desempenho dos Marea 20V (Acervo/Quatro Rodas)

Clássico exemplo de quando o humor se sobrepõe à realidade. Os motivos para a péssima fama mecânica das versões cinco-cilindros do modelo são inúmeras, mas as duas principais fontes de piadas envolvem o sistema de lubrificação e as correias.

A origem dos problemas teria sido criada pela própria Fiat, que indicava no manual do carro um intervalo de 20 mil km para a troca de óleo – o dobro do praticado até hoje pela indústria nacional.

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Soma-se a isso o uso de fluidos com especificação inferior e a demora para a troca da correia dentada – que exigia a remoção do motor do cofre e aumentava o custo da mão de obra. Pronto – treta plantada.

Resultado já conhecemos: o Marea até hoje tem sua imagem atrelada à de uma oficina mecânica.

Honda Civic “Sem Torque” Si

Civic Si - ed. 5/2011
O Civic Si da primeira geração era desejado, mas tinha um apelido indesejado (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Não dá para falar que, neste caso, não há um pingo de verdade na piada. O Civic Si foi lançado há dez anos com destaque para os 192 cv obtidos por um motor 2.0 de aspiração natural.

Toda essa potência era produzida com o motor girando a índices inéditos até então, com pico acima dos 7.800 rpm – sempre acompanhado de um ruído característico do comando variável VTEC identificado de longe por fãs da Honda.

Só que o torque máximo não subiu na mesma progressão que a potência e estacionava nos 19,2 mkgf, obtidos a altos 6.100 rpm. Como referência, o 1.8 usado pelo Civic na mesma época chegava aos 17,7 mkgf a 4.300 rpm, enquanto que a versão 2.0 do modelo atual atinge 155 cv e 19,5 mkgf (a 4.800 rpm) com etanol.

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Na prática, o Civic Si até tinha uma boa quantidade de torque, mas ela só era entregue em rotações muito elevadas para o uso urbano, dando início às piadas – certamente iniciadas por donos de Golf GTI e seus motores que exigiam gasolina premium para chegar aos 193 cv.

Ford censurado Ka

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O design incomum do primeiro Ford Ka não resistiu à veia humorística do brasileiro (divulgação)

Gosto é algo bem subjetivo, mas sempre foi difícil encontrar fãs do design do Ford Ka de primeira geração. Seu visual ousado foi o principal combustível das gozações, muitas delas envolvendo comparações com seu espaço interno mediano e um certo orifício do sistema digestório.

A traseira era foco de boa parte das críticas. Não à toa, a Ford logo tratou de promover uma reestilização na traseira, exclusiva para a região, em 2002. Quando o assunto é vendas, no entanto, o Ka só emplacou ao ser completamente reformulado e adotar nova proposta em sua segunda geração.

Fiat Uno “com escada no teto”

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Se a versão Cargo do Uno já era rápida por ser mais leve, imagina com uma escada no teto… (QUATRO RODAS)

Este é um caso polêmico. Por um lado, a fama de foguete sobre rodas, capaz de superar até o melhor esportivo europeu, pode ser vista como uma coisa boa para o Fiat Uno.

Em contrapartida, muitas dessas piadas nasceram a partir da imprudência de motoristas profissionais e prestadores de serviço a bordo de carros de frota – equipados, na maioria das vezes, com uma escada sobre o teto.

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Mas não é só de infrações de trânsito que o portfólio humorístico da “botinha ortopédica” é feito. Entre os memes possíveis com o Uno estão referências com sua robustez padrão Caterpillar, sua economia de combustível a nível do Toyota Prius e a simplicidade de seu acabamento de fazer inveja ao Tata Nano.

Willys “Leite Glória” Gordini

Renault Gordini
Se antigamente achavam que o Gordini não era robusto, imagina se os piadistas de antigamente conhecessem alguns carros chineses de agora (Arquivo/Quatro Rodas)

Por vezes a piada é tão espirituosa que quase dá para esquecer a maldade embutida nela. Só precisa explicar a referência alimentícia aqui, que associava o leite em pó nacional com o sedã francês.

O ponto em comum era que ambos “desmanchavam sem bater”.

Ironicamente outra versão do mesmo carro ganhou um apelido muito mais positivo. Após capotar em um teste de resistência no Autódromo de Interlagos e seguir rodando, a versão despojada do Gordini foi batizada de “Teimoso”.

Parece que o jogo virou, não é mesmo?

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Chevrolet Monstrana

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Goste ou não dela, a Montana segue firme e forte no catálogo da Chevrolet do Brasil (Divulgação/Chevrolet)

A segunda geração da picape Corsa, rebatizada de Montana, conquistou uma boa parcela das vendas do segmento com um conjunto mecânico afinado e cabine espaçosa. Como o hatch do qual era derivada saiu de linha, restou à GM desenvolver a próxima versão do modelo em cima do Agile.

O design do dois-volumes nunca foi um de seus atributos, e o mesmo aconteceu com a picape. Com um para-choque frontal exclusivo e linhas exóticas, não tardou para a Montana ganhar uma corruptela misturando seu nome a algo monstruoso.

Como o Predador da série de filmes cuja máscara é frequentemente associada às linhas frontais da picape.

Fiat Tipo com motor “Fire”

Além de ser considerado um modelo médio, o Tipo era importado quando conquistou a liderança
Muitas piadas do Fiat Tipo são maldosas, mas as que envolvem a reparabilidade da tampa do porta-malas têm um fundo de verdade… (Divulgação/Fiat)

Este é um caso de piada póstuma. Sucesso de vendas até então, o Fiat Tipo teve, com o perdão do trocadilho, sua imagem queimada após uma série de incêndios nos carros, sempre na versão 1.6 importada.

Um defeito no sistema de direção hidráulica motivou dois recall por parte da Fiat, mas nenhum deles foi capaz de apagar o incêndio (com trocadilho) provocado em sua reputação.

Pouco depois a Fiat lançou no Brasil a linha de motores F.I.R.E. (sigla em inglês para motor robotizado totalmente integrado) na linha Palio.

Como as letras também formam a palavra inglesa para fogo, a piada estava pronta, ainda que tecnicamente errada: o quatro-cilindros 1.6 era inocente no caso dos Tipos inflamáveis.

Toyota Hilux Incapotável

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Spoiler: a Toyota Hilux não capotou durante este teste. Mas foi por pouco (Teknikens Värld/Youtube)

Justiça seja feita, pelo menos nos testes da revista sueca Teknikens Värld, a Hilux não capotou. Mas isso só ocorreu graças à perícia do piloto de teste, que impediu a picape de ficar em seu habitat natural, como diriam os piadistas de plantão.

Só que a combinação do centro de gravidade elevado, pneus de perfil alto e suspensão macia são uma receita certa para que qualquer veículo tenha sua estabilidade comprometida.

Esse é um dos motivos pelo qual diversos SUVs (e picapes) possuem um adesivo, geralmente no para-sol, que alerta para o risco de capotamento. Mas quase tombar em duas gerações diferentes em um mesmo teste só ajudou os piadistas a sacanearem a Hilux.

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