VW T-Cross Sense 2025 custa menos que Polo de olho no público PCD
Versão de entrada fica abaixo dos R$ 120.000 e faz concessões, principalmente, na aparência; mas mantém espaço e bons pacotes de segurança e multimídia

Este é o Volkswagen T-Cross 2025 mais barato à venda, e que custa menos do que um Chevrolet Onix, um Hyundai HB20 ou até mesmo do que um Polo, em suas versões de topo. Trata-se da versão Sense, inicialmente pensada para o público PCD (Pessoas com Deficiência), mas que passou a ser oferecida também para o público geral.
Sua origem para PCD vem do preço, que fica abaixo dos R$ 120.000, atual teto para isenções totais de IPI e ICMS. Para este público e com todas as isenções, ele sai por aproximadamente R$ 102.000. Para o público geral, o preço cheio também atrai: R$ 119.990. Ou seja, R$ 29.000 a menos em relação a versão 200 TSI, imediatamente acima.
Como ele consegue isso? Fazendo pequenas concessões de equipamentos e itens de aparência, e limitando as opções de cores da carroceria a preto, prata ou branco. Ele também não faz parte do programa de revisões das demais versões, que têm as três primeiras gratuitas. Para o Sense, paga-se todas.

Mais simples por fora…
As economias do T-Cross Sense ficam, principalmente, em itens de aparência ou menor impacto. Na dianteira, ele é idêntico ao 200 TSI, com a grade toda em preto fosco, assim como os nichos das extremidades do para-choque, sem nada de cromado. Ao menos o aplique prateado faz a diferença e os faróis são os mesmos full led das demais versões, com acendimento automático.
Mas não há sensores de estacionamento frontais. Estes só estão disponíveis a partir da versão Comfortline, de R$ 167.790. Em tempo: não se iluda pelos círculos nos nichos dos para-choques, que se parecem com sensores. São apenas peças plásticas fechando o local onde iriam os sensores, para que não haja necessidade de criar peças diferentes para as versões.

Os maiores cortes de aparência do T-Cross de entrada estão nas laterais, a começar pelas rodas de ferro de 16 polegadas, cobertas por calotas. Os pneus são 205/60. Logo acima, estão as maçanetas em plástico preto, sem pintura na cor da carroceria, e não há a plaqueta nos para-lamas identificando a versão.
Subindo um pouco mais, até o rack de teto foi retirado – talvez o que mais causa estranheza no Sense. Os retrovisores, porém, são pintados na cor da carroceria e têm repetidores de seta.

Na traseira, durante o dia, talvez a principal diferença passe batido para os mais desatentos. Mas é uma diferença relevante, já que foi uma das principais atrações do T-Cross 2025: o Sense não tem as barras iluminadas na tampa do porta-malas, apesar das novas lanternas em led nas extremidades. Também sai o logotipo “200 TSI”, normalmente posicionado à direita da tampa traseira.
Assim como na dianteira, há um aplique prateado no para-choque traseiro que ajuda a quebrar a monotonia. Na traseira, há sensores de estacionamento, mas não câmera de ré.

… mas nem tanto por dentro
O interior do T-Cross Sense nos transporta para versões superiores, ou para a 200 TSI, no caso. O painel é exatamente o mesmo da versão mais cara, com apliques prateados em uma faixa central e no console, e com porções em um revestimento rígido, mas de toque emborrachado.

Os bancos também são os mesmos, com tecidos de boa qualidade e desenho em um padrão xadrez de bom gosto. Também se repete o apoio de braço macio nas portas. Há, porém, duas principais diferenças: a ausência de apoio de braço central e o volante, mais simples e antigo, mas ainda assim multifuncional.
Ele mantém o quadro de instrumentos digital de 8″ e a central multimídia VW Play de 10,1″, com Android Auto e Apple CarPlay sem fio. Mas tem só quatro alto-falantes, ou seja, dois a menos em relação às demais versões.

Nos equipamentos, conte também com ar-condicionado analógico, piloto automático com limitador de velocidade, detector de fadiga, assistente de partida em rampas, seis airbags e frenagem automática de emergência, com detecção de ciclistas e pedestres. Coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, retrovisores elétricos e sistema start-stop, estão inclusos.
Mas não conte com chave presencial, carregador de celulares por indução ou ar-condicionado digital bizona.

Bom espaço permanece, mas sem mimos
Um dos maiores trunfos do T-Cross não tem como tirar: o bom espaço interno. Nisso, ele vai muito bem e leva com conforto mesmo pessoas de maiores estaturas. O túnel central é elevado, mas estreito, sem causar tantos prejuízos para a acomodação de um terceiro ocupante.

Porém, assim como em outros pontos, também há cortes de custo para quem vai atrás do Sense. Não há saídas de ar-condicionado, portas USB e iluminação no teto. Luzes, apenas na dianteira.
O porta-malas não muda e segue com 373 litros de capacidade ou 420 litros no modo que prioriza a carga. Neste modo, o banco traseiro fica em posição praticamente vertical, em ângulo próximo a 90°. Ou seja, ajuda na carga, mas afeta o conforto dos passageiros.

Mecânica sem economias
O T-Cross Sense 2025 não perde nada no conjunto mecânico. Ou seja, ele segue com o motor 1.0 turbo de três cilindros com até 128 cv e 20,4 kgfm, aliado ao câmbio automático de seis marchas. Os freios a disco nas quatro rodas também permanecem.
De acordo com a Volkswagen, ele vai de 0 a 100 km/h em 10,4 segundos, com gasolina. Já as médias de consumo, segundo o Inmetro, são de 11,9 km/l na cidade e de 14,3 km/l na estrada, também com gasolina.

A dirigibilidade é a boa e velha conhecida do T-Cross, com direção leve e direta, e a suspensão com acerto mais firme, mas sem perder o conforto. Na versão Sense, há maior tendência de conforto pelos pneus de perfil mais alto, mas as condições de condução do modelo não nos permitiram atestar a diferença prática.
O acelerador sofre com a demora das respostas implementada nas últimas atualizações das regras de emissões do Proconve, que busca economizar combustível, mas acaba por piorar o desempenho. Mesmo assim, o T-Cross segue com boa agilidade, especialmente em condução urbana.

Veredicto
Por R$ 102.000 no caso de PCD, ou R$ 119.990 para o público geral, o T-Cross Sense é uma opção interessante para quem não quer levar um hatch compacto para casa. Ele mantém seus melhores atributos e tem um bom pacote multimídia e de segurança. Suas maiores baixas são em aparência ou em itens de menor relevância. Mas a maioria, ou os mais importantes por gosto, têm correção.
Por exemplo, é possível incluir rodas, rack de teto, câmera de ré e pintura nas maçanetas como acessórios nas concessionárias. É um pacote de aproximadamente R$ 10.000, o que ainda vai garantir uma boa distância pra versão 200 TSI.

Ficha técnica – VW T-Cross Sense 2025
Motor: 999 cm³, 12V, turbo, três cilindros, 128/116 cv a 5.500 rpm (etanol/gasolina), 20,4 kgfm a 2.000 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
Pneus: 205/60 R16
Dimensões: comprimento, 421,8 cm; largura, 176 cm; altura, 157,1 cm; entre-eixos, 265,1 cm; porta-malas, 420 litros; peso, 1.259 kg, tanque de comb., 49 litros