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Toyota RAV4 híbrido plug-in é mais rápido, mas não tão econômico

Toyota RAV4 ganha versão híbrida plug-in, a primeira da marca. O SUV ficou mais potente e forte, aumentou autonomia, mas consome mais que a versão híbrida plena

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 21 set 2024, 17h09 - Publicado em 20 set 2024, 17h00
TOYOTA RAV4
 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Não é de hoje que carros híbridos são vistos como a solução mais adequada para a descarbonização. A ideia de ter baterias menores, liberdade total de ir e vir, evitando partir completamente para a eletrificação pura, fez marcas como VW e GM reverem suas posições, desistindo de focarem em carros 100% elétricos.

A Toyota, por sua vez, que nunca assumiu um plano de eletrificação completa, sempre se comprometeu com a descarbonização, tendo feito o primeiro conjunto híbrido flex no Brasil, a bordo dos Corolla e Corolla Cross (além de apresentar um protótipo movido a hidrogênio extraído de etanol).

Nesse contexto, agora, a Toyota está lançando seu primeiro híbrido plug-in (ou seja: que também pode recarregar as baterias em uma fonte externa). Trata-se do RAV4 XSE PHEV. Esse SUV já era híbrido pleno, mas utilizava apenas o motor e a frenagem regenerativa para recarregar.

TOYOTA RAV4
Na traseira, friso entre as lanternas e saídas de escape são cromados (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A versão XSE PHEV é equipada com motor 2.5 a gasolina (o mesmo da versão híbrida convencional SX Connect) e dois motores elétricos, que juntos entregam 306 cv. A fábrica não divulga o torque combinado, mas estima-se que fique ao redor de 40 kgfm. A tração é integral.

A versão SX Connect tem três motores elétricos, um para cada roda dianteira e outro para o eixo traseiro. Mas, apesar de um motor a mais, traz números mais modestos de potência e torque: 222 cv e 28,4 kgfm.

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Uma vantagem dos sistemas híbridos plug-in está no fato de permitir o uso de baterias maiores (que levariam muito tempo para serem recarregadas em um sistema convencional). E baterias maiores dão maior liberdade para o computador do carro gerenciar o funcionamento dos motores, permitindo que se rode, inclusive, no modo puramente elétrico por longas distâncias. No caso do RAV4, a autonomia 100% elétrica é de 55 km, mas há rendimentos maiores, como o do Haval H6 PHEV34, que chega a 113 km. Sempre segundo o Inmetro.

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TOYOTA RAV4
No painel: quadro de instrumentos de 12,3”, multimídia de 10,5” e head-up display (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O RAV4 PHEV pode ser recarregado em casa ou nos eletropostos. Para as recargas domésticas, ele vem com um wallbox de 7,4 kW, que gasta 2h30min para uma carga completa, segundo a fábrica.

A Toyota diz que as médias de consumo chegam a 35 km/l, na cidade, e 30 km/l na estrada. Porém, obtivemos números bem mais modestos em nossa pista de testes. Fizemos 15,6 km/l no ciclo urbano, e 14,2 km/l no rodoviário, enquanto a versão híbrida plena foi ainda mais econômica, com médias de 17,3/15,3 km/l (cidade/estrada).

Essa diferença pode ser justificada pela variação de peso. A versão SX Connect é 245 kg mais leve. Ela pesa 1.755 kg, ante 2.000 kg da XSE. E também pelo conjunto mecânico mais potente e forte e que compensa o consumo mais elevado com um desempenho mais vigoroso e contribui para uma dinâmica exemplar.

TOYOTA RAV4
Quadro de instrumentos e tela da central multimídia têm boa resolução (Fernando Pires/Quatro Rodas)
TOYOTA RAV4
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

A aceleração de 0 a 100 km/h da versão XSE foi cumprida em 6,3 segundos – uma melhora significativa em relação à versão SX, que nessa mesma prova gastou 8,7 segundos. Nas retomadas, da mesma forma, a nova versão foi cerca de 2 segundos mais rápida do que a opção convencional.

Tanto a suspensão dianteira quanto a traseira são independentes e essa característica permite filtrar melhor as imperfeições do piso. No entanto, é a combinação de um desempenho mais vigoroso e o peso extra das baterias que tornam o RAV4 recarregável com uma dinâmica próxima à de sedãs esportivos. As curvas são contornadas com precisão mesmo em velocidades mais elevadas, e a carroceria não rola mesmo tratando-se de um SUV. O fato de o conjunto de baterias ser disposto no assoalho do RAV4 torna o seu centro de gravidade mais baixo, contribuindo para a estabilidade do chassi e também para a dinâmica elogiável.

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TOYOTA RAV4
Bancos com detalhes em vermelho são exclusivos da versão topo de linha (Fernando Pires/Quatro Rodas)
TOYOTA RAV4
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
TOYOTA RAV4
Porta-malas da versão plug-in leva 490 l, enquanto no da híbrida pleno cabem 580 l (Fernando Pires/Quatro Rodas)
TOYOTA RAV4
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

O lançamento teve um incremento nos equipamentos, com a inclusão de quadro de instrumentos digital de 12,3”, central multimídia em alta resolução com 10,5”, head-up display e retrovisores externos com desembaçamento.

O controle de cruzeiro adaptativo, segundo a marca, foi melhorado e agora funciona em todas as velocidades, além de reduzir a que foi ajustada pelo motorista, caso necessário em uma curva. Estreiam, ainda, assistente de permanência em faixa com alerta vibratório no volante, caso o condutor se distraia e esteja invadindo a faixa lateral sem perceber. A versão de entrada, SX Hybrid, já é equipada com diversos sistemas de assistência ao motorista, como piloto automático adaptativo, frenagem autônoma de emergência, alerta de saída de faixa e farol alto automático. E conta ainda com sete airbags, teto solar e bancos de couro.

O preço da XSE não é convidativo: R$ 399.990 – uma diferença de R$ 50.700 para a versão híbrida convencional. Mas o valor pode ser facilmente justificado pelos 84 cv e quase 20 kgfm extras, que proporcionam um desempenho superior, além de ser mais bem equipado e oferecer 55 km de condução apenas na eletricidade.

TOYOTA RAV4
Motor a gasolina é um 2.5, de quatro cilindros. Rodas aro 19 são diamantadas (Fernando Pires/Quatro Rodas)
TOYOTA RAV4
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Em relação ao rival histórico, o Honda CR-V Hybrid é um pouco mais acessível ao custar R$ 352.900 e é tão bem equipado quanto o Toyota, porém não é recarregável, apesar de ter o sistema e:HEV, no qual um dos dois motores elétricos traciona o carro e, portanto, é possível também conduzir exclusivamente no modo elétrico.

A questão é que o RAV4 Plug-in traz vantagens e, apesar do preço, reforça a tese de que híbridos podem ser a melhor solução do momento para uma mobilidade sustentável.

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Veredicto Quatro Rodas

RAV4 Plug-in Hybrid impressiona pelo comportamento dinâmico, bom desempenho e nível de equipamentos, mas preço é elevado frente aos rivais.

Ficha Técnica – Toyota Rav4 XSE

Motor gasolina: dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16V, 2.487 cm³, 185 cv a 6.000 rpm, 22,7 kgfm a 3.200 rpm
Motor elétrico: dois, 182 cv e 27,5 kgfm (dianteiro); 54 cv e 12,3 kgfm (traseiro)
Câmbio: CVT, tração integral
Suspensão: McPherson (dianteira), duplo A (traseira)
Freios: disco ventilado (dinteiro e traseiro)
Direção: elétrica
Rodas e pneus: liga leve, 235/55 R19;
Dimensões: comprimento, 460 cm; altura, 169 cm; largura, 185,5 cm; entre-eixos, 269 cm; porta-malas, 490 litros; tanque, 55 litros

Desempenho e consumo do Toyota Rav4 XSE

Aceleração
0 a 100 km/h 6,3 s
0 a 1.000 m 26,4 s – 190,8 km/h
Velocidade máxima
Retomadas
D 40 a 80 km/h 2,7 s
D 60 a 100 km/h 3,9 s
D 80 a 120 km/h 4,1 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0 14,1/25/55,6 m
Consumo
Urbano 15,6 km/l
Rodoviário 14,2 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx. 43,1 / – dBA
80/120 km/h 58,5/72,1 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h 95 km/h
Rotação do motor a 100 km/h
Volante 2,8 voltas
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