Toyota RAV4
O novo RAV4 foi redesenhado, mas não muda na essência. Será páreo para o Honda CR-V?
(nota do editor: O RAV4 foi apresentado no Brasil no último dia 6/5. Aqui, você encontra as impressões ao dirigir que realizamos com o modelo na Europa. No final do texto você encontra as informações sobre as versões e preços aqui no Brasil. O teste com o RAV4 você verá em nossa edição de junho)
A Toyota anuncia o novo RAV4 como um exemplar de quarta geração, mas não é bem assim, já que o critério para definir geração é a existência de uma nova plataforma, e o jipinho apresentado agora usa a mesma base da terceira geração, lançada em 2006 e reestilizada em 2009. Considerando que a indústria está em constante evolução, manter uma plataforma mais antiga pode significar abrir mão de tecnologias importantes que podem contribuir em aspectos como redução de peso e aumento da segurança.
Olhando o exterior, no entanto, o RAV4 é um carro inteiramente novo. A frente a segue o estilo batizado de “Under Priority”, que identifica os últimos lançamentos da marca e é caracterizado pela grade dianteira reduzida, pelo para-choque com abertura trapezoidal e pela linha de cintura ascendente, entre outros elementos. Internamente, a cabine abandona as divisões verticais, com o console no centro, e adota planos horizontais sobrepostos. Apesar dessas mudanças, para quem conhece o RAV4 de terceira geração, o ambiente parece familiar, uma vez que não há surpresas no design dos bancos e das laterais das portas. Também a configuração e o espaço internos são os mesmos.
Em comparação com o antecessor, o RAV4 ficou 6 cm menor no comprimento e na altura, cresceu 2 cm na largura e manteve o entre-eixos (de 2,66 metros) inalterado. No porta-malas, houve aumento da capacidade de 540 para 547 litros.
A versão avaliada tinha acabamento simples, com plástico duro na parte superior do painel e frisos com pintura metálica, mas estava bem equipada – central multimídia, GPS, ar-condicionado digital, computador de bordo, volante multifuncional, sete airbags (incluindo o de joelhos para o motorista) e ESP. Graças aos ajustes do volante em altura e profundidade e do assento do motorista em distância e altura, é fácil encontrar a melhor posição de dirigir. Para quem vai atrás, a conveniência é a ampla abertura das portas e o piso plano atrás. O banco traseiro é bipartido, reclinável e rebatível para ceder espaço à bagagem, se necessário. Mas o RAV4 não tem a terceira fila de bancos, como alguns rivais.
O motor 2.0, de 151 cv de potência e 19,9 mkgf de torque, contenta apenas motoristas mais pacatos, que rodam preferencialmente em centros urbanos. Os mais atirados sentirão falta de ímpeto para suas aventuras em estradas de terra. Ele traz injeção direta, comando de válvulas e coletores de admissão variáveis, mas só acorda acima de 2 000 rpm. O câmbio é CVT e a tração 4×4, sob demanda. Em condições ideais, todo o torque é enviado para as rodas da frente e, dependendo da necessidade, pode ser dividido igualmente entre os eixos. Nas suspensões foi feito um trabalho com o intuito de controlar melhor os movimentos da carroceria, um dos principais objetivos que motivaram a redução da altura do RAV4. Houve alterações nas molas, amortecedores e barras estabilizadoras. E a assistência elétrica da direção teve o software alterado para permitir respostas mais rápidas e diretas.
Preços e versões no Brasil – Por 96.900 reais, a versão de entrada vem com ar-condicionado, direção hidráulica, airbag duplo, bancos revestidos em tecido, freios ABS, computador de bordo com sete funções, sensor de estacionamento traseiro e som com Bluetooth. A opção intermediária, vendida por 109.900 reais, é equipada com o mesmo motor 2.0, mas adiciona tração 4×4, ar-condicionado digital bizona, airbags laterais e do tipo cortina, câmera de ré e bancos revestidos em couro. A configuração topo-de-linha troca o motor de 2-litros por um 2.5 com duplo comando variável de válvulas, que entrega 179 cv. Tração nas quatro rodas e teto solar elétrico estão entre os equipamentos de série. São duas opções de transmissão: as versões com motor 2.0 tem um câmbio CVT, enquanto o motor 2.5 é combinado com uma caixa automática de seis marchas.
VEREDICTO
Apesar de ter mantido a plataforma da geração atual, o novo RAV4 foi inteiramente reconstruído, para enfrentar a concorrência de igual para igual.