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Teste: por que o melhor VW Gol de todos os tempos não vende bem?

Com motor 1.6 16V e câmbio automático, o modelo nunca esteve tão equipado, mas enfrenta concorrência dentro da própria casa

Por Gabriel Aguiar
Atualizado em 27 ago 2020, 10h43 - Publicado em 27 ago 2020, 07h45
Modelo é o automático mais barato da marca (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Já faz dois anos que o Volkswagen Gol ganhou câmbio automático. E, com as mudanças para a linha 2021, dá para dizer que essa é a melhor versão que já existiu – quando se fala apenas da lista de equipamentos, OK? Mas difícil é convencer o comprador…

Segundo apuração da QUATRO RODAS, essa é a configuração menos vendida do hatch: foram 777 emplacamentos no acumulado deste ano, contra 19.351 unidades da versão 1.0 e 4.457 unidades da opção 1.6 com câmbio manual (ainda com motor de 8V).

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Pior é que a briga fica realmente complicada dentro da própria casa, já que o irmão Polo, que tem exatamente o mesmo conjunto mecânico, vendeu 1.872 unidades em 2020. Mas o principal destaque fica por conta das opções 1.0 TSI, com 13.983 vendas.

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VW Gol
Configuração é a menos vendida do Gol em 2020 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Por R$ 63.540, o veterano topo de linha ainda mantém o título de automático mais barato da marca. Mas a diferença em relação ao novato – que já oferece controles de tração e de estabilidade, assistente de partida em rampa e airbags laterais – é de R$ 2.450.

Durante a nossa breve convivência com o Gol, ficaram claras algumas das qualidades que garantiram a soberania do modelo como líder de vendas por décadas. Só que também há características que entregam a idade do projeto, que está nas lojas há 12 anos.

VW Gol
Painel recebeu atualizações na penúltima reestilização (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Quer um exemplo? O bom acerto da suspensão, que tem uma pitada de esportividade sem comprometer o conforto, continua em dia. Mas, por outro lado, não há assistência elétrica para a direção (que é hidráulica). Fato é que o Gol continua bom para dirigir.

Nas acelerações, o veterano tem mais fôlego que o Polo com o mesmo conjunto: na nossa pista de testes, foram 12,4 segundos para chegar aos 100 km/h, contra 13,9 s do irmão. E, no consumo, conseguiu médias de 12,3 km/l na cidade e 16,4 km/l na estrada. Sempre com gasolina.

Há borboletas atrás do volante para trocas sequenciais das marchas (Divulgação/Volkswagen)

Por outro lado, o Gol parece não gostar de silêncio – culpa da falta de isolamento acústico. Basta pisar com mais entusiasmo no acelerador para interromper qualquer conversa entre os passageiros. Com motor em rotação máxima, 75,6 dB (no Polo, 68,2 dB).

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Ainda há outros efeitos do tempo, como a linha de cintura baixa na cabine, bem diferente do que se tornou padrão nos últimos anos, e botões espalhados sem nenhuma lógica. Ou você conhece outro modelo que ainda tenha comandos dos vidros traseiros no meio do painel?

Agora há cintos de três pontos e apoio de cabeça para todos os ocupantes (Gabriel Aguiar/Quatro Rodas)

Na lista de equipamentos de série, o Gol vai na contramão dos veículos que envelhecem e ficam mais equipados. Por isso, quem quiser itens básicos, como vidros e travas elétricas, chave canivete, retrovisores e maçanetas na cor da carroceria, pagará a mais.

O pacote “Urban Completo” custa R$ 3.480 e, além dos equipamentos já citados, inclui computador de bordo, sensor de estacionamento traseiro, coluna de direção com ajustes de altura e profundidade. Já o som aumenta R$ 1.150 (e a central R$ 2.310).

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Comando dos vidros traseiros ficam no painel (Gabriel Aguiar/Quatro Rodas)

Totalmente equipado, o ex-líder de mercado pode chegar aos R$ 70.940. Por sua vez, o Polo oferece apenas um pacote de opcionais – que tem rodas de liga leve aro 15, sensor de estacionamento e central multimídia – e, com tudo isso, custa R$ 70.715.

Em relação ao irmão mais velho, o novato oferece mais espaço interno (afinal, são 10 cm a mais no entre-eixos). Só que isso não significa que o Gol é apertado para quem viaja na segunda fileira graças ao recuo que existe no encosto dos bancos dianteiros.

Ajuste de altura do banco do motorista muda apenas a inclinação do assento (Gabriel Aguiar/Quatro Rodas)

Considerando as atuais opções, o “automático mais barato da Volkswagen” não consegue ser tão racional quanto antes. Afinal, pagando praticamente o mesmo, ou até menos, dá para levar um hatch mais moderno e equipado. E com o mesmo emblema na grade.

Veredicto

O Gol preserva qualidades que fizeram fama durante décadas, mas já sente o peso dos 12 anos sem mudanças profundas. Nem mesmo os números de desempenho melhores que os do Polo são capazes de fazer dele a escolha mais racional dentro da própria VW.

Teste

VW Gol 1.6 Aut.
Aceleração de 0 a 100 km/h 12,4 s
Aceleração de 0 a 1.000 km/h 33,7 s – 155,5 km/h
Retomada de 40 a 80 km/h 5,6 s
Retomada de 60 a 100 km/h 7,2 s
Retomada de 80 a 120 km/h 9 s
Frenagem 60/80/120 km/h 14,6/25,3/57,4 m
Consumo urbano 12,3 km/l
Consumo rodoviário  16,4 km/l

Ficha técnica

VW Gol 1.6 Aut.
Preço R$ 63.540
Motor flex, dianteiro, transversal, 4 cil., 1.598 cm3, 16V, aspirado, 120/110 cv a 5.750 rpm, 16,8/15,8 kgfm a 4.000 rpm
Câmbio aut., 6 marchas, tração dianteira
Suspensão McPherson (dianteiro) e eixo de torção (traseiro)
Freios disco vent. (dianteiro) tambor (traseiro)
Direção hidráulica, diâmetro de giro 10,9 m
Pneus 195/55 R15
Dimensões comprimento, 389,2 cm; largura, 189,3 cm; alt., 147,4 cm; entre-eixos, 246,7 cm; altura livre do solo, 16,3 cm; peso, 1.040 kg; tanque, 55 l; porta-malas, 285 l

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(Fernando Pires/Quatro Rodas)
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