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Teste: GWM Haval H6 One dispensa supérfluos e custa menos que Kicks e HR-V

Por R$ 199.000, versão limitada parece mais um teste de uma possível configuração de entrada – e que precisa virar uma versão permanente

Por Nicolas Tavares
2 ago 2025, 12h51
GWM Haval H6 One HEV2 2026
 (Nicolas Tavares/Quatro Rodas)
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Desde que chegou ao Brasil em 2023, a GWM tinha uma filosofia bem simples para o Haval H6: oferecer o carro com o máximo de equipamentos possível, diferenciando as versões apenas pelo sistema híbrido ou pela carroceria.

É uma tática comum entre as marcas chinesas que estão chegando ao Brasil, é verdade. Mas se por um lado os clientes sabem que sempre estão comprando o carro mais completo, por outro ele poderia estar pagando por itens que não faz questão. É aí que entra o Haval H6 One.

GWM Haval H6 One HEV2 2026
(Nicolas Tavares/Quatro Rodas)

Nova versão de entrada, o Haval H6 One HEV2 tem conceito simples. A fabricante retirou somente dois equipamentos: o teto solar panorâmico e a abertura elétrica do porta-malas. Todos os demais equipamentos, como o pacote ADAS de assistências a condução, foram mantidos.

São equipamentos que não tornam fazem tanta falta, mas custam caro. O resultado é que esta nova versão custa R$ 199.000, uma redução considerável de R$ 21.000 sobre o preço do Haval H6 HEV2 que já estava à venda. Desta forma, o SUV da GWM passou a ter uma versão que até custa menos do que as configurações mais caras de alguns SUVs compactos, como o Nissan Kicks (R$ 199.990) e Honda HR-V (R$ 209.900).

O visual também tem características próprias: só o H6 One tem rodas aro 19″ prateadas, que até aparentam ser menores, e as lanternas vermelhas usadas pelas demais versões até a chegada da linha 2026 – agora, elas são fumê nas outras versões.

GWM Haval H6 One HEV2 2026
(Nicolas Tavares/Quatro Rodas)
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Por enquanto, o H6 One funciona como um balão de ensaio da GWM. Esta versão foi limitada a 2.000 unidades, porém com um jeito de que parece ser um teste de uma possível variante mais barata e que poderia ser produzida no Brasil, quando a fábrica em Iracemápolis (SP) iniciar a operação. A alta procura por esta versão nas lojas poderá incentivar a permanência desta versão na linha.

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Quando a GWM foi escolher quais itens retirar, acabou optando por dois equipamentos mais voltados para o conforto. Embora muitos gostem do teto solar, há também o público que não se importa com ele. O mesmo pode ser dito da abertura elétrica do porta-malas: ajuda em alguns momentos, mas não é essencial e, às vezes, até esquecemos e fechamos a tampa manualmente.

Foi uma seleção bem acertada e que não deixa o Haval H6 One parecer “pelado”. A central multimídia ainda usa um display de 12,3” e com conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay; atrás do volante está o quadro de instrumentos digital de 10,25”, que não é tão configurável, mas com ideias interessantes como mostrar os veículos ao redor.

GWM Haval H6 One HEV2 2026
(Nicolas Tavares/Quatro Rodas)
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Nem mesmo o pacote ADAS, normalmente uma das primeiras vítimas na hora de cortar equipamentos, foi reduzido. O SUV segue com piloto automático adaptativo, assistente de permanência em faixa, sensor de ponto cego, frenagem automática de emergência, detector de placa de trânsito, farol alto automático e tantos outros. Os sensores de estacionamento e as câmeras 360° ajudam a evitar algumas situações mais complicadas durante as manobras.

Por enquanto, a GWM optou usar a estratégia com a motorização mais acessível do Haval H6. Utiliza o 1.5 turbo e um sistema híbrido pleno, entregando um total de 243 cv e 54 kgfm. Como se trata de um HEV, um híbrido pleno, sua bateria é pequena, de 1,6 kWh, e recarrega com o movimento do veículo e as frenagens. A baixa capacidade significa que não pode rodar por uma grande distância somente com a carga da bateria.

Esta combinação trabalha com foco no motor elétrico, usando o motor a gasolina como um gerador de energia para a bateria. Ainda assim, a carga eventualmente cairá consideravelmente e o propulsor a combustão passará a mover as rodas, também. Tudo isso é controlado por uma transmissão de duas marchas, uma utilizada em baixa velocidade e outra em alta.

GWM Haval H6 One HEV2 2026
(Nicolas Tavares/Quatro Rodas)

É suficiente quando estamos na cidade, aproveitando bem a força do motor elétrico, deixando a condução bem gostosa. Isto é confirmado pela aceleração de 0 a 100 km/h, que leva 8,8 segundos, um bom resultado para um SUV deste porte. Há força o suficiente quando o motor a combustão está em ação, mas é normal que funcione por pouco tempo.

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Como todo híbrido desde tipo, há uma perda considerável de desempenho na estrada. É necessário gastar mais energia para manter o SUV em alta velocidade, fazendo com que o carro use o motor a combustão a maior parte do tempo. Por ter uma calibração voltada para a eficiência; entregar apenas 150 cv e 23,4 kgfm, pouco para um utilitário de 1.890 kg; e a transmissão ter somente duas marchas, não é tão rápido quando estamos acima de 80 km/h.

Isto é sentido nas retomadas. O resultado de 40 a 80 km/h e de 60 a 100 km/h são bons, levando 4,8 s e 5,6 s, respectivamente. Mas uma aceleração de 80 a 120 km/h leva 7,1 s, mostrando como perde desempenho. Uma corrida de 0 a 1.000 m leva 30,2 s, alcançando os 166 km/h, muito tempo para um carro de 243 cv.

A diferença na eficiência na cidade e na estrada é aparente também no consumo. Registramos 16,5 km/l de rendimento no ciclo urbano, mas é possível conseguir números melhores ao ser bem cauteloso ao volante. Não há milagre no ciclo rodoviário, fazendo 12,7 km/l.

Como é uma nova versão, a GWM não mexeu em nenhum ponto mecânico. Não que fosse necessário. O chinês passou por um bom processo de tropicalização, recebendo uma suspensão bem ajustada para o péssimo asfalto brasileiro, mostrando-se bem equilibrado ao reduzir o balanço da carroceria ao mesmo tempo em que absorve bem os impactos.

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GWM Haval H6 HEV2
(Divulgação/GWM)

Infelizmente, o Haval H6 One ainda traz alguns problemas. Os freios são os principais, com uma sensação de serem borrachudos e com uma modularidade ruim. É necessário pisar bastante no pedal para alcançar uma frenagem mais eficiente, exigindo um tempo para se acostumar. O volante também é muito leve, mas é possível alterar seu comportamento por meio da multimídia, deixando-a um pouco mais pesada no modo esportivo.

De toda forma, esta versão tem um bom argumento – ainda mais quando o interessado está de olho em um carro na faixa de R$ 200.000. Com a escalada de preços, alguns SUVs compactos já custam isso e não têm o mesmo espaço, tampouco são híbridos. É uma opção interessante, mas que, por enquanto, será só para aqueles clientes que encontrarem alguma das 2.000 unidades nas lojas.

Ficha técnica – GWM Haval H6 One HEV2

Preço: R$ 199.000
Motor: dianteiro, transversal, gasolina, 1.499 cm³, turbo, 16V, injeção direta + um motor elétrico; 243 cv, 54,0 kgfm (combinados)
Câmbio: automático, 2 marchas (combustão)
Bateria: capacidade, 1,6 kWh
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (dianteira), multilink (traseira)
Freios: a disco nas quatro rodas
Pneus: 235/55 R19
Dimensões: comprimento 468,3 cm; largura, 188,6 cm; altura, 173 cm; entre-eixos, 273,8 cm; peso, 1.699 kg; porta-malas, 560 l

Teste Quatro Rodas – GWM Haval H6 One HEV2

Aceleração
0 a 100 km/h: 8,8 s
0 a 1.000 m: 30,2 s – 165,7 km/h
Velocidade máxima
175 km/h
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 4,8 s
D 60 a 100 km/h: 5,6 s
D 80 a 120 km/h: 7,1 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 15,8/28,0/63,4 m
Consumo
Urbano: 16,5 km/l
Rodoviário: 12,7 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 47,2 dBA/-
80/120 km/h: 62,5/68,7 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 96 km/h
Rotação do motor a 100 km/h: 2.100 rpm
Volante: 2 voltas
Seu Bolso
Preço básico: R$ 199.000
Garantia: 3 anos

Condições de teste: alt. 660 m; temp., 26,5 °C; umid. relat., 61%; press., 1.013 kPa. Realizado no ZF Campo de Provas

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