Testando os serviços de resgate de Ka, HR-V, Renegade e S10
Teste avalia o serviço de assistência das fábricas.<strong> </strong>Em uma situação real, a espera pode chegar a duas horas
Quem tem carro zero e faz seguro, quase sempre esquece que as fábricas oferecem um serviço próprio de assistência emergencial. O período desse benefício varia conforme a marca. Em 2014, usamos a frota de Longa Duração (na época, composta por Toyota Etios, Peugeot 208, VW Golf, Citroën C4 e Mercedes A 200) para fazer a primeira simulação para aferir a qualidade desse serviço prestado pelas fábricas. Agora, com quatro representantes de marcas diferentes (Chevrolet S10, Ford Ka, Jeep Renegade e Honda HR-V), decidimos repetir o teste.
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Paramos a frota em uma rua pacata de São Paulo e, rigorosamente ao mesmo tempo, ligamos para o 0800 de cada marca. Acompanhe como foi o atendimento prestado a cada modelo.
Chevrolet S10
“Senhor, não poderei enviar o guincho. Meu sistema avisa que seu carro já tem mais de um ano, que é o prazo de validade do Chevrolet Road Service”, disse a atendente do 0800 da GM. Insistimos no pedido, como faria alguém envolvido em uma situação real de emergência. “Eu compreendo, mas não tenho como lhe auxiliar.” Detalhe: a reportagem foi realizada exatos 33 dias após nossa picape completar um ano da data de faturamento. História triste, mas não exclusiva. Em 2014, vivenciamos a mesma situação como o Etios. No entanto, naquele caso vimos um final feliz: depois da reportagem, a Toyota decidiu oferecer o serviço de assistência emergencial pelo mesmo período de garantia, ou seja, passou de um para três anos.
Jeep Renegade
Um dos modelos mais badalados do momento no mercado revelou ter também o serviço de assistência mais ágil. No 0800 da Jeep, relatamos o problema (dissemos que o motor simplesmente não dava a partida) e informamos placa e número de chassi do veículo, além do endereço onde ele estava naquele momento. A ligação, ao todo, durou somente sete minutos, e a atendente se despediu informando uma previsão de uma hora para a chegada da plataforma. O socorro mecânico chegou antes: apenas 46 minutos após o fim da ligação. Atenciosa, a central entrou em contato para saber se tudo havia corrido bem com o resgate. Dissemos que o carro tinha voltado a funcionar normalmente e, por isso, dispensamos o guincho.
Honda HR-V
O utilitário da Honda estreou faz pouco tempo, mas descobrimos que já mudou de número de telefone. “Liguei para o que constava na capa do diário de bordo, mas uma mensagem eletrônica informou que havia um novo 0800”, conta o designer Fabio Paiva, dono do HR-V no exercício simulado. Pior, ao ligar para o novo 0800, a linha caiu três vezes. “Ao menos foi a atendente da central que retomou o contato todas as vezes, me ligando no celular. E ela ainda perguntou se havia crianças, idosos ou alguém com necessidades especiais comigo”, diz Fabio. Todo o processo de atendimento durou longos 13 minutos. Como no Renegade, a previsão de espera foi de uma hora. Deu quase isso: 54 minutos após o acionamento, o guincho da Honda chegou.
Ford Ka
Assim como a S10, o Ka tem mais de um ano da data de faturamento da nota fiscal. Sem problema: a Ford mandou bem ao estabelecer um serviço de assistência emergencial pelo mesmo prazo da garantia do veículo, três anos. O 0800 foi muito ágil: em sete minutos, o guincho foi pedido e ainda ouvimos do atendente o oferecimento de táxi: “Se o senhor estava a caminho de casa ou do trabalho, posso enviar um táxi. É por conta da Ford”, disse. Agradecemos, mas dispensamos a oferta. Ouvimos ainda a previsão mais curta para a chegada do socorro mecânico: “O guincho estará aí em até 40 minutos”, disse o rapaz do 0800. Ligação finalizada, o editor Péricles Malheiros, dono do Ka no exercício simulado, comemorou: “Pintou o campeão!”. A S10, sem atendimento, foi embora; depois o Renegade; depois o HR-V…
Passaram-se os 40 minutos previstos. Uma hora, uma hora e meia. E nada do resgate do Ka. Somente 1h54 minutos após nosso contato, uma atendente ligou: “Precisamos de mais 25 minutos. A plataforma está parada no trânsito”. Mal sabia ela que essa desculpa não colava, pois nosso teste colocava todos os carros no mesmo lugar e os chamados eram feitos ao mesmo tempo justamente para obtermos uma comparação precisa dos serviços. Ver a plataforma chegando logo em seguida, 1h57 minutos após o pedido, deu até uma sensação de alívio. Mas já era tarde: a Ford, marca que havia despontado como a provável campeã do teste, derrapou. E o Ka foi o último a voltar para casa.