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Suzuki M800R Boulevard x Yamaha XVS 950A Midnight Star

As duas arrancam faíscas do chão e olhares do público, mas a pegada delas é zen

Por Eduardo Viotti | fotos: Christian Castanho
Atualizado em 9 nov 2016, 11h58 - Publicado em 16 jul 2012, 19h08
Suzuki M800R Boulevard x Yamaha XVS 950A Midnight

Uma parceira que faça de tudo para que você fique bem na foto é pedir muito? Não se você estiver falando de motos. Com estas custom, é fácil contornar curvas raspando, fazendo uma zoada que assusta a galera em volta. De noite, dá até para ver as faíscas!

A Suzuki M800 Boulevard e a Yamaha XVS 950 Midnight Star têm ciclística, suspensões e pneus adequados para a proposta cruiser, mas a inclinação em curvas é limitada pelas raspadelas no asfalto. A Boulevard vai mais longe – tem pneus “esportivos”, suspensões com rigidez acentuada e pedaleiras simples, mais altas. A Midnight Star tem plataformas que raspam até quando ela é pilotada por um monge budista.

O modelo da Yamaha vai bem no mercado, com 1 183 unidades vendidas no ano passado. Ficou pertinho da Honda Shadow 750, que teve 1 197 unidades emplacadas em 2011, segundo a Fenabrave. A elas segue-se a Harley-Davidson Sportster XL 883, com 1 037 emplacamentos, e a Suzuki Boulevard M800R, com 989 licenciamentos em 2011.

Ao preço de tabela de 34900 reais, a Boulevard é 5000 reais mais cara que a Midnight Star, que custa 29 900 reais. Detalhes como suspensão invertida na dianteira, cardã e motor refrigerado a água justificam em parte essa diferença.

Visualmente, elas são distintas entre si. Nenhuma das duas cultua o visual retrô ou a tradição – que, de resto, não têm. A Yamaha ainda o faz um pouquinho, mais como exercício de referência.

A Midnight Star destaca as beer cans, como são chamadas as proteções de bengala – eis aí uma reminiscência passadista – e o escape dois-em-um, com um enorme tubo horizontal à guisa de ponteira. Esbanja cromados, como o da peça monumental sobre o tanque, onde está alojado o velocímetro. Consultá-lo exige colar o queixo no peito.

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Acima do farol cromado, uma pala, como as de boné de beisebol – e das H-D Sportster -, arremata o visual. As rodas, de liga leve com oito raios vazados, têm partes polidas e pretas. São marcantes na lateral da Yamaha o filtro de ar em coração, uma barra estrutural no para-lama traseiro e a insinuante curvatura do banco do piloto, com o pequeno assento do garupa mais elevado.

A Boulevard é da geração de custom que não quer nem saber o que foi a contracultura ou o movimento hippie. Apesar de seguir os preceitos do estilo, como a posição com os pés à frente e guidão largo, banco macio e peso para trás, ela prefere a pegada muscle bike.

Descrever a M800R pode dar a impressão de que ela é parecida com a Midnight Star: o suporte cromado para o paralama traseiro, o filtro de ar em forma de coração, a pala sobre o farol, está tudo lá. Mas são estilos diferentes. As rodas de alumínio polido têm três raios; o console sobre o tanque também é cromado e gigante, mas não abriga instrumentos, apenas luzes-espia. O painel fica carenado sobre a mesa, ao alcance da vista – um ponto a favor da Suzuki.

A M800R oferece a possibilidade de trocar o banco traseiro por uma carenagem rígida, simpática – aí, é claro, não dá para levar garupa. Mas a jogada é reversível. Outra característica visual da Suzuki são os dois escapes paralelos de ponta chanfrada, longos. São mais bonitos que o solitário canhão daYamaha.

AR OU ÁGUA?

As duas têm praticamente a mesma potência. A Midnight Star vai de motor refrigerado a ar,V2 a 60 graus com 53,6 cv a 6000 rpm e torque de 7,83 mkgf a 3 000 rpm. A Suzuki precisa de menos cilindrada para obter o mesmo, principalmente porque seu motor é refrigerado a água. SeuV2 a 45 graus desenvolve 53 cv a idênticos 6 000 rpm e torque de 7,04 mkgf a um regime de rotações um tiquinho mais elevado, 4 000 rpm.

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Pilotando ambas, a Suzuki dá mais vontade de acelerar, é instigante. A Midnight Star é calminha, mais confortável, zen. A M800R “ganha” em vibração e ruído do motor. A XVS 950A é mais contida, macia e silenciosa.

Saindo da imobilidade, a XVS acelerou até 100 km/h em 7,8 segundos, e a M800R, em 7,6. Na velocidade máxima foi a vez de a Yamaha ter sutil vantagem: na pista (a reta é limitada a cerca de 1,5 km), alcançou 162 km/h antes de exigir a frenagem para a tomada de curva, ante quase idênticos 161 km/h da Suzuki.

No frigir dos ovos, ligeira vantagem para a Suzuki M800R, pelo motor refrigerado a água e pelo eixo cardã na transmissão – mas a Yamaha tem mais cilindrada e torque. A escolha é questão de estilo. A Midnight Star é 5 000 reais mais barata, o que pesa na balança. Até por isso, vende bem mais que a rival.

Não são motos para sair rasgando. Esportividade aqui é um estado de espírito, um “sair por aí” descompromissado, olhando bem mais a paisagem que as tomadas de curva.

Yamaha XVS 950A Midnight Star

TOCADA

Zen. A posição é ótima, o torque é suficiente. Dá para manter boa velocidade de cruzeiro. Mas as plataformas raspam demais.

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★★★

DIA A DIA

Como a rival, vai muito bem. É pouco visada por ladrões, permite levar garupa com certo charme: elas gostam mais de ir lá atrás que nas superesportivas…

★★★

ESTILO

Ainda muito atual, com referências à origem do estilo temático
e dose suficiente de modernidade.

★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO

O V2 a 60 graus é forte, mas tem uma levada light: agressividade, só se você estiver realmente nervoso. Transmissão final por correia dentada, silenciosa e prática.

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★★★

SEGURANÇA

Um disco lá, um disco cá. É bem boa, para em espaços seguros, sem vacilações e sem tendência a travamentos. Como a “Suzy”, não tem ABS.

★★★★

MERCADO

Está vendendo bem, acossando a líder Shadow apesar do abismo no número de revendas entre as marcas. É fácil de revender.

★★★★

Suzuki M800R Boulevard

TOCADA

Mais agressiva que a da Yamaha, com melhor estabilidade e suspensões mais rígidas. Forte quando solicitada.

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★★★

DIA A DIA

Excelente: pouco visada, bonita, uma boa opção para única moto de uso diário. Melhor na cidade que na estrada longa.

★★★★

ESTILO

Mudou bastante
em relação à versão anterior – para
melhor. É uma releitura do estilo custom.

★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO

O 
V2 a 45 graus, como nas H-D, só que com radiador de água. Forte o suficiente. Câmbio de cinco marchas
e transmissão final
por cardã, ponto alto.

★★★★

SEGURANÇA

Bons freios,
disco na frente e um velho tambor atrás – o disco da XVS é melhor. Bons pneus e ciclística. Falta
a opção de ABS.

★★★

MERCADO

Tem prestígio e é bem comercializada. Não deve ser um elefante branco na hora de revender. Vai bem.

★★★

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