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Suzuki Bandit 650 N/S

A Bandit 650 muda de cara para recuperar o terreno

Por Eduardo Viotti
Atualizado em 9 nov 2016, 11h49 - Publicado em 27 jan 2011, 18h21
Suzuki Bandit 650 N/S

As mudanças da nova geração, lançada agora em outubro, é bom deixar logo bem claro, são cosméticas. Tecnicamente, a Suzuki Bandit 650 continua praticamente a mesma. As alterações que chegam ao Brasil foram apresentadas pela marca japonesa no Salão de Milão de 2008. Representam um bom face-lift: as duas versões da Bandit de média/alta cilindrada tornamse mais modernas, mais atraentes, ganham em apelo emocional.

Era mais que necessário: o modelo da Suzuki andava tomando um couro nas vendas ao longo de 2010. Pelos dados de emplacamentos no Brasil, divulgados pela Fenabrave, a associação de revendas, a Bandit ocupava, até a primeira quinzena de setembro deste ano, 4,76% desse nicho de mercado, com 516 unidades lacradas. A Honda CB 600 Hornet lidera de forma absoluta o segmento das naked de alta cilindrada, com 4118 emplacamentos e 37,95% do total. Na sequência vêm: Kawasaki Z750 (1298/11,96%); Yamaha XJ6 (1225/11,29%); Kawasaki ER6n (1035/9,54%), a única bicilíndrica; Suzuki Bandit 1250 (785/7,23%), a de maior cilindrada; e Yamaha FZ6 Fazer (703/6,48%). A Bandit 650 ficou atrás de todas, o que inclui a própria irmã de motor maior. É, passava da hora.

A chegada da Yamaha XJ6, também de chassi tubular e proposta mais pacata (e barata), para o lugar da naked esportiva FZ6, acelerou as coisas.

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Visualmente, a Bandit continua clássica, quase conservadora. Perde, entretanto, sua cara de retrô, que o farol redondo emprestava. O novo grupo óptico dianteiro da versão naked, em forma de escudo (sem querer provocar, parece a Yamaha), é bem mais moderno e atualiza o projeto. A carenagem parcial da versão S também ganhou novo desenho, mais anguloso e atual – seu farol duplo vertical é bem maior. A semicarenagem inclui agora porta-objetos, receptáculos úteis em pequenos deslocamentos no dia a dia e em viagens.

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As mudanças incluem as tampas laterais (mais esguias e com linhas mais retilíneas), piscas e espelhos retrovisores redesenhados. A ponteira de escape (continua parecendo uma bazuca cilíndrica gigante) ganhou bocal ovalado, e o motor recebeu pintura preta em lugar de prateada. Com o perdão do trocadilho, ficou mais bandida.

As características aletas laterais entre o canote e o tanque, que conduzem o fluxo do ar para o radiador, presentes no modelo desde as versões anteriores, também ganharam novo desenho. A rabeta tornou-se mais afilada e esguia: são novos o para-lama e a lanterna traseiros.

O painel de instrumentos mudou completamente, tornando-se mais compacto e com um painel digital iluminado, lateral ao copo do conta-giros analógico (de ponteiro), com diversas funções. Engloba relógio, velocímetro, combustível restante no tanque, marcha utilizada, além das luzes-espia de temperatura, ponto-morto e luz alta.

As mudanças foram essas. Influem no conceito da moto, sem dúvida, mas pouquíssimo no desempenho. Assim, ela continua a austera e clássica naked que encanta quem quer uma moto de bom porte para passear e trabalhar – e não para ir à pista ou brincar de piloto o tempo todo.

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E é essa a maior atração da Bandit: seu jeito de moto grande capaz de agradar na cidade, mantendo o status, e encarar a estrada. Tem tamanho e banco suficientes para levar com conforto o garupa (que as nakeds mais esportivas aprenderam a maltratar), que encontra na Bandit seu espaço. Apesar do espaço para dois e do porte de moto grande, vai muito bem na cidade, onde o cáster bem fechado (26 graus) permite manobras em raios exíguos, com muita agilidade. É uma naked bem tradicional, uma moto para todo uso, sem a veleidade de transformar motociclistas em pilotos – coisa que se torna perigosa quando o objetivo não é atingido.

Ela também é a rainha do conforto na categoria: a posição de dirigir é estupenda, endossada pelas fáceis regulagens de altura do assento (espaçadores simples permitem subir ou baixar o banco em 2 cm) e de guidão (também através de espaçadores que o elevam ou descem em 1 cm). Os manetes de freio e embreagem (de suave acionamento hidráulico) também são reguláveis em quatro posições, adaptando-se a diversos tamanhos de mão.

DESEMPENHO EM TESTE Equilibrada e funcional, a Bandit tem desempenho satisfatório. Seu motor DOHC (duplo comando de válvulas) de 656 cc refrigerado a água tem 6,27 “quilos” de torque a 8900 rpm, valor mais que necessário para dispensar as trocas de marcha em uma condução típica na estrada. A potência de 85 cv surge a 10500 rpm, e é suficiente para levar a Bandit (as medições foram feitas com a unidade carenada) a 205,2 km/h na pista de testes, passando pelos 100 km/h em 4,7 segundos.

O consumo também é civilizado. Ela percorre 18,8 km com 1 litro de gasolina em média, com um consumo sob condições econômicas (sem torcer o cabo) de 21,4 km/l. Graças ao bom torque e a uma acertada relação de transmissão, as retomadas são muito boas. Permite ultrapassagens muito seguras em qualquer estrada, mesmo com carga total. O câmbio é um de seus pontos altos: seis marchas bem escalonadas de engates precisos e macios, sem arranhões, escapadas ou desencaixes.

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O chassi de dupla viga superior e berço também duplo é bem reforçado, em tubos de aço cilíndricos soldados. Sem ter o brilhantismo das peças de alumínio forjado que equipam Honda Hornet e Yamaha FZ6 (descontinuada no Brasil), assim mesmo permite brincadeiras deliciosas em trechos de serra, graças também ao apoio positivo de um conjunto convencional, mas efciente, de suspensões multirreguláveis.

Os freios são bons, com um superdimensionado par de discos de 310 mm na dianteira, mordidos por pinças quádruplas, de pistões opostos. O disco traseiro, menor, é mais que suficiente: manifesta até alguma tendência a travar a roda, se acionado por uma bota mais voluntariosa.

Fácil de guiar, fácil de apreciar, a Bandit 650 é um bom conjunto, equilibrado, de uma naked à antiga, sem arroubos de campeã das pistas, mas com a naturalidade de quem apenas gosta de uma boa e firme motocicleta para o que der e vier.

TOCADA Alta, imponente, espaçosa para viajar com garupa. Não tem a esportividade da líder do segmento (Hornet), mas tem um quatrocilindros forte e é ideal para uso a passeio.

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★★★★

DIA A DIA Muito boa: não tão visada quanto a Hornet, expõe menos o usuário e tem seguro mais barato. É confortável em viagens e ágil na cidade. O tamanho está no limite para uso urbano.

★★★★★

ESTILO Acaba de ser modernizado por um face-lift – e o “botox” já começa a se fazer notar… Ainda assim, vale pela imponência e bom porte.

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★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO Saboroso quatro-em-linha refrigerado a água com excelente torque em baixa, macio e silencioso. Câmbio preciso, da melhor linhagem japonesa.

★★★★

SEGURANÇA A J. Toledo não traz as Suzuki com ABS, oferecido como opcional no exterior. Mesmo assim, os freios são bons e progressivos e o conjunto chassi/suspensões/pneus é estável.

★★★★

MERCADO Tem admiradores fiéis conquistados pelos anos no mercado e pela confiabilidade. Não é difícil vender uma Bandit 650, nem sua depreciação é exagerada.

★★★

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