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Renault Stepway CVT é tudo o que restou do Sandero 1.6

O Stepway é o último dos Sandero com opção de câmbio automático CVT, mas cobra preço de Duster por isso

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 set 2021, 19h35 - Publicado em 12 set 2021, 22h03
Renault Stepway CVT
A dianteira do modelo tem ares modernos, sem querer parecer mais off-road do que é na verdade (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Em 2019, a Renault promoveu uma repaginada na linha Sandero, incluindo a emancipação do Stepway, que deixou de ser apenas uma versão aventureira. Além das mudanças visuais, outro grande atrativo na ocasião foi a estreia do câmbio automático CVT combinado ao motor 1.6.

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Pouco mais de um ano depois, no entanto, a baixa participação nas vendas fez com que a transmissão deixasse de ser oferecida para Sandero e Logan. Assim, o agora independente Stepway é o único a seguir com a opção em sua versão topo de linha, a Iconic, mas cobra caro por ser o restante: ele parte de R$ 94.290.

Renault Stepway CVT
Lanternas com LEDs e escurecidas são as mesmas do Sandero R.S. (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O conjunto mecânico é formado pelo motor 1.6 16V flex de 118/115 cv (etanol/gasolina) e 16 kgfm, e pelo câmbio automático CVT, com relações contínuas e simulação de seis marchas.

A combinação não tem nenhuma pretensão esportiva e foca no conforto do motorista, então não espere por bons números no desempenho. O Stepway sem pedal de embreagem foi de 0 a 100 km/h em 12,8 segundos em nossos testes, feitos com gasolina.

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Ou seja, foi 1,5 segundo mais lento do que o Hyundai HB20X 1.6 e ficou apenas 0,4 segundo atrás do Fiat Argo Trekking 1.8. Por outro lado, foi 1,2 segundo mais rápido em comparação ao VW Polo 1.6. Todas as comparações consideram versões automáticas dos rivais.

Renault Stepway CVT
Interior é simples e defasado, mas tenta disfarçar com apliques em preto brilhante e cinza (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Na prática, o modelo cumpre muito bem a proposta de levar conforto, principalmente no trânsito pesado das cidades, sem a necessidade das constantes trocas de marcha e com o bônus da relação contínua do câmbio, que não provoca trancos ou soluços.

Quase um mini Duster

Além disso, o eficiente motor 1.6 dá agilidade nas situações corriqueiras e não faz o motorista passar apertos ou vergonha. Só não dá para dizer o mesmo em saídas mais abruptas, com o pé direito fincado no acelerador. Neste caso, a transmissão patina e eleva o giro do motor, provocando um ruído excessivo, que não corresponde ao baixo fôlego entregue.

Isso também vale para ultrapassagens: é melhor não arriscar em locais com pouco espaço para o retorno na faixa correta ou caso outro veículo venha em alta velocidade logo atrás. Nessas circunstâncias, a simulação de marchas faz, com suavidade, com que o giro do motor não fique tão constante a ponto de se parecer com um irritante liquidificador.

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Renault Stepway CVT
Há boa área para pernas, ombros e cabeça de quem vai atrás, mas túnel central alto prejudica quem precisar ir no meio (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Contudo, se o CVT não tem o desempenho como foco, ele privilegia o consumo. Em nossos testes, também com gasolina, o hatch fez as médias de 10,1 km/l em ciclo urbano e 13,1 km/l no rodoviário. Os números são bons, mas mesmo assim só são melhores do que os do Argo, com motor antigo e famoso por ser um ávido consumidor de combustível.

Um grande trunfo está no conjunto de suspensão, que transmite a sensação de robustez diante do asfalto esburacado, de valetas e lombadas de nossas ruas. A altura em relação ao solo, de 14,5 cm, contribui para o enfrentamento das situações, mas faz com que a carroceria tenha uma rolagem acima da média em curvas – problema equilibrado pela direção eletro-hidráulica, de certa forma pesada para o tamanho do modelo.

Renault Stepway CVT
O porta-malas, com 320 litros, está na média da categoria (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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O interior do Stepway mantém a filosofia de baixo custo da linha Sandero, mas oferece alguns itens extras para agradar. Além dos bancos e do volante, o apoio lateral nas portas ganha revestimento de couro sintético – os bancos são em dois tons. A parte central do painel tem acabamento em preto brilhante para ofuscar a simplicidade do restante.

Apesar de bonito, o quadro de instrumentos tem leitura confusa, com muitas marcações dispensáveis. Não podemos exigir materiais macios ou de ótima qualidade em um projeto de “baixo custo”, mas devemos considerar o preço alto do modelo, que pode chegar aos R$ 95.790 na cor Bege Dune das imagens, encostando no Duster.

Renault Stepway CVT
Quadro de instrumentos é bonito, mas tem leitura confusa pela grande quantidade de marcadores (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Entre os equipamentos, o Stepway Iconic inclui ar-condicionado automático, câmera de ré, sensores de chuva e estacionamento, faróis automáticos, assistente de partida em rampas, piloto automático, controle de estabilidade e quatro airbags. A central multimídia, apesar da conectividade com Android Auto e Apple CarPlay, tem funções limitadas, como a ausência de um equalizador de som.

Por fora, ele é o mesmo desde 2019. A dianteira tem elegância com apliques cromados na medida, faróis com leds e um aplique prateado na base do para-choque, simulando um peito de aço. A traseira tem aberturas no para-choque e as mesmas lanternas escurecidas do R.S., também com leds.

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As rodas são diamantadas de 16”, com pneus 205/55 de uso urbano, e o rack de teto e as molduras plásticas dão um ar off-road ao aventureiro.

Galeria de fotos – Renault Stepway 1.6 CVT 2021

Teste de desempenho – Renault Stepway 1.6 CVT

Aceleração
0 a 100 km/h: 12,8 s
0 a 1.000 m: 35 s – 146,1 km/h
Velocidade máxima: 174 km/h (dado de fábrica)

Retomadas
D 40 a 80 km/h: 5,4 s
D 60 a 100 km/h: 7,4 s
D 80 a 120 km/h: 10,1 s

Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 14,2/25,5/57,4 m

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Consumo
Urbano: 10,1 km/l
Rodoviário: 13,1 km/l

Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 43,2/70,6 dBA
80/120 km/h: 65,8/72,4 dBA

Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 97 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em D: 1.900 rpm

Ficha técnica 

  • Preço: R$ 94.290
  • Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cil., 16V, 1.597 cm³, 118/115 cv a 5.500 rpm, 16 kgfm a 5.000
  • Câmbio: automático CVT, tração dianteira
  • Suspensão: McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira)
  • Freios: disco ventilado (dianteira) e tambor (traseira)
  • Direção: elétrica
  • Rodas e pneus: liga leve, 205/55 R16
  • Dimensões: comprimento, 407 cm; largura, 173 cm; altura, 163 cm; entre-eixos, 259 cm; porta-malas, 320 l; tanque de combustível, 50 litros; peso, 1.151 kg

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Capa quatro rodas 748 agosto 2021
A edição 748 de QUATRO RODAS já está nas bancas! (Arte/Quatro Rodas)
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