Peugeot 2008 2025 anda bem com motor do Pulse, mas peca por não ter ACC
SUV compacto da Peugeot estreia nova geração com conteúdo mais rico e equipada com motor 1.0 turbo e câmbio CVT, e sim, ficou divertido de dirigir
A nova geração do Peugeot 2008 foi lançada oficialmente na última quarta-feira (07) e estreou com mudança de plataforma, design renovado e herda o mesmo conjunto mecânico do Fiat Pulse. Agora é hora de saber se a dinâmica do novo SUV compacto está à altura de toda a expectativa por ele.
Como anda o Peugeot 2008 2025?
Para dar conta de uma nova geração com direito a uma carroceria completamente renovada não dava para permanecer com o antigo motor 1.6 aspirado de 120 cv, mas também não daria para usar o 1.6 THP de 173 cv. Era preciso um motor completamente novo, o que levou ao 1.0 GSE Turbo flex com 130 cv e 20,4 kgfm que estreou junto com o Fiat Pulse e também equipa os Peugeot 208 e Citroën Aircross. A combinação é com o câmbio CVT que simula sete marchas.
Não custa lembrar: desde o lançamento da primeira geração, em 2015, o Peugeot 2008 sofreu com estratégias equivocadas na mecânica. Até 2017 o seu câmbio automático só tinha quatro marchas e portanto não tirava o máximo de desempenho do motor e até 2019 a versão com motor turbo só era vendida com câmbio manual. Agora ele consegue seguir as tendências do segmento.
Uma das evoluções está na melhora do NVH, o índice que mede o nível de ruído, vibração e aspereza. Segundo a marca é o melhor conforto acústico do segmento, mas só vamos conseguir precisar essa evolução na nossa pista. Neste primeiro contato é possível dizer que a cabine está mais silenciosa graças a combinação de um isolamento acústico mais competente e de um motor menos ruidoso.
A vibração do motor também é bem filtrada e é praticamente imperceptível no interior. É uma evolução, sem dúvidas, e uma surpresa. Afinal, fontes ligadas à fábrica nos afirmaram que houve uma simplificação no isolamento acústico do “nosso” 2008 em relação ao modelo europeu, mas não foi essa a nossa impressão. Os europeus usam outro motor, um 1.2 turbo.
A suspensão também tem mudanças importantes. Mantém o conjunto McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, mas com amortecedores de dupla ação que foram calibrados para os nossos pisos irregulares. O sistema é competente ao filtrar as imperfeições do piso, sem pancadas secas. Mesmo em pavimento de paralelepípedo a carroceria se mantém estável.
O acerto da suspensão trabalha bem com a direção precisa e nada anestesiada, portanto há uma conexão com o piso, necessária para uma condução mais divertida.
O conceito i-Cockpit contribui com essa diversão graças ao volante menor e de base achatada combinado com o quadro de instrumentos 3D, que pode ser visualizado logo acima do volante, produzindo um efeito próximo a de um head up display, que transmite as informações no para-brisa.
Esse conceito casado com a central multimídia voltada para o motorista privilegia a ergonomia, que é elogiável, também pelos ajustes de altura e profundidade do volante e de altura dos bancos. Os assentos, por sua vez, são confortáveis e seguram bem o corpo graças ao emprego de uma espuma de boa densidade e que proporciona mais conforto em viagens longas.
O prazer ao dirigir fica mais presente ao acionar o modo Sport em um botão do lado esquerdo do volante. Ele garante uma tocada mais esportiva e dinâmica, atuando na direção, no controle de estabilidade, no mapeamento do acelerador e alterando o tempo de resposta e da simulação de marchas. O motor invade mais a cabine e instiga o motorista a pisar fundo e ter uma condução mais ágil.
O espaço traseiro é generoso graças ao incremento de 6 cm no entre-eixos, chegando aos 2,61 m. A curvatura dos bancos beneficia o espaço para pernas e segundo a Peugeot o espaço para cabeça é de 94 cm, 2 cm extras em relação aos rivais como Hyundai Creta e VW T-Cross.
O novo 2008 2025 até tem tecnologias de auxílio à condução, porém só para quem pagar mais. A versão intermediária Allure só tem alerta de ponto cego e câmeras com visão de 360 graus, e mesmo ela só tem quatro airbags, como a versão básica Active.
Alerta de colisão, frenagem autônoma de emergência, farol alto automática, sensor de fadiga, reconhecimento de placas e alerta de saída de faixa com correção da trajetórias só estão presentes na versão mais cara, a GT. Esta também é a única versão com seis airbags. O piloto automático adaptativo (ACC) não está disponível nem sequer como opcional.
Este é um ponto importante: são poucos os SUVs compactos que não têm seis airbags de série e as exceções são os projetos mais antigos. Além disso, os VW T-Cross e Nivus de entrada, por exemplo, têm preço na mesma faixa da versão GT e têm ACC de série, além das outras tecnologias de auxílio a condução. O Renault Kardian tem ACC desde a versão de entrada, que custa R$ 122.990.
Os preços do Peugeot 2008 2025 são, definitivamente, agressivos. O modelo parte de R$ 119.990 e chega a R$ 149.990. A questão é que os preços são promocionais e válidos apenas até 30 de agosto, portanto são válidos por menos de um mês e ninguém sabe quanto vai custar depois. Só não podem abusar, para não errarem com o 2008 mais uma vez.
Ficha técnica – Peugeot 2008 2025
- Motor: flex, dianteiro, transversal, 3 cilindros, 12V, 999 cm³, 130 cv a 5.750 rpm, 20,4 kgfm a 1.750 rpm
- Câmbio: CVT, 7 marchas, tração dianteira
- Direção: elétrica
- Suspensão: ind. McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
- Freios: disco ventilado (diant.), sólido (tras.)
- Pneus: 215/60 R17
- Dimensões: comprimento, 430,9 cm; largura, 177,6 cm; altura, 154,9 cm; entre-eixos, 261,2 cm; porta-malas, 374 litros