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Nissan March

Hatch muda de visual, ganha conteúdo e troca o passaporte mexicano pelo brasileiro

Por Ulisses Cavalcante | Fotos André Lessa
Atualizado em 8 nov 2016, 21h39 - Publicado em 28 jul 2014, 21h13
testes

Robôs autônomos em forma de caixote transportam carrocerias semiprontas do March pela fábrica da Nissan em Resende, no Rio de Janeiro. Esse pequeno contingente robótico divide o trabalho pesado com funcionários contratados há pouco tempo na planta fluminense.Tudo é novo por lá. Há resquícios de adesivo na vidraçaria recém-colocada e a grama dos canteiros ainda nem cresceu totalmente.

É nesse cenário, com cheiro de tinta fresca no ar, que a Nissan produz o novo March. O pequeno trocou o visual e a nacionalidade por causa de um plano de expansão da marca, que pretende conquistar 5% do mercado até 2016. A fábrica brasileira, inclusive, garante à Nissan uma cota maior de importação de veículos, permitindo uma estratégia curiosa: o March antigo não sairá de linha. O modelo lançado em 2011 continuará à venda, numa versão de entrada 1.0, ainda trazido do México. Já o nacional será oferecido com os motores 1.0 e 1.6, ambos flex.

QUATRO RODAS visitou a fábrica de Resende e saiu de lá ao volante de um March novinho. O contato com a novidade começou na Rodovia Presidente Dutra, entre o Rio de Janeiro e São Paulo, com direito a um fim de semana no trânsito paulistano e um pulo na pista de testes de Limeira, no interior do estado. Nos três hábitats, a versão 1.6 SL, a mais cara da gama, revelou um carro urbanoide e extremamente racional.

Não espere um March totalmente renovado. Embora a Nissan o chame de “New March”, trata-se de uma atualização de equipamentos e de estilo. A dianteira perdeu o visual discreto e ligeiramente apático. Agora as linhas sugerem um volume maior, apesar de o espaço interno ser o mesmo. A grade cresceu, assim como as entradas de ar inferiores, no para-choque, alargadas nos quatro lados.

Mas o jeitão de corpo sarado é truque. Na prática, a largura aumentou em 1 cm. O novo desenho conta com uma grade cromada em forma de V, recurso que alinha o compacto à atual assinatura de design da marca. No caso do March, faz alusão ainda à plataforma V, base na qual é construído o Versa – que também será feito aqui, ainda neste ano.

Por dentro e por fora, o agora nipo-brasileiro não é apaixonante. Ele convence e conquista o dono pelo conjunto. A aparência externa evoluiu, mas na cabine as mudanças foram tímidas. A parte central do painel é nova, bem como o volante.

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Foram trocadas as saídas de ar centrais, os comandos da ventilação e do novo aparelho de som.

O novo sistema de áudio do 1.6 SL é sofisticado, mais completo que o do Sentra. Chamado de Nissan Connect, trata-se de uma central multimídia com interface para aplicativos de smartphones, como o Facebook e o Google Search.

Testamos a versão 1.6 SL, topo de linha, que custa R$ 42 990. São R$ 1 200 a mais que a equivalente anterior, mas o incremento no preço traz uma evolução nos equipamentos de série. Uma das novidades é a câmera de ré integrada à tela touch. Menos interessante é a adoção de rodas de 16 polegadas. O March SL só está disponível nessa medida, que favorece o estilo, mas penaliza o conforto. A versão SV usa rodas de 15 polegadas e a S, de 14.

Em comparação com o último teste, o March melhorou em consumo.

Em 2011, registramos 7,9 e 10,9 km/l com etanol, na cidade e na estrada. As médias subiram para 8,4 e 11,7 km/l nas mesmas condições. Com esse resultado, o carro foi melhor até que o March anterior, equipado com motor 1.0, que fez 8,3 km/l e 11,2 km/l, na cidade e estrada. Não houve alterações mecânicas, apenas uma recalibragem na central eletrônica do motor e a adoção de pneus verdes. Mas é o mesmo 1.6 de 111 cv a 5 600 rpm e 15,1 mkgf a 4 000 rotações, números que valem para etanol e gasolina. O 1.0 desenvolve 74 cv e 10 mkgf. No entanto, a evolução mais notável se deu nas provas de frenagem. De 120 km/h a 0, havíamos registrado 79,8 metros até a parada total e 36,7 no teste de 80 km/h a 0. Nas mesmas provas, agora registramos 63,4 e 26,7 metros. À época, nenhum March tinha ABS. Agora todos têm até ar-condicionado. São sinais de que, desta vez, o March quer mesmo ganhar terreno no Brasil.

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DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO


Para instalar rodas aro 16 na versão SL, a engenharia compensou na suspensão, que ficou mais macia. Com aro 15, o March agrada mais. Freios ABS reduziram os espaços de frenagem.

★★★☆

MOTOR E CÂMBIO

Esse 1.6 dá alegria na hora de acelerar e quando chega a conta do posto: anda bem e bebe pouco. O câmbio é muito ruidoso em primeira marcha.

★★★★

CARROCERIA

A nova dianteira acabou com a aparência mansa do March. Os novos traços são marcantes e têm mais personalidade.

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★★★★

VIDA A BORDO

A ergonomia é boa, bem como a nova posição dos comandos. Não espere encontrar muito espaço interno.

★★★

SEGURANÇA

Melhorou nas frenagens como ABS, mas o anterior foi mal nos testes de impacto do Latin NCAP. Não há avaliação do novo March.

★★★

SEU BOLSO

Custa menos que Etios e HB20, em todas as versões. Comparando o 1.0 com o Up!, também leva vantagem no preço. Tem três anos de garantia.

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★★★★

OS RIVAIS Jac J3 1.5

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Por R$ 39 990, vem completo de fábrica, tem revisão com preços fixos e plano de garantia de seis anos.

Fiat Palio Essence 1.6

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Tem motor mais forte (117 cv) e conta com uma rede de atendimento maior. Mas é caro pelo que oferece.

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Hyundai HB20 1.0 Comfort

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Custa praticamente o mesmo que o Nissan e é um pouco maior, mas tem motor 1.0. É bem visto nas revendas.

VEREDICTO

O March compensa a pouca tradição no Brasil com uma lista de equipamentos maior e revisões a preços competitivos. Foi bem nas provas de consumo e de desempenho e mostrou-se muito ágil em uso urbano.

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