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Mitsubishi Eclipse Cross Rush tem preço de Renegade, mas a que custo?

SUV médio da Mistubishi tem robustez e boa mecânica, mas passa por uma dieta exagerada para tentar vender mais

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 jun 2024, 17h01 - Publicado em 13 jun 2024, 16h59

O Mitsubishi Eclipse Cross Rush nasceu como uma série especial, com o propósito de ter preço atraente para vender mais. Ele chegou por R$ 169.990, ou seja, é um SUV médio mais barato que as versões de topo dos SUVs compactos. Para o mês de junho, há um preço promocional de R$ 164.990.

Por essa pegada, a marca disse que ele fez tanto sucesso que acabou virando a versão oficial de entrada do Eclipse Cross, no lugar da antiga GLS. Porém, nada é de graça: o modelo passa por uma dieta de equipamentos pra poder chegar a esse preço, já que a versão HPE, que fica imediatamente acima, custa R$ 185.990. Ou seja, R$ 16.000 a mais – ou R$ 21.000, no valor promocional.

Os cortes de custos começam já do lado de fora, mas só aquele vizinho mais atento notará, já que o SUV não tem cara de versão básica – desde que os faróis estejam apagados. No Rush, eles são halógenos e não têm acendimento automático. Também não há faróis de neblina. O que fica é a iluminação diurna, assinatura e indicadores de direção em led, nas peças superiores. 

Mitsubishi Eclipse Cross Rush
Mitsubishi Eclipse Cross Rush (Fernando Pires/Quatro Rodas)

De lado, as rodas são as mesmas das outras versões, com 18 polegadas, pneus 225/55, mas pintadas em cinza – nas demais, são diamantadas. Os apliques dos para-lamas são na cor do carro, enquanto nas demais versões é em preto (fosco e brilhante, dependendo da configuração).

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Na traseira as lanternas mantêm iluminação em led, mas há uma derrapada em equipamento: ele tem câmera de ré, mas não tem sensores de estacionamento.

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Interior (ainda) mais simples

O Eclipse Cross escancara sua simplicidade no interior – e nem é uma exclusividade do Rush, já que todas têm o mesmo acabamento, a mesma central multimídia e o mesmo quadro de instrumentos.

Mitsubishi Eclipse Cross Rush
Mitsubishi Eclipse Cross Rush (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O acabamento é até suficiente, mas poderia ser melhor. Segue bem o padrão de carros japoneses de uma geração atrás, sem inovações, com botões simples, grandes e boa ergonomia. O painel é todo em preto, com a porção superior em material emborrachado e a inferior com uma mistura de texturas. Há preto fosco, preto brilhante e uma duvidosa imitação de fibra de carbono em arremates.

Seguindo a simplicidade, o quadro de instrumentos é analógico. Até há uma tela colorida ao centro, mas com informações tão reduzidas (hora, trip, hodômetro, consumo e autonomia) que sequer a velocidade é apresentada ali. É preciso ficar de olho mesmo nos ponteiros. 

Mitsubishi Eclipse Cross Rush
Mitsubishi Eclipse Cross Rush (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A central multimídia é da JBL, com 7 polegadas e Android Auto e Apple Carplay, mas só via cabo. Assim como o quadro de instrumentos, a multimídia tem funcionamento limitado, com poucas informações ou configurações disponíveis, além de um layout defasado que parece ser um acessório aftermarket. 

Além do que já foi falado, a lista de equipamentos não se estende tanto. Há ainda ar-condicionado digital de uma zona, piloto automático, assistente de partida em rampas, monitoramento da pressão dos pneus, regulagem de altura do facho dos faróis e sete airbags.

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Mitsubishi Eclipse Cross Rush
Mitsubishi Eclipse Cross Rush (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Sobre o que o modelo não tem ou perde em relação às demais versões: faróis de led, faróis automáticos, faróis de neblina, sensores de estacionamento, entradas USB C, carregador de celular por indução, quadro de instrumentos digital e conectividade sem fio.

Não há chave presencial, o Eclipse Cross Rush tem chave comum (não é, sequer, canivete), o freio de estacionamento é comum (não é eletrônico), e não há qualquer item de ADAS, como frenagem automática de emergência, piloto automático adaptativo, alerta de pontos cegos, alerta de saída de faixa, entre outros. 

Mitsubishi Eclipse Cross Rush
Mitsubishi Eclipse Cross Rush (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Espaço é bom

Por ser um SUV médio, o Eclipse Cross vai bem quando o assunto é espaço. Para ocupantes de até cerca de 1,75 metro há boa acomodação na traseira, especialmente para as pernas. Um problema aparece pela altura do banco traseiro em relação aos dianteiros, que é um pouco além do comum e pode fazer com que a cabeça de pessoas mais altas raspe no teto.

Ficam faltando mimos como portas USB e saídas de ar-condicionado mais diretas, já que há uma tomada de 12 volts e saídas de ar por dutos instalados no assoalho, abaixo dos bancos dianteiros. Não são as melhores soluções.

Mitsubishi Eclipse Cross
Carroceria de SUV cupê acomoda bem os ocupantes, mas sacrifica o espaço destinado à bagagem (Fernando Pires/Quatro Rodas)

No porta-malas, são 473 litros, mais do que os 440 litros do Toyota Corolla Cross e menos que os 476 litros do Jeep Compass. Entre os SUVs compactos, quem mais se aproxima é o Renault Duster, com 475 litros.

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Conjunto mecânico eficiente

O Eclipse Cross Rush tem o mesmo motor das demais versões, ou seja, um 1.5 turbo a gasolina de 165 cv e 25,5 kgfm, abastecido apenas a gasolina. O câmbio é automático do tipo CVT com oito marchas simuladas. Essa versão, assim como as duas acima dela, tem tração 4×2. Apenas a topo de linha, HPE-S AWC, de R$ 214.990, tem tração 4×4.

Mitsubishi Eclipse Cross Rush
Mitsubishi Eclipse Cross Rush (Fernando Pires/Quatro Rodas)

É preciso dizer, porém, que não ter tração 4×4 não é um demérito do SUV. Pelo contrário. Considerando o uso majoritariamente urbano para todas as suas versões, a tração nas quatro rodas mais atrapalha do que ajuda, já que deixa o carro mais pesado e “amarrado” na condução.

O Rush tem dirigibilidade bastante agradável, até ágil. No 4×4, há um peso maior e desnecessário. Voltando ao Rush, os ajustes de direção e suspensão ficam voltados ao conforto, com boa condução e absorção de impactos em locais mais acidentados. Ao mesmo tempo, há ajustes mais firmes que garantem boa estabilidade e não deixam o carro parecer “molenga”.

Mitsubishi Eclipse Cross Rush
Versões mais completas têm radar para ACC e câmera frontal, cujos espaços ficam inutilizados na versão Rush (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Além disso, ele mostra que é um carro robusto e de construção sólida, com pouca torção de carroceria e uma solidez nítida ao rodar.

O único porém fica para a posição do banco do motorista, um pouco alta demais. A posição de dirigir nem é tão problemática, lembra a de uma minivan, mas causa estranheza e uma sensação de vulnerabilidade já que o motorista fica elevado em relação à janela.

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Mitsubishi Eclipse Cross Rush
Mitsubishi Eclipse Cross Rush (Fernando Pires/Quatro Rodas)

No desempenho, a Mitsubishi declara que o Eclipse Cross vai de 0 a 100 km/h em 11,1 segundos em todas as versões – embora seja nítida a diferença nas acelerações para a versão 4×4. Nas 4×2, o modelo desenvolve melhor e o câmbio parece não fazer tanto esforço. É um bom desempenho, mas é mais lento que um Compass 1.3 turbo, que tem seus 185 cv, e faz a aceleração em 9,8 segundos com gasolina, segundo a Jeep. 

O consumo é bom, mas nada tão surpreendente. Segundo as medições feitas junto ao Inmetro, o Rush faz 10,9 km/l na cidade e 11,9 km/l na estrada. Junto ao tanque de 63 litros há uma boa autonomia.

Mitsubishi Eclipse Cross Rush
Mitsubishi Eclipse Cross Rush (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Veredicto

Por R$ 164.990, o Eclipse Cross Rush parece ter um bom-custo benefício diante de Tracker, HR-V e Renegade, que podem custar mais do que isso e são SUVs compactos, enquanto o Eclipse é um SUV médio, maior. Mas a análise precisa ir além disso, porque também há o Caoa Chery Tiggo 7 Sport por R$ 134.990, e também é médio, e bem mais equipado que o Eclipse Cross.

Por aqui você tem um carro super confiável, robusto, confortável e que vai te diferenciar no trânsito. Mas ele deve muito em equipamentos, é um carro com cortes muito sérios pra essa categoria. E, aí, você pode levar para casa SUVs compactos mais equipados ou até os dois concorrentes médios ditos acima, que também são mais equipados.

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