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Mercedes Classe G elétrico continua imbatível na terra e vem ao Brasil

Mercedes-Benz G 580 EQ lidera eletrificação do jipão, que ainda passa a ter versões híbridas, e já tem até consumo homologado no Brasil

Por Joaquim Oliveira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
24 jul 2024, 10h00
mercedes G 580 EQ
Nova geração mudou muito pouco em termos de estilo (Divulgação/Quatro Rodas)
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A Mercedes-Benz atualizou o Classe G. As maiores novidades têm a ver com a hibridização moderada em todas as versões com motor de combustão e o lançamento do G 580 EQ, elétrico.

Para reconhecer as diferenças exteriores da nova geração que chega agora à Europa, em relação à geração anterior, de 2018, o melhor é apontar uma lupa para os contornos dos faróis, a grade do radiador vem agora com quatro lâminas horizontais, em vez de três e as colunas dianteiras ligeiramente mais finas. No interior existem novas telas de 12,3” para a instrumentação e o sistema multimídia (que utiliza a mais recente geração do assistente digital MBUX).

O G 580 EQ mostrado aqui, possui um motor elétrico para cada roda, que permite acelerar de forma mais precisa e controlada mesmo com os mais leves impulsos do acelerador, gerando, em última análise, movimentos muito lentos e controlados da carroceria em trilhas off-road. Além disso, o G 580 EQ está equipado com novos recursos específicos dessa versão, que são capazes de transformar qualquer novato em 4×4 em um especialista no Dakar quase instantaneamente, como num passe de mágica.

mercedes G 580 EQ
Porta-malas tem capacidade para 555 litros de bagagem (Divulgação/Quatro Rodas)
O chassi do novo Classe G tem longarinas – típico de veículos off-road –, três travas de diferencial (exceto para a versão elétrica), redutoras e uma combinação de suspensão dianteira independente McPherson com um redesenhado eixo traseiro rígido com uma barra De Dion.“No G 580 EQ não precisamos dos três bloqueios de diferencial porque temos os quatro motores elétricos. Por isso, aplicamos o torque onde e quando cada roda precisa”, explica Fabian Schossau, engenheiro-chefe do novo Classe G.

“Além disso, temos unidades de duas marchas em cada um dos quatro motores para fornecer altas e baixas. Os motores elétricos não gostam da exigência de alto torque em baixas rotações e é por isso que tivemos de optar por uma transmissão de duas velocidades: baixas para off-road com a 1ª marcha com uma desmultiplicação 21:1 e alta de 11:1 em 2ª marcha”, afirma Fabian.

mercedes G 580 EQ
Assoalho do jipe foi vedado e reforçado para o off-road (Divulgação/Quatro Rodas)

 

Os motores do eixo dianteiro são desconectados no modo de condução Comfort e sob baixas cargas de aceleração, para privilegiar a eficiência. Quando o modo Sport é escolhido, o eixo dianteiro é imediatamente acionado para participar da propulsão.

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Os amortecedores são agora ajustáveis eletronicamente como padrão em todas as versões (anteriormente eram um item opcional em algumas), a distância máxima ao solo das versões a combustão é de 241 mm e a profundidade máxima de travessia é de 70 cm (igual ao modelo de 2018).

Os modos de condução dos modelos Classe G com motor de combustão não mudaram: Comfort, Eco (não disponível na versão elétrica), Sport (o AMG acrescenta Sport+) e Individual (que permite definir e combinar diferentes respostas do Motor/câmbio, Suspensão e Direção), e depois há mais três específicos para off-road: Trail, Rock e Sand (este último não disponível no G elétrico).

mercedes G 580 EQ
Capacidade de submersão aumentou na versão elétrica (Divulgação/Quatro Rodas)

 

A gama de motores é mais ampla do que nunca. É composta por uma unidade diesel, G 450d, que utiliza um motor de 3 litros e 6 cilindros em linha que produz até 367 cv (contra 330 anteriormente no G 400d), duas versões a gasolina, o G 500, que deixou de ser servido por um V8 (421 cv), adotando um novo motor de 3 litros e 6 cilindros com uma potência máxima de 449 cv, e a versão G63 AMG equipada com o motor V8 de 4 litros com 585 cv (mesma potência de antes).

E depois, claro, este G 580 EQ como a cereja do bolo e que é, na verdade, a versão mais potente (mesmo que apenas por 2 cv considerando o máximo de 587 cv – ou 4 x 147 cv de cada um dos motores –, mas impressionantes 118,7 kgfm, ofuscando os 86,7 kgfm do irmão AMG).

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A partir dessa nova geração, todos os Classe G com motor de combustão apresentam um sistema híbrido moderado de 48 V que adiciona 20 cv e 20,4 kgfm aos seus valores de potência, reduzindo marginalmente os valores de consumo, ao mesmo tempo que fornece um impulso elétrico para acelerações de baixa a média rotação (sendo capaz de regenerar energia quando o pedal do acelerador é liberado).

Qualquer dos três motores de combustão está associado a um câmbio automático de nove velocidades com caixa de transferência integrada (transmite 40% do torque do motor para as rodas dianteiras e 60% para as traseiras em funcionamento-padrão).

mercedes G 580 EQ
A suspensão eletrônica é de série em todas as versões (Divulgação/Quatro Rodas)

A caixa de redução tem a mesma relação do modelo de 2018 (2:93 para 1) e pode ser acionada em velocidades até 40 km/h. A missão da embreagem multidisco é gerenciar essas transições (ela atua como um diferencial automático de deslizamento limitado, mudando para 100% de bloqueio quando o diferencial central é ativado).

Condução on e off-road

Dirigimos o Classe G 2024 na região sudoeste francesa de Montpellier, no início de maio, incluindo estradas de asfalto e trilhas off-road bastante desafiadoras (algumas delas mais rápidas, outras cheias de pedras grandes e buracos), que o G 580 deixou para trás com um certo desdém.

O painel de instrumentos pode assumir diferentes configurações (Discreto, Sport, Clássico, Navegador, Assistência, Off-road e Serviço), os botões físicos de climatização sobreviveram.

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mercedes G 580 EQ
Internamente, o Classe G é generoso em altura e distância para as pernas, mas fica devendo espaço lateralmente (Divulgação/Quatro Rodas)

 

Alguns recursos novos ou atualizados podem ser úteis durante a condução off-road: o Off-Road Cockpit (tanto a tela do sistema multimídia quanto a instrumentação exibem dados relevantes para o uso deste veículo) e o Capô Transparente permitem uma visão virtual do que está sob o capô do carro graças a um conjunto de câmeras externas – a de 360o e as câmeras dos retrovisores externos – quando potenciais obstáculos não são mais visíveis através do para-brisa.

O G 580 EQ pesa quase 3,1 toneladas, mesmo vazio, o que é 450 kg a mais que a versão V8 AMG. “Tivemos que esquecer alguns elementos como o teto de vidro ou o engate do trailer porque as 3,5 toneladas não estavam tão longe e esse peso exigiria que os motoristas necessitassem de uma nova carteira de habilitação, com permissão para conduzi-lo em muitos países”, afirma Fabian.

Quando você estiver dirigindo por curvas mais fechadas e rotatórias, você sentirá o peso do Classe G elétrico forçando sua carroceria enorme e alta a se inclinar mais do que você gostaria, mas ligar o modo de condução Sport irá atenuar um pouco isso. A subviragem é menos problemática do que se poderia temer, também devido ao fato de que a repartição de massas do elétrico incide mais sobre a traseira (48/52 vs 53/47 nos modelos ICE).

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mercedes G 580 EQ

A direção é comunicativa e tem uma desmultiplicação equilibrada, já que 4×4 hard-core e direção muito direta não combinam. Mudar do modo Conforto para o modo Sport a torna mais pesada, assim como altera a resposta da suspensão de macia para mais rígida, talvez até demais em ocasiões em que as rodas passam por impactos mais fortes. Pelo contrário, é difícil sentir qualquer diferença de potência entre os dois modos de condução, embora a fábrica informe que há 5% de torque extra no Sport.

Outro sinal positivo vai para as performances de que o G 580 é capaz, mas nesse caso não é surpreendente considerando os 587 cv e os 1164 Nm entregues (em parcelas iguais) pelos quatro motores elétricos (um controlando cada uma das rodas, integrado no chassi de longarinas e localizados aos pares em uma caixa nos eixos dianteiro e traseiro) e apesar do peso.

mercedes G 580 EQ
Central incorpora a última geração do sistema de assistência MBUX (Divulgação/Quatro Rodas)

 

Sim, a velocidade máxima de 180 km/h é condicionada pela necessidade de preservar a autonomia, mas a rápida aceleração instantânea e os 4,7 segundos necessários para chegar aos 100 km/h são quase surreais para este “caminhão” extremamente pesado e quase no mesmo nível dos 4,3 segundos necessários para o muito mais leve AMG G Class.

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O conceito de rodas acionadas separadamente oferece várias vantagens, especialmente fora de estrada. Por exemplo, cada roda pode ser controlada eletronicamente de forma individual, dependendo da superfície e da aderência – ideal, por exemplo, em subidas rochosas ou na lama. Também permite manobras anteriormente inimagináveis.

mercedes G 580 EQ
Direção é comunicativa em todos os modos de condução (Divulgação/Quatro Rodas)

Antes de uma curva muito fechada, por exemplo, tudo o que você precisa fazer é pressionar o botão G-steering e, ao entrar na curva, a roda traseira interna é freada completamente e a roda interna dianteira também é desacelerada, o círculo de viragem é reduzido a quase zero e a curva pode ser completada de uma só vez (semelhante ao que acontece quando um piloto de rali puxa a alavanca do freio de mão em uma inversão de marcha).

Num Classe G a gasolina só consegue fazer essas curvas manobrando várias vezes para a frente e para trás (não espere milagres quando tiver que viver com um diâmetro de viragem de 13,6 metros), pois não há direção no eixo traseiro, novamente explicado por Fabian: “Nós teríamos que redesenhar completamente o eixo traseiro para poder virar as rodas e, uma vez mais, o peso aumentaria consideravelmente[…]”.

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Versão elétrica, de quatro motores, é capaz de girar 360o (Divulgação/Quatro Rodas)

Após pressionar o botão G-Turn, é necessário escolher a direção em que o Classe G deve rodar por meio da respectiva borboleta no volante. Em apenas 8 segundos, o G elétrico pode fazer duas rotações completas de 360o ou 4 segundos para uma rotação (parará antes disso, quando a respectiva borboleta for solta ou quando o motorista soltar o pedal do acelerador).

Essas mesmas borboletas são utilizadas, na condução normal, para escolher entre diferentes níveis de recuperação, desde Dauto (o sistema faz a variação da regeneração automaticamente), D+ (sem regeneração), até D, D- e D – este último é próximo à condução com um único pedal.

mercedes G 580 EQ
Não há espaço para bagagem na dianteira. E o carregamento só aceita cargas de 11 kW (AC) ou 200 kW (DC) (Divulgação/Quatro Rodas)

mercedes G 580 EQ

As baterias proporcionam uma autonomia oficial de 473 quilômetros (WLTP), e o consumo de energia combinado oscila entre 30,4 e 27,7 kWh por 100 quilômetros, segundo a Mercedes, mas isso parece mais do que otimista: durante o test-drive de estrada de 50 km, o primeiro dígito do consumo médio foi sempre um 4 (nem mesmo um 3) e a seção off-road também não ajudou.

É verdade que aí se consegue regenerar energia com mais frequência (rastejando em descidas e frenagens frequentes) do que durante velocidades de cruzeiro em autoestradas ou mesmo estradas nacionais, mas o gasto de energia aumenta exponencialmente quando subimos em rochas ou atravessamos areia e lama.

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O que isso significa é que é a autonomia no ciclo brasileiro, do Inmetro, é mais realista: ficou em 369 quilômetros. E a divulgação deste dado é o melhor indício de que o lançamento do Mercedes G 580 EQ no Brasil está próximo. 

Quanto à recarga, o jipão elétrico aceita uma potência de pico de 200 kW (DC), de forma que possa elevar a carga de 20 a 80% em pouco mais de meia hora. Fazer isso em AC não é boa ideia, pois o máximo de 11 kW que o G elétrico aceita exigirá literalmente meio dia (11h50m) para obter uma carga completa. Por que não 22 kW? Possivelmente devido ao peso extra.

mercedes G 580 EQ

Com um preço de pelo menos 142.622 euros (R$ 832.335), o G 580 EQ é cerca de 10.000 euros (R$ 58.360) mais caro do que o G 500 com motor de seis cilindros em linha. E se torna significativamente mais caro com o logotipo AMG e o motor V8.

A versão “Edition One” do G 580 EQ, que está disponível no momento do lançamento no mercado, compete com o AMG – custando uns colossais 192.524 euros (R$ 1.123.561). Esse preço poderia dobrar no Brasil, devido aos impostos.

Veredicto

O jipão manteve as características que agradam seus fãs e ganhou recursos novos.

Ficha Técnica – Mercedes-Benz G 580 EQ

Preço: 192.524 euros (R$ 1.123.561)
Motor: um por roda; elétricos, 587 cv e 118,7 kgfm
Câmbio: 1 marcha, tração 4×4
Bateria: íons de lítio, 116 kWh
Carga: potência máxima, 11 kW (AC), 200 kW (DC)
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), eixo rígido (tras.)
Freios: disco ventilado
Pneus: 265/60 R18
Dimensões: compr., 462,4 cm; larg., 193,2 cm; alt., 198,6 cm; entre-eixos, 289 cm; peso, 3,1 ton.; porta-malas, 555 l; ataque, 32o; saída, 30,7o; vão 25 cm
Desempenho*: 0 a 100 km/h, 4,7 s; veloc. máx., 180 km/h; autonomia, 434 a 473 km
*Dados de fábrica

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