Não é raro ver carros em teste na Avenida Paulista, onde a concentração de antenas de telecomunicações cria um cenário perfeito para testes de interferência eletromagnética. Décadas atrás, as primeiras injeções eletrônicas chegavam a falhar ali. Foi a nossa lembrança quando o Leonardo Barboza avisou a todos que se atrasaria para uma reunião na redação: o Jeep Compass havia parado no meio da Avenida Paulista e não queria pegar novamente.
“Parei no semáforo, o start-stop desligou o motor, e quando era para o motor ligar de novo não saiu do lugar. Achei que tinha sido uma nova pane no start-stop, então coloquei o câmbio em P, desliguei e liguei de novo e o carro não pegou. Após cinco minutos parado e umas cinco tentativas, o motor pegou e consegui sair do lugar. Desativei o start-stop, desliguei o ar–condicionado e fui monitorando os parâmetros do veículo, que estavam normais e sem luz de alerta, mas notei que faltava força”, relatou o piloto de testes.
Foi só percorrer mais 2 km que o carro apagou em mais um semáforo, agora na região da Paulista, mais precisamente em frente ao Cemitério do Araçá. Com o carro na calçada, acionamos o 0800 da Jeep, que avisou que o socorro demoraria uma hora. Quase. Levou uma hora e dez minutos.
E aí mais um problema: o novo Compass até tem um local de fixação do gancho para ser rebocado, mas não vem com o ponto de ancoragem! A solução foi prender o carro pelo quadro da suspensão para ser colocado no reboque e ser levado para a concessionária mais próxima, a Dahruj Sumaré.
Ao receber o carro, o consultor estranhou a quilometragem e conferiu os carimbos das revisões antes de abrir a ordem de serviço. Combinou que retornaria o contato assim que tivesse um diagnóstico.
Só no final da tarde seguinte, ao ligar, soubemos que a bomba de combustível estava sendo trocada e o carro ficaria pronto em meia hora. Mas não daria para chegar a tempo para a retirada. Como era sexta-feira, ficou para a manhã de segunda.
O técnico se adiantou e antes das 7 horas de segunda-feira avisou que o carro não estava pronto: após a troca da bomba, o marcador de combustível parou de funcionar. Resolveram isso horas depois, a tempo de retirarmos o carro somente após o almoço.
Restou o incômodo do cheiro de gasolina dentro do veículo, talvez por ter sido derramada ao trocar a bomba. Além disso, zeraram o alerta de revisão: precisaremos ficar bem atentos à rodagem, pois a quarta revisão será aos 48.000 km.
E O BARULHO?
No mês passado, falávamos sobre a troca dos rolamentos do Jeep Compass para eliminar um barulho em rodovia. Era véspera de um fim de semana e o modelo só ficou pronto na segunda-feira. “Precisávamos fazer mais testes de rodagem para garantir a solução do problema”, disse o técnico da concessionária Dahruj (desta vez a do Aeroporto) na devolução do carro. Houve uma falha de comunicação e apenas o rolamento da roda traseira direita (e não de todas) havia sido trocado, em garantia. Mas ainda tem história pela frente.
“Assim que eu saí da concessionária, peguei a Rodovia dos Imigrantes e quando cheguei aos 90 km/h de velocidade constante o mesmo barulho voltou”, conta o piloto de testes Leonardo Barboza.
No dia seguinte, o carro estava de volta à concessionária e passamos a lidar com outro funcionário, aparentemente mais graduado, que sugeriu rodarmos em uma avenida próxima, em vez da rodovia. Com todos os vidros fechados e tudo desligado, ao atingir 90 km/h o barulho apareceu. “Parece vir do pneu, muito crônico nessa marca [Pirelli], mas preciso de alguns dias com o carro para avaliar melhor.” Depois, perguntou quando o barulho havia começado e respondemos que foi depois do rodízio da última revisão, então sugeriu a opção de voltar para a concessionária para desfazer o rodízio e ver o que aconteceria. Foi o que fizemos.
Passados 30 minutos, o carro voltou da oficina e Barboza refez o teste na Rodovia dos Imigrantes. “O barulho mudou de lugar, passou a vir da parte direita da frente e com uma leve sensação de transmissão de vibração no volante”, disse.
“Quando cheguei em casa, comuniquei o consultor, que afirmou que era o pneu. Falou que a garantia da Jeep não cobria e precisaria levar o Compass na Pirelli para fazer o diagnóstico”, completou o piloto. Fato é que os pneus eram nossos maiores suspeitos por estarem com o desgaste desnivelado nos sulcos, iniciando uma escamação, como havíamos mostrado anteriormente.
Em vez de fazer um rodízio completo, a concessionária tinha invertido apenas os pneus do lado direito. Desfizemos isso, para não bagunçar o rodízio do carro, e levamos a uma revenda Pirelli, que pediu o agendamento de um laudo técnico para solicitar a troca em garantia.
Não percam as cenas dos próximos capítulos.
Jeep Compass – 46.528 km
Ficha técnica: | |
Versão: | Longitude 80 anos 1.3 Turbo |
Motor: | 4 cil., diant., transversal, 1.332 cm3, 16V, turbo, injeção direta, 185/180 cv a 5.750 rpm, 27,5 kgfm a 1.750 rpm |
Câmbio: | automático, 6 marchas, tração dianteira |
Seguro: | R$ 3.268 |
Revisões: | Até 96.000 km – R$ 5.819 |
Gasto no mês: | Combustível: R$ 1.136 |
Consumo: | No mês: 9,1 km/l com 39,8% de rodagem na cidade Desde agosto/21: 9,7 km/l com 33,1% de rodagem na cidade |
Combustível: | Flex (gasolina) |