Jeep Commander com novo motor 2.2 turbodiesel fica mais rápido e econômico
Com 30 cv a mais, o Jeep Commander 2.2 turbo diesel consegue dar nova vida ao SUV de sete lugares, com mais desempenho e ainda mais econômico

A redução da oferta de SUVs a diesel também é um retrato do interesse do consumidor brasileiro. De certa forma, os SUVs híbridos plug-in tomaram para si parte dos clientes que buscavam nos motores turbo diesel mais força, desempenho e tração 4×4 para uso eventual.
Isso se reflete até na gama de produtos da Jeep, que havia acabado com o Renegade diesel em 2021 e, agora, tirou de linha o Compass diesel. O novo Commander com motor 2.2 turbo diesel é o último Jeep movido a diesel à venda no Brasil, mas tem qualidades para manter seu público por um bom tempo.
Na troca do antigo 2.0 Multijet, que no Commander rendia 170 cv e 38,8 kgfm (contra 35,7 kgfm nos outros Jeep), o preço subiu R$ 4.000: agora o Commander Overland 2.2 custa R$ 309.990 e não há outra opção com este motor. O Commander Overland custa R$ 276.990 com o motor 1.3 turbo flex (176 cv e 27,5 kgfm) e R$ 318.990 com o motor 2.0 Hurricane a gasolina (272 cv e 40,8 kgfm).
É preciso ter olhos atentos para identificar quem é quem: versão 1.3 não é 4×4 (não tem este emblema) e quando usa o motor Hurricane há duas saídas de escape traseiras. Contudo, não existe nenhum logotipo que identifique o motor diesel. Agora, até mesmo as rodas aro 19 são iguais, com acabamento escurecido, em vez de ser diamantada.
O conteúdo do Commander Overland 2.2 não muda. Permanece com o interior marrom com couro nos bancos, volante e console, e suede no painel, além do teto solar panorâmico, sistema de som premium Harman Kardon, bancos dianteiros elétricos com memória para o motorista, porta-malas com sensor de presença e tomada de 127 V, além do quadro de instrumentos de 10,25” e da central de 10,1”.
A lista de equipamentos de segurança contempla sete airbags, alerta de colisão com frenagem automática, detector de ponto cego, assistente de permanência em faixa, alerta de mudança de faixa, detector de fadiga do motorista, reconhecimento de placas de velocidade, farol alto automático e park assist – importante para um carro com 4,77 m. Mas fica devendo câmeras de visão 360o.
Potência e torque extras sempre são bem-vindos, mas as mudanças no Jeep Commander não se restringem a isso. O câmbio automático de nove marchas passou a assumir a mesma relação de marchas da Ram Rampage 2.2, com relação de diferencial final alongada em 14%.
Esta é a relação que multiplica cada uma das marchas, implicando em um maior intervalo entre as trocas e, consequentemente, o motor trabalhando em rotações mais baixas para manter a mesma rotação.
A tração 4×4 permanente foi mantida, com modos de funcionamento para neve, lama e cascalho, e ainda tem bloqueio do diferencial para igualar a distribuição de força entre os eixos. O modo de reduzida é cumprido mantendo as marchas mais baixas.
O efeito prático das mudanças é uma aceleração mais progressiva. Antes, com o motor 2.0 turbo diesel, o carro mal conseguia ficar em primeira marcha e já avançava para a segunda, interrompendo as arrancadas.
Também é perceptível a entrega de força em qualquer rotação, mais pelo aumento do torque para 45,9 kgfm do que pelo fato de estar disponível a 1.500 rpm – 150 rpm mais cedo. Com essa novidade, o Commander passou a dar a sensação de ser mais leve.
O carro está mais ágil e também mais silencioso, porque não precisa explorar tanto a rotação do motor para entregar desempenho. Quando isso acontece, porém, é possível ouvir o ronco mais encorpado do motor 2.2 turbo diesel, mais próximo dos motores maiores usados pelas picapes.
Em nossa pista, o novo motor também deixou um saldo positivo. O tempo de aceleração de 0 a 100 km/h caiu 2,2 s para 10,5 s e as retomadas melhoraram entre 1 e 2 s. Isso, ao mesmo tempo que fez o litro de diesel render 1 km a mais no regime urbano, onde o SUV passou a fazer 12 km/l. Na estrada, o rendimento melhorou de 16,1 para 16,7 km/l. Ainda houve uma significativa redução no nível de ruído na cabine em todas as medições.
Esta configuração do Commander Overland, com o motor 2.2 turbo diesel, não é a mais barata ou a mais rápida – o motor 2.0 turbo a gasolina faz o 0 a 100 km/h na casa dos 7 s –, mas reforçou a proposta de oferecer um menor consumo com mais força. Isso é especialmente importante para a missão deste SUV de sete lugares.
Na falta de um concorrente direto, o Commander se posiciona como uma alternativa menos cara e mais funcional aos SUVs derivados de picapes, como a Toyota SW4, que é quem domina os desejos do consumidor e, consequentemente, as vendas.
VEREDICTO
O Commander já era mais econômico, mas agora pode se gabar por também ser mais rápido que um SW4, que custa R$ 410.790 (mais de R$ 100.000 mais caro) na versão SRX de sete lugares.
Teste – Compare o desempenho do Commander 2.0 com o novo 2.2 turbodiesel
Aceleração | Jeep Commander 2.0 TD | Jeep Commander 2.2 TD |
0 a 100 km/h | 12,7 s | 10,5 s |
0 a 1.000 m | 34,1 s – 154,7 km/h | 31,5 s – 169,6 km/h |
Velocidade máxima* | 197 km/h | 205 km/h |
Retomadas | ||
3a 40 a 80 km/h em | 5,3 s | 4,3 s |
4a 60 a 100 km/h em | 7,1 s | 5,8s |
5a 80 a 120 km/h em | 9,1 s | 7,1 s |
Frenagens | ||
60/80/120 km/h a 0 | 14,3/25,3/58,6 m | 14,9/26,8/63,3 |
Consumo | ||
Urbano | 11 km/l | 12 km/l |
Rodoviário | 16,1 km/l | 16,7 km/l |
Ruído interno | ||
Neutro/RPM máx. | 48,8/68,8 dBA | 45,6/73,6 dBA |
80/120 km/h | 60,5/68,7 dBA | 66,7/72 dBA |
Aferição | ||
Velocidade real a 100 km/h | 97 km/h | 97 km/h |
Rotação do motor a 100 km/h | 1.500 rpm | 1.600 rpm |
Volante | 2,7 voltas | 2,7 voltas |
Ficha Técnica – Jeep Commander 2.2 Turbodiesel
Motor: diesel, 2.184 cm³, turbo, 200 cv a 3.500 rpm, 45,9 kgfm a 1.500 rpm
Câmbio: automático, 9 marchas, tração integral
Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
Freios: disco ventilado nas quatro rodas
Pneus: 235/50 R19
Dimensões: comprimento, 476,9 cm; largura, 185,9 cm; altura, 172,5 cm; entre-eixos, 279,4 cm; porta-malas, 1.760 l (2 p), 661 l (5 p), 233 l (7 p); peso, 1.943 kg, tanque de combustível, 61 l