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Jaecoo 7 quer ser novo SUV híbrido plug-in contra Haval H6 e Song Plus

Irmão do Chery Tiggo 7, primeiro carro da Jaecoo é mais potente e requintado e será lançado no Brasil nas próximas semanas

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 mar 2025, 00h34 - Publicado em 10 mar 2025, 10h01
Jaecoo 7
 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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O segmento dos SUVs médios parece ser um porto seguro para as fabricantes chinesas estreantes. É onde estão os GWM Haval H6 e BYD Song Plus, opções de SUVs híbridos plug-in onde as marcas tradicionais têm modelos com motor a combustão ou híbridos plenos.

O Jaecoo 7 quer entrar na disputa por esse mercado, bem na faixa de preço dos R$ 240.000, até o final de março. No entanto, já tivemos a oportunidade de testar um dos carros que vieram para o Brasil para o processo de homologação.

O Jaecoo 7 é mais familiar do que parece. Não pelo design que remete à linguagem de estilo do Range Rover Velar, mas pela plataforma. Ele nasce na mesma base do Chery Tiggo 7 Pro, que estreou em versão híbrida plug-in recentemente. A mecânica deles, porém, é diferente.

Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Primeiro, é importante saber que a Jaecoo é uma das marcas da Chery Global e está ajustando os últimos detalhes para estrear no Brasil em uma operação conjunta com outra marca do grupo, a Omoda. As duas existem apenas fora da China e, no Brasil, compartilharão 50 concessionárias nos principais centros urbanos brasileiros já no momento de estreia. A operação é totalmente independente da Caoa Chery.

Contudo, os carros das duas marcas foram desenvolvidos pela mesma empresa. Não por acaso, o Jaecoo 7 tem praticamente as mesmas dimensões do Tiggo 7 Pro: são 4,50 m de comprimento, 1,86 m de largura, 1,67 m de altura e 2,67 m de entre-eixos.

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Copia, mas não faz igual

Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

O que cada marca fez a partir daí resultou em carros bem diferentes. O Jaecoo 7 tem mecânica híbrida plug-in mais avançada que a do Tiggo 7 Pro. Seu motor 1.5 turbo tem injeção direta, os motores elétricos têm mais potência (204 cv contra 170 cv) e sua bateria de 18,2 kWh aceita recarga rápida de até 42 kW, podendo recarregar completamente em menos de meia hora. Enquanto o Chery tem 317 cv, o Jaecoo tem 339 cv.

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A clara inspiração nos carros da Range Rover confere ao Jaecoo 7 linhas mais retas e limpas, com cromados apenas nos filetes verticais na enorme grade de aspecto quadrado. Por outro lado, o que o carro tem de original acaba sendo ofuscado.

Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Aquilo que parecem ser faróis rentes ao capô são apenas leds diurnos, pois os faróis, full-led, ficam nas laterais do para-choque em peças divididas. Ainda tem pequenos faróis de neblina, também de leds, bem na base do para-choque.

Visto de perfil, o Jaecoo 7 também tem maçanetas retráteis e teto flutuante, porque todas as colunas são pretas. E ainda tem o vinco que começa nas luzes de leds mas se dissipa nas portas traseiras – no Velar, o vinco vai até as lanternas traseiras. As rodas são aro 19 e têm capas com função aerodinâmica.

Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

As lanternas traseiras não avançam sobre a lateral e há uma seção refletiva vertical logo abaixo. Mas o Jaecoo 7 tem lanternas interligadas por uma barra e a marca do carro está dentro dela. A diferença para um Range Rover é ter a barra iluminada, porque até a posição da placa é igual. O SUV da Jaecoo reproduziu até o limpador traseiro embutido no aerofólio.

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A cabine do Jaecoo 7 até foge ao normal dos carros chineses, mas ainda têm referências aos Range Rover. São as saídas de ar-condicionado disfarçadas entre as aletas que vão de ponta a ponta do painel e o miolo do volante, idêntico ao de um Range Rover. Mas o painel é mais vertical, é predominantemente preto e a faixa central tem um plástico com aspecto e textura que imita mármore bruto. É interessante e também está nas portas.

Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Toda a parte superior do painel e das quatro portas têm revestimento macio e de boa qualidade. Os puxadores ainda têm um material sintético mais áspero, que lembra nobuck, de bom aspecto. O console tem porta-copos, um outro compartimento na parte inferior e, também, dentro do apoio de braços – com direito a refrigeração. Ainda tem uma base de carregamento sem fio no console.

As telas também merecem destaque. A do quadro de instrumentos tem boa resolução e apresentação das informações (ainda em inglês), e é complementada pelo head-up display. À frente do quadro de instrumentos há sensores e câmeras que monitoram o olhar do motorista e alerta distrações com aviso sonoro e no quadro de instrumentos.

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Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

A central multimídia é representada pela tela de 14,8″ vertical. É mais larga e muito mais funcional que outras telas verticais.

A interface se destaca por si só, por ser rápida e ter acesso rápido, à medida do possível, às suas funções, configurações e aos controles do ar-condicionado. Além disso, tanto o Android Auto quanto o Apple Carplay têm acesso sem fio e podem ocupar a tela inteira,. No caso da interface com aparelhos Android, é possível dividir a tela entre dois apps. Ao deslizar o dedo para cima, surge um menu de acesso rápido.

Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
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A tela é boa e não trava, mas o carro ainda depende um tanto desta tela. É necessário navegar por ela para descobrir funções interessantes para um caro deste segmento, como a ventilação (para os dianteiros) ou o aquecimento dos bancos (para quatro ocupantes) ou mudar a cor da iluminação ambiente, mas também para coisas mais banais, como ajustar os retrovisores (o controle é feito pelo volante) ou escolher uma das memórias de posição do banco do motorista (os dois dianteiros são elétricos).

Curioso é o sistema de câmeras de visão 540°. O Jaecoo não burla a geometria, mas mostra os arredores do carro com uma visão 360° e também mostra 180° à frente por outro na mesma tela.

Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

São raros os botões. Nas portas, existem apenas os dos vidros elétricos. No console, há botão do pisca-alerta, de modo automático do ar-condicionado e acessos aos modos de condução e funcionamento do carro. E é bom tomar cuidado para não apertá-los ao colocar um copo ou garrafa no console.

Nem botão de partida o Jaecoo 7 tem: para ligar, basta estar com a chave e pisar no freio. Para desligar, é só parar, colocar o câmbio em parking e sair do carro, ele vai trancar quando o motorista se distanciar. A propósito, nas versões híbridas do Jaecoo 7 o seletor de marcha está na haste direita atrás do volante, como nos Mercedes e como em outros tantos carros chineses.

Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Jaecoo 7 tem bom espaço traseiro, com sobra para as pernas e cabeça. No entanto, o assento poderia ser um pouco mais elevado. Quem senta ali ainda pode aproveitar o encosto de braço retrátil, duas portas USB e uma saída de ar-condicionado. Sim, só uma: será necessário escolher para qual lado o ar fresco irá. O porta-malas tem abertura elétrica, mas é pequeno: a marca divulga 340 litros de capacidade.

Complexidades mecânicas

Os híbridos plug-in da Chery com esta plataforma usam câmbio DHT, um conjunto que integra dois motores elétricos com três marchas físicas. É a interação entre os dois motores elétricos e o motor a combustão resultam em 9 modos de funcionamento e 11 marchas possíveis, fazendo com que o carro busque a melhor combinação para cada situação.

Jaecoo 7
Motor 1.5 turbo à esquerda e o câmbio DHT à direita (Fernando Pires/Quatro Rodas)

No Jaecoo 7, o motor 1.5 turbo com injeção direta gera 135 cv e os motores elétricos somam 204 cv. A marca declara potência combinada de 339 cv e torque 52 kgfm, um número surpreendente para um carro de tração dianteira. Mas no uso e em nosso teste ele não demonstra tanta força.

Jaecoo 7
O Jaecoo 7 PHEV aceita recarga rápida, assim como o Haval H6. O Tiggo 7 Pro PHEV só tem recarga lenta (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Em modo elétrico, a bateria de 18,2 kWh proporciona cerca de 70 km de autonomia elétrica (o número do Inmetro não foi divulgado), mas é em modo de funcionamento híbrido que o Jaecoo 7 demonstra melhor seu funcionamento.

Quase sempre o motor a combustão atua dando suporte ao motor elétrico em acelerações mais fortes ou em velocidades mais altas. Como os motores elétricos são os mais fortes, o motor a gasolina pode entrar em funcionamento só para gerar eletricidade. O motor 1.5 fica mais presente conforme a bateria vai descarregando, mas não chega a ser ruidoso dentro da cabine.

Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

O problema está em algumas transições entre os motores ou trocas de marcha do câmbio DHT – é difícil dizer, pois não há como monitorar a combinação mecânica. A questão é que nota-se um forte tranco, cujo momento pode depender da programação do carro. Pode ser por volta dos 60 km/h ou por volta dos 80 km/h.

Consultada, a Jaecoo disse que este tranco é uma característica apenas da unidade testada e que poderíamos prosseguir para os testes de desempenho. Mas é um ponto que observaremos após o lançamento.

Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Fato é que o desempenho foi mais modesto do que os 339 cv sugerem. O Jaecoo 7 precisou de 8,4 segundos para chegar aos 100 km/h, bem distante dos 7,2 segundos do GWM Haval H6 PHEV19 (326 cv) e mais próximo dos 8,8 segundos do BYD Song Plus, que tem 235 cv. Essa comparação também vale para as retomadas: o Jaecoo só é mais rápido que o Song Plus na passagem de 40 a 80 km/h, precisando de 3,83 s contra 4,28 s do BYD.

Em compensação, o Jaecoo 7 freia melhor e se mostrou mais silencioso que os futuros rivais. Quanto ao consumo, registrou médias de 17,1 km/l em ciclo urbano e 16,9 km/l em ciclo rodoviário. É mais econômico na estrada e empata com o GWM na cidade, mas o BYD faz 18,1 km/l.

Jaecoo 7
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Por fim, vale deixar um registro sobre a suspensão, ainda que tenham feito algumas mudanças na calibração dos carros que serão vendidos. O comportamento dinâmico desta unidade do Jaecoo 7 é muito parecido com o de um Tiggo 7 Pro. Até absorve algumas ondulações no asfalto e é bem estável na estrada, mas as molas fazem o carro ser mais firme em outras situações e a carroceria ainda inclina um tanto nas curvas. Mas nenhum dos seus rivais tem suspensão perfeita.

A lista de equipamentos de série do Jaecoo 7 incluirá piloto automático adaptativo com stop & go, assistente de faixa, alerta de pontos cegos, alerta de colisão e frenagem de emergência, mas alguns destes sistemas não estavam funcionando na unidade testada. O SUV ainda tem seis airbags, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro e um enorme teto solar panorâmico.

Teste – Jaecoo 7 PHEV

Aceleração
0 a 100 km/h 8,4 s
0 a 1.000 m 30,17 – 170 km/h
Velocidade máxima n/d*
Retomadas
D 40 a 80 km/h 3,8 s
D 60 a 100 km/h 5,1 s
D 80 a 120 km/h 6,9 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0 13,9/24,3/56,6 m
Consumo
Urbano 17,1 km/l
Rodoviário 16,9 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx. – / – dBA
80/120 km/h 61,2/65,5 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h 99 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em D
Volante 2,5 voltas
SEU Bolso
Preço estimado R$ 240.000

Ficha Técnica – Jaecoo 7 PHEV

Motores: gas., diant., 4 cil., 16V, 1.497 cm³, 135 cv; elétricoS, diant., 204 cv; potência total, 339 cv; torque total, 52 kgfm
Bateria: 18,2 kWh
Recarga: máx. 42 kW (DC)
Câmbio: DHT com 3 marchas físicas, tração diant.
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.) e multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.) e disco sólido (tras.)
Rodas e pneus: 235/50 R19
Peso: N/D
Dimensões: compr., 450 cm; larg., 186,5 cm; alt., 167; entre-eixos, 267,2 cm; porta-malas, 340 l; tanque de combustível, 60 l

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