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Impressões: Polo 1.6 anda bem, é seguro, mas peca na conveniência

Recheada de itens de segurança e com bom desempenho pelo câmbio manual, versão intermediária escorrega no acabamento e nos equipamentos de conforto

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 29 set 2017, 10h43 - Publicado em 28 set 2017, 19h35
Versão 1.6 MSI do novo Polo parte de R$ 54.990 com computador de bordo, quatro airbags e Isofix (Divulgação/Volkswagen)

Muito tem se falado sobre o novo Polo nos últimos dias, destacando a tecnologia protagonizada pelo motor 1.0 TSI e pelo quadro de instrumentos digital, ambos disponíveis apenas em suas versões mais caras. Para grande parte dos brasileiros, porém, a versão intermediária com motor 1.6 está mais próxima da realidade.

Mas será que o Polo 1.6 MSI fica muito aquém do Comfortline TSI, R$ 10.000 mais caro? Nós andamos no modelo e trazemos a resposta.

O conjunto mecânico soará como o grande diferencial dos R$ 54.990 iniciais cobrados pelo Polo intermediário. Equipado com motor 1.6 16V de 117/110 cv e 16,5/15,8 mkgf (etanol/gasolina), ele só pode ter transmissão manual ─ o que pode mudar com a chegada do câmbio automático no Gol em breve.

Contudo, apesar dos números mais modestos em relação aos 128/115 cv e 20,4 mkgf do 1.0 turbinado, o aspirado vai de 0 a 100 km/h em 9,6 s, de acordo com a Volkswagen. O tempo é exatamente o mesmo do TSI.

Por fora, o Polo 1.6 tem maçanetas e retrovisores na cor da carroceria, mas dispensa faróis de neblina e rodas de liga leve (Divulgação/Volkswagen)

Na prática, o Polo 1.6 é beneficiado justamente pelo câmbio manual. A correta distribuição das marchas favorece o torque em baixa e garante um rápido e silencioso ganho de velocidade.

A quinta marcha, porém, tem relação muito curta, o que faz o motor girar alto logo após os 100 km/h. Uma relação alongada ou o câmbio de seis marchas do Golf fariam bem ao carro e aos nossos ouvidos.

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Se o câmbio manual ajuda o 1.6 e prejudica o 1.0 TSI, a diferença de torque equilibra as contas. No TSI, é possível fazer retomadas e ultrapassagens sem a necessidade de reduções. No 1.6, não.

Mesmo com o giro alto em velocidades mais elevadas, o torque máximo de 16,5 mkgf (etanol) exige reduções para que se faça as manobras com mais agilidade e segurança. Em subidas, então, é bom ter um pouco mais de paciência ─ para o turbo, essa é uma tarefa simples.

Completo, como na imagem acima, o Polo 1.6 vai para R$ 57.590 (Divulgação/Volkswagen)

Em resumo, o 1.6 entrega desempenho satisfatório pela presença da transmissão manual, especialmente em rodagens urbanas ─ situação na qual a comodidade de um câmbio automático faz falta, isso se ter de pisar na embreagem for realmente um incômodo.

Assim como na mecânica, a relação de custo-benefício entre preços e equipamentos é um dilema para o Polo 1.6 MSI. Por R$ 54.990, o modelo traz os mesmos acabamento e itens de série do 1.0 MPI, de entrada.

Como exemplos: ar-condicionado analógico, direção elétrica, vidros elétricos nas quatro portas, travas elétricas, computador de bordo, suporte para smartphone no painel, rádio com USB e Bluetooth, regulagem de altura do banco do motorista, Isofix e quatro airbags.

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No pacote Connect, o modelo ganha rodas de liga leve, controles de estabilidade e tração e central multimídia (Divulgação/Volkswagen)

O exemplar disponibilizado, contudo, estava equipado com o pacote opcional mais completo Connect, de R$2.600, que adiciona rodas de liga leve de 15 polegadas, controles de estabilidade e tração, volante multifuncional e central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay.

Com ele, o modelo vai a R$ 57.590 ─ sem pintura metálica. Mesmo assim, o valor ainda é R$ 7.600 mais em conta em relação ao 1.0 TSI.

De série, o modelo vem equipado com sistema de som simples, mas dotado de USB e Bluetooth (Divulgação/Volkswagen)

A lista de equipamentos (mesmo sem o kit opcional) parece suficiente, mas algumas ausências não se justificam para um carro de quase R$ 60.000.

Não há, nem mesmo como opcional, comandos eletrônicos para ajustar os retrovisores externos ─ no lugar deles estão os antiquados pinos de regulagem manual ─ e ajuste para a coluna de direção (nem mesmo para altura).

Faróis de neblina, luzes diurnas, sensores de estacionamento e câmera de ré também não são oferecidos.

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Central multimídia presente no pacote Connect tem Android Auto e Apple CarPlay (Divulgação/Volkswagen)

No acabamento, o hatch também tem seus poréns desde a versão mais cara, que chega a R$ 74.940. No 1.6, apenas o rádio tem superfície brilhante. No restante do painel, tudo é fosco e de toque rígido, inclusive a faixa central que ganha pintura brilhante no Highline 200 TSI e as saídas de ar, normalmente com algum detalhe cromado.

A impressão é de estar à bordo de um modelo inferior. Já os bancos de tecido não geram incômodo algum. Pelo contrário: são bonitos e confortáveis.

Assim como nas demais versões, cinco pessoas viajam com conforto no Polo (especialmente pelo túnel central baixo na parte traseira). Todos podem, inclusive, levar bagagens: são 300 litros de porta-malas, assim como no Fiat Argo.

Com exceção do rádio, todo o restante do painel utiliza revestimentos foscos e de toque rígido que poderiam ter melhor aparência (Divulgação/Volkswagen)

A CONCORRÊNCIA

Fiat Argo Drive 1.3 e Hyundai HB20 Comfort Plus 1.6 são os rivais diretos do Polo 1.6 MSI. E a briga não é fácil. Antes da chegada do Polo, fizemos um comparativo entre Argo, HB20 e Onix.

O Argo é equipado com um moderno motor 1.3 de quatro cilindros com até 109 cv e 14,2 mkgf com câmbio manual de cinco marchas. Por R$ 53.900 iniciais, o modelo já vem equipado com central multimídia, disponível apenas no Polo de R$ 57.590.

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O Fiat também leva a melhor por ter ajuste de altura da coluna de direção e monitoramento da pressão dos pneus, inexistentes no Volks. Fica devendo, porém, os airbags laterais e os vidros traseiros elétricos.

Argo ostenta orgulhoso o nome Fiat na traseira
Fiat Argo Drive 1.3 é o principal rival do Polo 1.6; rodas de liga leve e sensores de estacionamento são opcionais (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Por mais R$ 1.400, o Argo pode ter sensores de estacionamento traseiros e câmera de ré, indisponíveis no Polo, assim como os retrovisores externos com comandos e rebatimento elétricos presentes no pacote Convenience, de R$ 1.200, que adiciona também vidros traseiros elétricos (estes, de série no VW).

Já o Kit Stile inclui faróis de neblina e rodas de liga leve. Por R$ 58.400 (ou R$ 810 a mais em relação ao Polo completo), o Argo com todos os opcionais oferece mais itens de conforto e conveniência, mas esquece da segurança dos quatro airbags e do ESP do Polo.

O HB20 é oferecido em pacote único, sem opcionais, por R$ 52.880. Assim como o Argo, ele tem apenas dois airbags e não oferece ESP. No mais, o rádio com USB e Bluetooth é simples como no Polo de entrada, não há rodas de liga leve e tampouco direção elétrica (no Hyundai, é hidráulica).

No entanto, estão lá os ajustes do volante e os comandos elétricos dos retrovisores elétricos.

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Performance e pós-venda são os pontos fortes do hatch da Hyundai
Hyundai HB20 Comfort Plus 1.6 é o mais barato dos três, mas é mais simples e não oferece opcionais (Christian Castanho/Quatro Rodas)

VEREDICTO

Com dose de tecnologia e bom desempenho, o Polo 1.6 mostra-se uma ótima opção para quem ainda não conseguiu chegar no Comfortline 200 TSI.

A falta de alguns itens de conforto e de um melhor acabamento, no entanto, podem fazer com que você repense a compra ─ a não ser que não se incomode ao ajustar os retrovisores à moda antiga enquanto ouve sua playlist preferida no Spotify (pela conexão com o moderno Android Auto).

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