
Projetado no Brasil, o Argo até se passa por italiano (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O Fiat Argo chegou para substituir quase todas as versões do Palio (exceto Attractive 1.0) e o Punto. Até o fim do ano, será a vez de o Argo sedã (que será feito na Argentina) suceder o Grand Siena.
Apesar de competir no segmento dos compactos (seara do Palio), o Argo tem porte de Punto. Ambos têm 4 m de comprimento e quase o mesmo entre-eixos (2,52 contra 2,51 m do Punto).
Porém, o novato é 6 cm mais largo (1,75 ante 1,69). O porta-malas tem 300 litros, contra 290 do Palio e 280 do Punto.

Dianteira tem clara inspiração no design do Fiat Mobi (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O Argo não é um projeto totalmente novo. Segundo a Fiat, 20% da plataforma do hatch veio do Punto e os 80% restantes foram desenvolvidos do zero.
Mesmo assim, a marca afirma ter dado atenção a detalhes pouco valorizados antes, como o som discreto da batida das portas dianteiras.
Liderada por Peter Fassbender, a equipe de design fez um bom trabalho. Olhando o Argo de frente, nota-se semelhanças com outros modelos da marca: os faróis lembram o Mobi e os traços da frente remetem ao Tipo europeu.

Faróis espichados lembram o Mobi (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Atrás, a fonte de inspiração dos designers foi nobre: do desenho das lanternas ao vinco que marca o formato da tampa do porta-malas, a traseira parece um retrato falado da Alfa Romeo Giulietta.
Até o logotipo Fiat em letras grandes (característica dos projetos mais recentes da marca) combina com o estilo.

Lanternas e toda a traseira remetem à Alfa Giulietta (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O nome Argo vem da mitologia: era a nau que levou Jasão e os argonautas em busca do velo de ouro (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O acabamento interno supera todos os compactos atuais da Fiat e quase se equipara à Toro e ao Jeep Renegade.
Da picape também vieram itens como o quadro de instrumentos e botões do ar digital – porém, na utilitária, o sistema tem duas zonas de temperatura – no hatch só uma.

O acabamento é de qualidade e o visual lembra o Mercedes Classe A (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O visual é diferente da Toro nos dois casos, mas as peças são as mesmas. Do Tipo, veio a central com touchscreen de 7 polegadas, compatível com Apple CarPlay e Android Auto, logo acima das três saídas de ar redondas.
É impossível não lembrar do Mercedes Classe A, até na faixa horizontal do painel, que muda de cor conforme a versão (vermelha na HGT e cinza nas demais).

Painel de instrumentos tem tela de TFT de 7 polegadas entre os mostradores (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A central multimídia saliente (como a dos Mercedes) veio do Tipo europeu (Christian Castanho/Quatro Rodas)
As peças são bem encaixadas desde a versão de entrada, e a primeira sensação é a de um carro de categoria superior.
Olhando com mais atenção, porém, nota-se que mesmo na versão HGT não há revestimentos emborrachados – apenas plásticos rígidos.

Painéis de porta são da mesma qualidade dos presentes na Fiat Toro (Christian Castanho/Quatro Rodas)
A boa posição de dirigir não é baixa como no HB20, e nem alta como no Onix. Curiosamente, o Argo terá dois tipos de ajustes de altura para o banco do motorista.
Enquanto a maioria dos carros virá com o ajuste convencional, as unidades com airbags laterais terão bancos importados, com regulagem milimétrica.

O acabamento interno supera todos os compactos atuais da Fiat. Sem plásticos duros e peças mal encaixadas (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Há bom espaço para as pernas de dois adultos + uma criança atrás, embora seja difícil viajar com folga se os ocupantes tiverem até 1,75 metro. Não é grande como o Sandero, mas supera HB20, Onix e Punto. E oferece cinto de três pontos para todos.

Espaço interno é bom, inclusive no banco de trás (Christian Castanho/Quatro Rodas)
São três versões de acabamento, três motores e três opções de câmbio. A básica é a Drive, com motores 1.0 Firefly (77/72 cv) (leia aqui a avaliação), apenas com câmbio manual de cinco velocidades, e 1.3 (109/101 cv) de três cilindros (já andamos), esta com câmbio manual ou caixa automatizada GSR de cinco marchas.
A Precision tem o 1.8 E.torQ (139/135 cv), com câmbio manual de cinco marchas ou automático de seis. Essas combinações também equipam a HGT, que ressuscita a nomenclatura do antigo Brava. Foi justamente essa versão esportiva que dirigimos.

Com até 139 cv se movido a etanol, motor 1.8 é o mesmo do Renegade (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Por fora, há detalhes exclusivos, como um aplique vermelho na dianteira (à la Mercedes A 250) e os arcos pretos nos para-lamas. Embora não decepcione, o HGT também não instiga o motorista a acelerar como em um hot hatch.
Mesmo assim, dá para se divertir com a direção precisa e o câmbio de engates curtos. Já a caixa automática prioriza o conforto em vez da esportividade.

Moldura na roda e detalhes em cinza são da versão esportiva HGT (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Na pista de testes, o Argo HGT precisou de 10,7 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h, levando 7,7 segundos para retomar de 40 a 80 km/h. Abastecido com gasolina, o hatch fez 11 km/l na cidade e 13,4 km/l na estrada.
Fãs da Fiat devem se surpreender é com a estabilidade do Argo. Isso porque ele tem uma suspensão mais dura do que o padrão da marca. Ela não foi rebaixada na HGT, mas ganhou uma calibragem especial.
O Argo surge como forte candidato ao título, desde que a Fiat mantenha os preços competitivos anunciados em seu lançamento. A versão de entrada é a Drive 1.0, tabelada a R$ 46.800, e a configuração mais cara é a HGT 1.8 AT6, oferecida a R$ 70.600.
Teste de pista (com gasolina)
- Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,7 s
- Aceleração de 0 a 1.000 m: 32,3 s / 157,6 m
- Retomada de 40 a 80 km/h (em 3ª): 7,7 s
- Retomada de 60 a 80 km/h (em 4ª): 11,9 s
- Retomada de 80 a 120 km/h (em 5ª): 22 s
- Consumo urbano: 11 km/l
- Consumo rodoviáro: 13,4 km/l
- RPM a 100 km/h em 5ª: 2.400 rpm
- Ruído interno (PM/ RPM máx): 41,2 / 76,8 dBA
- Ruído interno (120 km/h em 5ª): 69 dBA
Ficha técnica – Fiat Argo HGT 1.8
- Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cilindros, 1.747 cm3, 16V, 80,5 x 85,8 mm, 12,5:1, 139/135 cv a 5.750 rpm, 19,3/18,8 mkgf a 3.750 rpm
- Câmbio: manual, 5 marchas, tração dianteira
- Suspensão: McPherson(dianteiro), eixo de torção (traseiro)
- Freios: disco (dianteiro), tambor (traseiro)
- Direção: elétrica, 10,5 m (diâmetro de giro)
- Rodas e pneus: 195/55 R16
- Dimensões: comp., 400 cm; largura, 175 cm; altura, 150,5 cm; entre-eixos, 252,1 cm; peso, 1.243 kg; tanque, 48 litros; porta-malas, 300 litros
- Preço: R$ 64.600 (câmbio manual) / R$ 70.600 (câmbio automático)
- Desempenho: 0 a 100 km/h em 9,6 s; vel. máx., 190 km/h (dados oficiais)
continuo a dizer, fiz test drive e foi uma decepção. saudade dos verdadeiros carros produzidos pela Fiat.
Mas como o Design dos carros atuais estão repetitivos e pouco criativos hein. Me parece como outros carros; tem tudo que você precisa, tudo que você quer em termos de conforto, tecnologia e segurança, mas não tem vontade nenhuma de comprar.
Nos últimos 6 anos fui um feliz proprietário de dois Punto e um Bravo. Por culpa da Fiat hj tenho um Toyota (excelente por sinal). Fui animado para conhecer o novo lançamento e quando me dei de frente com o carro uma decepção. Ele está entre Uno e Pálio. O Carro parece uma mistura de Gol com HB20, e o preço ! ahhhh o preço, uma vergonha 70 paus pra um carro desses. Deixa que outros o comprem, vou continuar com meu Toyota.
Pela primeira vez vi um hoje na rua e por coincidência ao lado de um Onix. Achava que teria porte de
New Fiesta, 208 ou até mesmo o Sandero mas o olhando de perto ele parecia menor que o Onix (ambos 1.0) em todas as proporções… Por mais que o números das medidas digam o contrário o aparente porte conta muito e acho bem difícil uma pessoa chegar numa concessionária e olhar a versão completa de mais de 70 mil e querer para por ele…
E pensar que é a mesma Fiat que lançou o Fiat Coupe, Tempra, Brava e Stillo. Hoje vive de Mobi e Argo. Que decadência.
“desde que a Fiat mantenha os preços competitivos…”
É sério que isso está escrito na matéria? Preços competitivos?
O carro ficou bonito. Só achei ele pesado para um compacto premium. Bem que a Fiat poderia usar o Firefly 1.3 como base para um futuro turbo com injeção direta em substituição ao 1.8 E-torQ.
Excelente desempenho, excelente consumo, conforto, acabamento, segurança, espaço interno e porta-malas generosos, e preço competitivo, sem dúvida é o melhor custo/benefício do segmento.