Honda ZR-V quer ser SUV do Civic e parte dos R$ 214.500 só com motor 2.0
O novo SUV médio da Honda, o ZR-V, chega às lojas amanhã por R$ 214.500, em versão única Touring
O novo Honda ZR-V é bonito. Mais bonito de perto do que em fotos ou em vídeo.
A Honda define suas linhas como esportivas. Dá para dizer que ele tem linhas femininas. Curvas e suaves. Os vincos do capo que terminam na grade dianteira, por exemplo, são bem interessantes, dando ideia de movimento. Mas sem ser agressivos.
Essas linhas fazem o ZR-V parecer menor. Mesmo de perto, é preciso prestar bem atenção para perceber que ele é maior que um Jeep Compass, com o qual vai concorrer no segmento de SUVs médios. O ZR-V tem 4,57 m de comprimento, enquanto o Compass mede 4,40 m.
Passado o encantamento dos primeiros momentos, porém, surge uma sensação de estranhamento porque o ZR-V tem um visual bem diferente dos outros carros da Honda como City, o próprio Civic do qual deriva e o HR-V. Fazer carros que parecem gêmeos idênticos com tamanhos diferentes é bem monótomo. Mas, nesse caso do ZR-V, fica difícil dizer que se trata de um carro da mesma marca.
Pelo menos externamente falta o que os designers chamam de family feeling. Pelo menos externamente, porque, no painel há elementos familiares, como o grafismo, os instrumentos e, o mais evidente, a grelha frontal em toda extensão do painel igual à que foi apresentada do Civic da 11a geração.
Internamente, as curvas se repetem. Mas de forma menos suaves, como se observa no console central. Nas laterais das portas, os volumes dos apoiadores são exagerados. Se fossem menores teriam a mesma serventia, ocupariam menos espaço da cabine e ficariam mais elegantes.
Segundo a Honda, o visual diferente foi proposital para o ZR-V expressar sua singularidade. Não, ele não vai ditar a tendência de estilo dos próximos lançamentos da marca, segundo os executivos da fábrica. Ele apenas quer ser diferente e atender a um público diverso do que é atendido pelo HR-V e o CR-V, na linha de SUVs da marca.
Além do estilo, o ZR-V traz outra característica única, que tem a ver com o design do projeto, que é a posição de dirigir. Como em todo SUV, o motorista do ZR-V senta em posição elevada, em relação ao piso do carro. Mas, ao contrário dos SUVs típicos, o ZR-V tem os pedais, o volante e o painel em posições mais próximas do motorista, como acontece nos sedãs e cupês. Assim, o motorista viaja mais encaixado, podendo interagir mais efetivamente com o carro.
O primeiro carro que apareceu com esse tipo de proposta e ergonomia na Quatro Rodas foi o Lexus UX 250H, em 2019.
Essa esportividade pretendida não seria atendida apenas com as mudanças na ergonomia, no entanto. Por isso, os projetistas japoneses trataram de enrijecer a suspensão (McPherson, na dianteira, e multilink, na traseira) de modo a deixar a carroceria mais firme – reduzindo o conforto a bordo. Em nossa avaliação, sentimos que o SUV oscila menos nas curvas mas, em contra-partida se mostra bastante sensível à irregularidade dos pisos, como se seus pneus (215/60 R17) estivessem acima da pressão recomendada. A direção tem o peso ideal e é bastante responsiva. Ou seja: diverte sem cansar.
O Honda ZR-V é equipado com motor 2.0 i-VTEC de quatro cilindros, com comandos de válvulas variáveis na admissão e no escape, que gera 161 cv de potência e 19,1 kgfm de torque, acoplado ao câmbio CVT com sete marchas fixadas.
Em nossa avaliação, o desempenho foi satisfatório. Apesar a proposta esportiva de design e comportamento de suspensão e direção, o ZR-V entrega um desempenho apenas mediano. Se quiser, o motorista pode optar pelo modo sport, que deixa o motor trabalhar em giro mais alto, e também pode usar o modo de trocas manuais, por meio de borboletas no volante. Mas o nível de ruído, nesse regime, é alto e o consumo deve acompanhar os decibéis.
A Honda não divulgou números de performance. Apenas de consumo, segundo os critérios do Inmetro, que são as medias de 10,2 km/l, na cidade, e 12,1 km/l, na estrada. E, em relação ao ruído, o ZR-V conta com para-brisas acústico que contribui para o silêncio a bordo, mas carece de isolamento nas portas, por exemplo, que são barulhentas ao fechar.
Para a Honda, o ZR-V será um complemento de linha, entre o HR-V, que custa entre R$ 151.200 (EX) e R$ 195.800 (Touring) e o CR-V, que será apresentado atualizado em janeiro de 2024 com mecânica híbrida, e que deve ficar na faixa de R$ 300.000.
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O Honda HR-V chega por R$ 214.500 em única versão, Touring, que representa a configuração mais luxuosa e equipada. No acabamento, ela traz bancos parcialmente revestidos em couro, volante em couro e painel e laterais das portas em material sintético que imita couro. E, no conteúdo, o ZR-V vem com faróis e lanternas full-led, painel digital de 7”, central multimídia com tela de 9” e compatibilidade com os sistemas Apple Carplay e Android Auto, ar-condicionado dual-zone, teto solar, oito airbags e completo pacote de sistemas de assistência ao motorista como frenagem automática de emergência, piloto automático adaptativo, sensores de permanência em faixa, auxiliar de partida em rampa, freio automático de descidas e controle de tração e estabilidade.
A cabine foi pensada em agradar a todos os ocupantes. Para isso há onze porta-trecos espalhados próximos a todas as posições e cinco tomadas USB (sendo quatro do tipo C), além de um carregador de celulares por indução, localizado no console. Quem viaja atrás acha saídas de ar-condicionado sob os bancos e luzes de leitura, no teto. Só faltou o sistema de bancos flexíveis, Magic Seat, que equipa o HR-V. O ZR-V tem banco traseiro bipartido e rebatível, mas a mesma mobilidade do irmão menor.
Galeria de fotos do Honda ZR-V
No porta-malas cabem 389 litros, o que não é muito, mas é compreensível levando em conta que o espaço da cabine acomoda cinco pessoas com folga. E pode chegar a 1.306 litros, com os bancos rebatidos.
O Honda ZR-V 2024 é oferecido em sete opções de cores sendo três novas na linha Honda: azul (mostrada aqui), vermelho e cinza perolizado. Mais quatro tradicionais: branco, prata, cinza e preto. Escolhendo uma das três primeiras, o interior tem acabamento bicolor, como nas imagens. Nas demais, o interior é sempre monocromático preto.