Confirmado: a esportiva CBR 250R chega às lojas neste mês de março. O preço é sempre o maior segredo a preceder qualquer lançamento, mas no fim de janeiro as calculadoras da Honda oscilavam entre 14 200 e 15 000 reais. O modelo é igualzinho ao que é disponibilizado na Europa e nos Estados Unidos e incorpora tecnologia e design de última geração.
A nova moto vem para combater a Kawasaki Ninja 250 (15 540 reais), e seu motor de dois cilindros paralelos, e a Kasinski Comet GT 250, com motor V2 (originalmente uma Hyosung coreana, por 13 990 reais), no segmento das carenadas superesportivas de pequena cilindrada. A Dafra começou a vender recentemente a Roadwin 250 para o mesmo nicho de mercado – que está uma chapa quente. A monocilíndrica da Dafra, também refrigerada a líquido como todas as demais concorrentes, é uma Daelim coreana montada em Manaus e traz como principal apelo o preço amigo, fixado em 12 490 reais.
Apesar da inferioridade no número de cilindros em relação à Ninjinha e à Comet, a monocilíndrica da Honda tem cacife para desafiar as bicilíndricas. Ela não é apenas uma naked que ganhou carenagem e tempero esporte um pouco o que acontece com a Kasinski e com a Dafra -, e sim um projeto dedicado à esportividade. É leve, de fácil dirigibilidade, com caráter esportivo e muita versatilidade.
A nova Honda não é novidade apenas no Brasil. Ela foi mostrada ao mundo no fim de 2010 e apenas em 2011 chegou ao mercado europeu, surpreendendo aos que acreditavam que ela seria apenas mais uma 250 cc com roupagem extra. Ela não tem a ver com a CBX 250 Twister, conhecida na Europa por CBF 250 – e da qual deriva a brasileira CB 300R. A mesma surpresa ocorre agora por aqui: a Honda poderia simplesmente ter adaptado uma carenagem à líder de mercado CB 300R e, com um ajuste de motor, emprestadolhe mais esportividade. Esqueça. A opção foi trazer um produto inteiramente novo, que resgata a cilindrada de quarto de litro para a marca da asa.
Apenas para o novo motor de quarto de litro que a equipa, a Honda registrou 27 patentes. É um 250 com arrefecimento líquido, dois eixos-comando para quatro válvulas, alimentado por injeção eletrônica digital e com as mesmas medidas de diâmetro e curso de um dos quatro-cilindros da superbike CBR 1000RR (76 x 55 mm). Mecanicamente é um motor surpreendente, com soluções inéditas. Também não guarda nenhuma semelhança com o da CRF 250R de motocross – afinal de contas, a durabilidade e o necessário baixo custo de manutenção de um motor para a rua não são compatíveis com a potência explosiva de um motor de uso exclusivo em competições.
Com 27 cv de potência máxima e peso em ordem de marcha (abastecida e com fluidos e lubrificantes) de 161 kg, ela é capaz de percorrer 27 km/l, segundo a fábrica. Seriam, portanto, cerca de 350 km de autonomia com o tanque de 13 litros. A CBR 250R tem câmbio com seis marchas, e não cinco, como na CB 300R. Nossas preces foram ouvidas…
A Kawasaki Ninja 250R tem 33 cv, mas é bicilíndrica, ou seja, também pesa um pouco mais: 169 kg. O motor da CBR 250R tem mais torque – e disponível em rotações mais acessíveis. São 2,42 mkgf máximos a 7 000 rpm. A Ninjinha tem 2,24 mkgf a 8 200 rpm e sempre foi alvo de críticas por sua crônica falta de energia em baixa.
Testes realizados com a CBR no velho continente declaram que ela é uma delícia de pilotar em baixos e médios giros, com respostas imediatas ao comando do acelerador na faixa das 5 000 rpm, ou seja, muito semelhante à CB 300R, mas com 50 cc a menos e a esperada refrigeração líquida.
VFR em miniatura
Visualmente, a CBR 250R é muito parecida com a recém-chegada (ao mercado brasileiro) VRF 1200F. Com carenagem integral que oculta os parafusos de fixação e um farol em formato de X muito parecido com o da VFR, a CBR 250R busca nitidamente identificar- se com a prima de maior cilindrada e prestígio. Obviamente, por se tartar de uma moto direcionada a um público mais abrangente, ela não herdou alguns luxos da VFR. A lista de ausências inclui os piscas integrados aos espelhos e a balança traseira monobraço. Mas o visual é mesmo parecido. A versão prata e vermelha, com a mesma qualidade de pintura metálica, é uma miniatura.
Rodas de liga leve de 17 polegadas com pneus esportivos sem câmara, (140/70 na traseira e 110/70 na dianteira) fazem parte do pacote. Painel, ponteira de escape e ABS humilham a concorrência – estão em um patamar superior. O painel lembra o da VFR 1200F, com um pouco menos de informações, mas com a mesma linha de projeto visual. Incorpora conta-giros analógico (de ponteiro) com velocímetro. Marcador de gasolina e hodômetros são digitais. Tudo bem encaixado e bem acabado, com peças plásticas laterais para esconder os vãos da carenagem.
A ponteira de escape tem desenho moderno, meio triangular, e muito bem casada com o restante da moto. Tem papel fundamental no design.
O quadro tubular de aço, oculto pela carenagem, segue a mesma linha do que equipa a CBR 600RR, com a tampa do cabeçote e o sistema de injeção posicionados entre as traves superiores e fixações que dispensam a utilização de berço sob o motor. O subquadro também é de aço e não é removível.
Nas suspensões, nada muito revolucionário. Na frente, bengalas telescópicas convencionais de 37 mm de diâmetro e 130 mm de curso. Na traseira, monoamortecedor com sistema Pro- Link de 104 mm de curso e cinco regulagens de compressão da mola.
Pelos predicados técnicos e pela força da marca, a CBR 250R promete esquentar o segmento das pequenas e fazer com que a Ninja 250 fique ainda mais verde… De raiva.