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Honda CBR 1000 RR

Aos 20 anos, a Fireblade fica mais fácil de tocar

Por Edu Zampieri | Fotos: Christian Castanho
Atualizado em 9 nov 2016, 12h03 - Publicado em 13 set 2012, 17h07
Honda CBR 1000 RR

A Honda CBR 1000RR Fireblade vem sendo atualizada e acertada há 20 anos, através de gerações. Nasceu como 900 RR, em 1992, foi 929 e 954 até chegar a 1000 cc em 2004. Desde 2008 não recebia alterações significativas. Ganhou um ótimo sistema ABS de competição recentemente, mas, com o ataque das rivais recheadas de eletrônica, com mapas diferenciados de controle de motor e de tração, esperávamos que a Honda soltasse para 2012 uma CBR ultrapotente e revolucionária. Não. A crise mundial de mea- dos de 2008 e o tsunami que devastou parte do Japão no início de 2011 atra- saram o lançamento para 2012.

Visualmente, a CBR 1000RR traz poucas mudanças, mas na dirigibilidade… Ao desfiar a história de 20 anos da Fireblade, é fácil observar que a filosofia da marca para sua superbike nunca foi a extrema potência, mas ter a superesportiva mais dócil, fácil de pilotar, com soberba maneabilidade. A CBR 1000RR nunca foi a superesportiva mais potente e mesmo assim venceu inúmeros campeonatos. Desde 2008 ela não vence nossos testes comparativos, mas é superior, com unanimidade, na facilidade de pilotagem. Ao montá- la, parece que ela é sua moto de anos.

Para 2012, a Honda conseguiu refor- çar seu ponto mais forte. Se já era rápida em inversões de curva, precisa nas tomadas e com estabilidade invejável graças a seu chassi leve, estreito, compacto e rígido, ficou melhor com rodas novas, leves, e suspensões evoluídas.

No aspecto geral, as alterações foram sutis, mas fazem diferença. Os faróis ficaram mais esticados e a carenagem frontal, pontiaguda. O recorte das laterais e a rabeta mudaram. O painel é novo: todo digital. No LCD agora há função que permite cronometrar as voltas de um eventual treino em pista.

A moto foi lançada na pista estreita da Fazenda Capuava, no interior paulista, com poucas e curtas retas e muitas curvas em sucessão. Bastou ligar a moto para perceber o empenho para deixar essa “mil” compacta. Com o cockpit curto e a magreza geral, inclusive entre as pernas, parece uma 600.

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O painel digital ajuda na impressão minimalista. Na pista da Capuava, com frenagens em descida e reacelerações em subida, forma o ambiente ideal para sentir as delicadas diferenças que as novas rodas e suspensões trazem.

A CBR 1000RR agora está equipada na dianteira com as boas e velhas bengalas Showa BPF (Big Piston Fork) que também equipam as Kawasaki ZX-10R e Suzuki GSX-R 1000. Elas usam tubos mais leves, que carregam menos óleo e contam com regulagens do sistema hidráulico em cima.

Na traseira, também um sistema Showa. As regulagens hidráulicas são feitas por meio de dutos separados para compressão e retorno. É, em linhas gerais, o mesmo sistema com que Carlos Checa venceu as 8 Horas de Suzuka em 2008 e que vinha sendo utilizado no Mundial de Superbike desde então. O piloto sente melhor as imperfeições do asfalto e tem mais opções de regulagem. As motos ajustadas como saem de fábrica mostraram- se bem confortáveis, ligeiramente brandas demais. Afinal de contas, são motos de rua, licenciáveis, que têm como proposta ser eficientes tanto na rua como na pista. Para meu peso (88 kg) e estilo de tocada, elas se mostraram ideais para um race day com muita emoção. Caso fosse competir, não faltariam opções de regulagem.

As novas rodas e as bengalas dianteiras mais leves facilitam as inversões de curva rápidas. A Honda declara que, apesar de a potência (178 cv a 12 000 rpm) e o torque (11,4 mkgf a 8500 rpm) não terem mudado, o mapa de injeção foi retrabalhado, para deixar a curva de potência mais linear desde baixos até altos giros.

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Quem é alto sofre um pouco para se encaixar atrás da bolha, mas para quem tem até 1,80 metro a nova CBR 1000 RR é muito confortável. Suspensões macias e leveza de condução facilitam a vida. E olha que a versão 2011 já era a melhor nesses pontos.

TOCADA

Em curvas, é a superesportiva de 1000 cc que mais se parece com uma 600.

★★★★★

DIA A DIA

Em um mundo perfeito, sem buracos, assaltos e milhões de carros, ela até poderia ser sua moto para ir ao trabalho. porém…

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★★★

ESTILO

É uma race réplica. com o escape curto
e a rabeta apenas para segurar a placa, segue a tendência das motos de corrida mais modernas.

★★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO

Excepcionais, como sempre. Se a primeira cBr 900rr 1992 já era boa nesse quesito, 20 anos de evolução não lhe fizeram nenhum mal.

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★★★★★

SEGURANÇA

A versão com c-ABS permanece e é uma verdadeira dádiva no piso molhado.

★★★★

MERCADO

Ainda não tem controle de tração nem é a mais potente entre as concorrentes, mas tem qualidades de sobra para se manter na liderança do mercado brasileiro.

★★★★★

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