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Hilux x S10: o embate entre as picapes médias flex automáticas

Nova versão da S10 acirra briga pela liderança do segmento, atualmente dominado pela Hilux

Por Péricles Malheiros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 1 mar 2018, 13h22 - Publicado em 30 nov 2017, 13h42
Hilux ganha versão flex para fazer companhia à S10
Fim da solidão: Hilux ganha a companhia da S10 entre as picapes flex automáticas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Demorou, mas a Toyota Hilux ganhou uma rival no segmento das picapes médias com motor flex e câmbio automático. A resposta veio com a Chevrolet S10, que chegou às concessionárias em maio.

Os executivos da GM falam todos com muita segurança, num tom quase ameaçador: “A chegada do câmbio automático vai nos dar a liderança entre as picapes médias flex”. O diretor de marketing, Hermann Mahnke, disse: “Vamos compensar o tempo em que ficamos de fora com um produto superior ao da concorrência, tanto em conteúdo quanto mecanicamente”.

S10 tem 222 mm de altura livre do solo
Motorização e dirigibilidade da S10 são superiores (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Na pista de testes, juntamos as duas picapes. É chegada a hora de ver se a mais nova candidata é mesmo boa de briga ou se é só promessa de campanha.

Ambas foram enviadas pelas fábricas em suas versões mais completas. Ou seja, o pega ocorreu entre a Hilux SRV 4×4 (R$ 135.090) e a S10 LTZ 4×4 (R$ 134.090).

Não estranhe a Hilux da foto: por engano, a Toyota mandou uma 4×2 para o ensaio, mas as impressões e o teste foram feitos com a 4×4. A diferença está, obviamente, no sistema de tração e na ausência do adesivo de caçamba – que, aliás, é muito parecido com o da S10.

Vão do solo da Hilux é de 286 mm
Hilux tem visual mais agressivo e boa fama no pós-venda (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Em novembro de 2016, fizemos um comparativo de picapes flex 4×2, que foi balizado pelo preço de entrada da então remodelada Hilux.

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Na ocasião, nem o pacote de equipamentos mais simples que o das rivais (S10 e Ranger) impediu a vitória fácil da Toyota, justamente pelo fato principal de ser a única com câmbio automático. Mas o tempo passou, a Chevrolet se mexeu e a coisa ficou feia para o lado dos japoneses.

Paridade cambial

S10 flex ganhou caixa automática na linha 2018
Câmbio automático com motor flex: combinação é novidade na linha 2018 da S10 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Na S10 o conjunto de transmissão com seis marchas é o mesmo já aplicado nas versões movidas a diesel, mas com relação do diferencial traseiro adaptada ao motor 2.5 flex de 206/197 cv.

As duas caixas de câmbio têm concepção bastante parecida, com conversor de torque gerenciado eletronicamente e seletor eletrônico de tração (4×2, 4×4 e 4×4 reduzida).

Caixa automática da Hilux tem seis marchas e trocas sequenciais
Assim como a S10, câmbio automático da Hilux tem seis marchas e trocas sequenciais (Christian Castanho/Quatro Rodas)

No motor, vantagem inquestionável da S10. Moderno, tem injeção direta de combustível nas câmaras de combustão, principal responsável pela enxurrada de números melhores que os da rival.

No 2.7 de 163/159 cv da Hilux, o maior destaque (que a S10 também tem) é o duplo comando de válvulas no cabeçote com variação do tempo de abertura na admissão e no escape.

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Interior da Hilux ainda é atual
Lançada em 2016, a Hilux ainda é atual – inclusive por dentro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Na suspensão, a vantagem também é da S10, embora aqui não seja tão grande quanto no motor. Ambas são bem acertadas, com calibração notadamente feita para privilegiar o conforto, mas a traseira da Hilux é um pouco mais saltitante.

Na cidade, fica ainda mais perceptível o melhor isolamento da cabine da S10, tanto de ruído externo como (principalmente) de vibrações do motor.

Como negócio, na teoria há um novo empate. O pacote de revisões até 60.000 km da S10 é mais barato do que o da Hilux (R$ 4.636 ante R$ 5.375).

O interior da S10 foi repaginado em 2016
Interior foi repaginado juntamente com o facelift externo de 2016 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Na hora da revenda, porém, a Hilux honra a sua origem japonesa: “Basta você pensar em fazer um anúncio para ver uma fila de interessados se estapeando por ela. E isso se traduz em um menor índice de desvalorização”, diz Caitano Andrade, vendedor de usados especializado em picapes e SUVs. O índice da Hilux no primeiro ano é de 11,2%, contra 13,4% da S10.

Picape High-Tech

S10 tem capacidade de carga de 816 kg
S10 leva 816 kg; com 153,4 cm, caçamba é mais curta que a da Hilux (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A vitória da picape Chevrolet é confirmada com a análise dos equipamentos. Só ela tem, por exemplo, partida remota do motor, sensor de estacionamento na dianteira, assistente de partida em rampa e alertas de risco de colisão e de saída involuntária de faixa.

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Oferece ainda multimídia com tela de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay, On Star e uma série de equipamentos exclusivos de menor relevância.

Ainda que em pacote bem mais humilde, a Hilux também tem itens inexistentes na S10, como ajuste de profundidade do volante, airbag de joelho para o motorista e multimídia de 7 polegadas com DVD player e TV digital.

No acabamento, empate técnico: ambas convencem com materiais de boa qualidade e aspecto agradável, mas a montagem peca ao exibir alguns vãos exagerados.

Caçamba tem 156,9 mm de comprimento
Capacidade de carga da Hilux é de 830 kg; caçamba tem 156,9 cm de comprimento (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Se o reinado da Hilux entre as picapes médias flex automáticas chegará ao fim, ainda é cedo para saber. Mas há uma certeza: a S10 chegou com armas para lhe tomar o trono.

Teste de pista (com gasolina)

Chevrolet S10 LTZ Toyota Hilux SRV
Aceleração de 0 a 100 km/h 11,7 s 15,1 s
Aceleração de 0 a 1.000 m 33,1 s 36,8 s
Velocidade máxima (dados de fábrica) n/d n/d
Retomada de 40 a 80 km/h (em D) 5,1 s 6,8 s
Retomada de 60 a 100 km/h (em D) 6,5 s 8,7 s
Retomada de 80 a 120 km/h (em D) 8,7 s 13,8 s
Frenagem de 60/80/120 km/h a 0 m 17,9/29,5/67,4 m 16,8/30,4/72,8 m
Consumo urbano 7,5 km/l 7 km/l
Consumo rodoviário 10,8 km/l 8,6 km/l

Veredicto

Mais barata e também mais moderna que a Hilux, a S10 tem um conjunto mecânico eficiente e um generoso pacote de equipamentos. Venceu a rival com facilidade.

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Ficha técnica – Toyota Hilux SRV Flex

  • Preço: R$ 135.090
  • Motor: 4 cil., diant., longit., 2.694 cm3, 16V, flex., 163/159 cv a 5.000 rpm, 25 mkgf a 4.000 rpm
  • Câmbio: aut., 6 marchas, tração 4×4
  • Suspensão: duplo A (diant.) e eixo rígido com feixe de molas (tras.)
  • Freios: disco ventilado (diant.) e tambor (tras.)
  • Direção: hidráulica, 11,8 m (diâm. giro)
  • Rodas e pneus: liga leve, 265/65 R17
  • Dimensões: compr., 533 cm; largura, 185,5 cm; altura, 181,5 cm; entre-eixos, 308,5 cm; peso, 1.970 kg; tanque, 80 l; capacidade de carga, 830 kg

Ficha técnica – Chevrolet S10 LTZ

  • Preço: R$ 134.090
  • Motor: 4 cil., diant., longit., 2.457 cm3, 16V, flex., 206/197 cv a 6.000/6.300 rpm, 27,3/26,3 mkgf a 4.400 rpm
  • Câmbio: aut., 6 marchas, tração 4×4
  • Suspensão: braços duplos (diant.) e eixo rígido com feixe de molas (tras.)
  • Freios: disco ventilado (diant.) e tambor (tras.)
  • Direção: elétrica, n/d (diâm. giro)
  • Rodas e pneus: liga leve, 265/60 R18
  • Dimensões: compr., 536,1 cm; largura, 187,4 cm; altura, 183,1 cm; entre-eixos, 309,6 cm; peso, 1.934 kg; tanque, 76 l; capacidade de carga, 816 kg
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