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H-D FLHX Touring Street Glide 103

A moto decola da cidade para flanar nas longas estradas

Por Eduardo Viotti | fotos: Marco de Bari
Atualizado em 9 nov 2016, 11h57 - Publicado em 4 Maio 2012, 14h31
H-D FLHX Touring Street Glide 103

Os americanos têm boas expresses para definir certas coisas. A língua inglesa os favorece, com sua estrutura sucinta e objetiva. “Open road”, por exemplo, é a sedutora ideia de viagens longas por estradas seguras, aquelas que quase sempre envolvem algum tipo de introspecção, mergulho interior. Na Street Glide, a experiência pessoal pode ser completada com a trilha sonora que você julgar mais inspiradora. Escolha a música, conecte seu MP3 (também CD ou rádio FM) e acelere – ela tem um belo sistema de som Harman Kardon, com dois alto-falantes e 20 watts por canal, 40 no total. Você ouve som ambiente – não estamos falando de fones de ouvido, proibidos por lei – com definição perfeita. Sim, a rua também ouve.

Esse é o reino da Street Glide, quase uma contradição com seu nome, que faz referência às ruas. Em uma tradução meio esdrúxula, Street Glide poderia ser o “planador das ruas”, já que o verbo to glide é planar, deslizar, flanar por aí. Segundo a Harley, é o modelo da marca mais vendido no mundo. Não no Brasil, em que a Sportster 883 vende mais, seguida – e às vezes superada – pela charmosa Softail Fat Boy.

A FLHX pertence à família das baggers Touring, as motos construídas sobre o maior chassi da lendária marca norte-americana, equipadas com alforjes laterais fixos. Elas são oito versões nos Estados Unidos e apenas três no Brasil. Aqui há apenas a Road King Classic, de pouco mais de 59000 reais, a Street Glide, que custa quase 64000 reais, e a superequipada Electra Glide Ultra Limited, topo da gama em nosso mercado, de cerca de 73000 reais.

A Street Glide foi lançada em 2006, ainda com o motor V2 a 45 graus de 88 polegadas cúbicas (1442 cc) e câmbio de cinco marchas. No ano seguinte, o V2 foi para 96 polegadas cúbicas (1573 cc) e o câmbio ganhou uma marcha, com a sexta alongada, overdrive, para viagens – a transmissão final é por correia flexível dentada, um sistema que requer pouca manutenção e é silencioso e limpo (não exige lubrificação).

A moto tem pinta de antiga, reforçada pela carenagem “asa de morcego” desenhada por Willie G. Davidson e surgida pela primeira vez em 1969, aqui com um para-brisa fumê que desvia o vento por sobre o capacete. Mas esconde um monte de tecnologia.

A carenagem, preta por dentro, abriga os retrovisores e painel completo, de instrumentos redondos, de ponteiro. Inclui velocímetro, conta-giros, marcador de combustível, voltímetro, pressão do óleo e temperatura. O som, parecido com o de um carro, no centro, catalisa a atenção. Há também conector elétrico tipo acendedor de cigarros (que ninguém usa mais), para carregar aparelhos eletrônicos em viagem.

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Os comandos nos punhos causam estranheza ao primeiro contato, principalmente os piscas em dois botões, um em cada lado. Pelo menos o sistema eletrônico se encarrega de desligá-los após a curva, uma boa. O piloto automatic é uma delícia na estrada vazia.

O acabamento de pintura da marca é seu ponto mais alto. A empresa assegura que seus tanques são polidos à mão. Metais, cromados e plásticos também mostram alta qualidade.

Na traseira, aletas preenchem o espaço entre os alforjes e o para-lama bem largo, escondendo o par de amortecedores. Não há nenhuma lantern central. As luzes de posição e de freio ficam ocultas nos dois piscas redondos, vermelhos, acoplados a um porta-placa cromado, com iluminação por leds.

A Street Glide recebeu no fim do ano passado (para o modelo 2012) o motor Twin Cam 103 (1690 cc), montado sobre quatro coxins de borracha para amortecer vibrações. O V2 a 45 graus tem 13,9 mkgf de torque.

A injeção de combustível é sequencial. Inclui um sistema de gerenciamento de temperatura em marcha lenta (EITMS) que corta o combustível e a ignição do cilindro traseiro em marcha lenta, no trânsito pesado, por exemplo. Isso reduz o calor do motor nos deslocamentos urbanos e a variação de temperature pode ser sentida mesmo nas pernas de piloto e garupa.

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O sistema de alarme, por aproximação, dispensa o uso de chave, reservada para travas e malas laterais. O ABS é de série, e os sensores ficam escondidos no cubo da roda, um capricho visual.

A tocada é firme, estradeira – o banco de couro legítimo é um capricho. Não sou fã de andar com os pés avançados, pois o peso do tronco repousa sobre os glúteos, sem chance de ser aliviado pelas pernas em valetas e lombadas. Mas as plataformas são confortáveis para o apoio aos pés, e bem charmosas. Há plataforminhas retráteis para o garupa também.

O quadro é bem rígido, aguentando os 368 kg em ordem de marcha (com malas cheias, piloto e garupa, o conjunto pode chegar a mais de meia tonelada…) sem demonstrar torções e sacudidelas nas curvas. O conjunto de suspensões é previsto para tanto peso: os amortecedores traseiros são reguláveis com a injeção de ar comprimido, exatamente como se calibra um pneu.

Os pneus são de perfil baixo, com aro 16 na traseira e 18 na frente. Têm a marca do escudo e da barra em baixorelevo na borracha, um charme. Os freios são dois discos na frente e um atrás, todos mordidos com muito apetite por pinças Brembo de quarto pistões. O sistema ABS é dos suaves, entrando em ação apenas quando preciso, sem causar sustos ao motociclista.

A Street Glide é um degrau intermediário entre a Road King e a Ultra. Mais equipada que a primeira, menos complete que a segunda, tem a rara virtude do equilíbrio. Confortável em viagens com garupa, transmite muita imponência e firmeza na estrada.

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TOCADA

Relaxe. Coluna ereta, pés à frente, banco macio e confortável, som ligado em alto volume: open road. É, a ideia é boa.

★★★★ DIA A DIA

É grande demais. Além de os alforjes rígidos não serem removíveis, a “asa de morcego” frontal também é larga.

★★ ESTILO

Vestida a caráter, tem muita personalidade e tradição. Tem um pouco cara de moto antiga, mas seu público, fiel, parece gostar disso.

★★★★ MOTOR E TRANSMISSÃO

O torque é brutal e permite viajar a 160 km/h sem estresse – e com poucas mudanças de marcha. Precisa mais? A correia de transmissão é limpa e silenciosa.

★★★★

SEGURANÇA

É chamativa, e é bom ser visto ao dividir a estrada com carros e caminhões; excelentes freios, com ABS de série; pneus bons; sistema de alarme moderno. Resumo: estrelas máximas.

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★★★★★ MERCADO

Prestigiosa, tem valor técnico e de marca, emocional. Seus aficionados parecem até aguardar que uma seja posta à venda.

★★★★

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