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Dirigimos a nova geração do Toyota Corolla que chega em 2019

Ele chegará ao Brasil em 2019 com opção híbrida. Aceleramos as duas motorizações e contamos como elas andam

Por Marcello Oliveira, de Sydney (Austrália)
Atualizado em 19 out 2018, 20h06 - Publicado em 5 out 2018, 16h35
Na Austrália, versão de entrada tem faróis mais simples e sem luzes auxiliares (Vicente Schmitt/Quatro Rodas)

Mexer em algo que está dando certo requer mais cuidado do que inovação, só que a Toyota está convencida de que o novo Corolla não irá só agradar seu público como também conquistar novos compradores.

Na 12ª geração, que chegou ao exterior em julho e desembarcará no Brasil em 2019, você não encontrará nada que remeta ao modelo atual.

Desta vez ele será global e por isso os lançamentos ocorreram quase simultaneamente em três diferentes partes do mundo: foi lançado no Japão e nos EUA em julho.

Duas semanas depois, chegou à Austrália sem mudanças no desenho – e foi em Sydney, maior cidade do país, que tivemos nosso contato com a novidade. Na Europa será apresentado em outubro como destaque do Salão de Paris.

Até a segunda coluna, o hatch será exatamente igual ao modelo sedã (Vicente Schmitt/Quatro Rodas)

Embora o hatch esteja descartado para o Brasil, ele antecipa o sedã que estreia aqui em junho ou julho do ano que vem, segundo fontes da Toyota.

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Ambos têm plataforma modular TNGA, como Prius e C-HR, que permite usar motorizações híbridas. Enquanto as versões de entrada terão motor 2.0 flex atualizado, as opções caras do Corolla nacional terão conjunto 1.8 flex híbrido.

Na Austrália, andamos na configuração híbrida e só a combustão (movida a gasolina), com 170 cv e 20,3 mkgf, que substituiu o antigo propulsor 1.8. De acordo com a marca, o uso de materiais mais leves deixou o motor 1.8 mais econômico, ainda que seja até 20% mais potente.

O câmbio ganhou uma engrenagem de arranque (Vicente Schmitt/Quatro Rodas)

O câmbio também é novo e ganhou uma engrenagem de arranque: o sistema só atua no momento da partida, entregando o resto do trabalho ao sistema CVT quando o carro já está em movimento.

Gostoso como um Golf

Na prática, significa que o Corolla está mais dinâmico no trânsito urbano e se tornou um carro realmente prazeroso de dirigir. A sensação ao volante comparável à do VW Golf 1.4 TSI foi a maior surpresa durante nosso tempo com o modelo. Ele não nega fogo em ultrapassagens e o motor aspirado mostra todo vigor sem os “socos” que sentimos em alguns carros turbo.

A sensação ao volante é comparável à do VW Golf 1.4 TSI (Vicente Schmitt/Quatro Rodas)

A suavidade para encarar curvas mais fechadas, mesmo em altas velocidades, impressiona. A suspensão por eixo de torção na traseira foi substituída pelo moderno conjunto multilink – mas no Brasil é pouco provável que haja essa modificação. Isso aumentou a rigidez e melhorou a estabilidade na estrada, porém reduziu um pouco o conforto para os passageiros.

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Está claro que, desta vez, a Toyota se importou mais com a esportividade, o que não chega a ser um problema quando se trata da suspensão. Só que o Corolla também teve a distância entre os eixos reduzida nessa geração (ao menos na opção hatch), que passou de 2,70 metros para 2,64. Já a largura mudou pouco: aumentou de 1,77 metro para 1,79. 

Direção é à australiana (Vicente Schmitt/Quatro Rodas)

Quem brincava com o apelido pejorativo “Vovorolla” – referência da internet ao suposto perfil de clientes mais velhos do modelo – terá que usar outro termo para essa geração. No nosso caso, a primeira palavra que vem à mente é ousadia, já que é quase impossível ficar indiferente ao Corolla, seja por dentro, seja por fora. 

A dianteira ganhou novos faróis, com luzes diurnas de led, que se afunilam em direção ao novo logotipo da marca, agora totalmente liso e com acabamento acrílico transparente.

Tampa traseira é feita de plástico para facilitar e baratear possíveis reparos (Vicente Schmitt/Quatro Rodas)

E há uma curiosidade na traseira: a tampa do porta-malas é feita de um material plástico igual ao do para-choque. Além de reduzir peso, a mudança também aumenta a resistência e facilita a reparação em batidas.

O fim do reloginho

Por dentro, a tecnologia e o desenho das peças surpreendem. Na configuração mais cara, uma tela TFT de 7 polegadas dá as boas-vindas à cabine, enquanto as demais versões têm instrumentos analógicos e tela digital de 4,2 polegadas. A iluminação azul, com leds espalhados em porta-objetos e soleiras, dá um aspecto high-tech ao interior.

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Tela de instrumentos é analógica (Vicente Schmitt/Quatro Rodas)

Os bancos dianteiros, revestidos de couro e camurça sintética, têm desenho que remete ao formato concha dos carros esportivos. E não se trata apenas de estética: os novos assentos abraçam o corpo e são dos maiores acertos da Toyota na parte interna. Para o motorista, o head-up display também é outro agrado restrito à opção topo de linha do Corolla.

O espaço na segunda fileira ficou menor devido à redução do entre-eixos no hatch (Vicente Schmitt/Quatro Rodas)

A central multimídia, com tela de 8 polegadas sensível ao toque, lembra um tablet flutuando sobre o painel e é de série em toda a gama. Apesar do tamanho razoável e uso intuitivo, ela peca por não oferecer Android Auto e Apple CarPlay no mercado australiano (que deverão surgir na versão brasileira).

Central multimídia é de série e intuitiva, mas falta conectividade para celular (Vicente Schmitt/Quatro Rodas)

Para recarga do celular, há portas USB e carregador sem fio no console central. Mas a cereja do bolo é um detalhe que incomodava o consumidor e que enfim foi aposentado: em vez do antiquado reloginho digital, o horário agora é apresentado na própria central multimídia.

O acabamento merece elogios pelos arremates. A opção mais barata tem aspecto franciscano, mas isso muda à medida que avançamos nas versões. As portas têm textura macia e o painel central é revestido de couro preto e costura aparente branca – desta vez, não é apenas uma imitação. 

Acabamento da opção mais barata é simples, mas impressiona pelos encaixes das peças. (Vicente Schmitt/Quatro Rodas)

Avaliado pelo ANCAP, equivalente local do Latin NCAP, o modelo recebeu nota máxima de segurança. Na Austrália, itens inéditos como assistente de permanência em faixa, leitor de placas e detector de pedestres e ciclistas contribuíram para o bom resultado na avaliação.

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O novo Corolla tem controle de velocidade adaptativo, sete airbags, frenagem autônoma, auxílio de partida em rampa, freio de estacionamento elétrico e Isofix em todas as versões. 

Nesta geração, o Corolla adotou o mesmo nome para todos os mercados (Vicente Schmitt/Quatro Rodas)

A Toyota da Austrália já disse que toda a gama será composta por veículos híbridos em um prazo de cinco a dez anos. Para o Corolla, a marca optou por usar o mesmo conjunto mecânico do Prius – e, para o nosso mercado, já teremos o conjunto que será atualizado ainda neste ano para queimar gasolina e etanol.

Híbrido calminho

Seu 1.8 VVT-I com 98 cv e 14,5 mkgf pode parecer modesto ao volante. Com a potência combinada de 122 cv, há uma equação equilibrada entre eficiência e força, mas a condução é monótona para quem prefere uma tocada esportiva.

No Brasil, haverá motor 2.0 16V mais eficiente e 1.8 h´brido, ambos flex (Vicente Schmitt/Quatro Rodas)

O sistema não é plug-in, para recarga em tomadas. A energia só é gerada por regeneração nas frenagens e pelo motor a combustão. Apesar de estar se popularizando, o conjunto híbrido é mais caro que o sistema convencional.

Porta-malas tem 217 litros (Vicente Schmitt/Quatro Rodas)

A evolução visual, tecnológica e de segurança impressiona, mas isso tem um custo: o carro lá ficou 20% mais caro. A Toyota diz que o aumento não afetará as vendas. E tudo indica que ela tem razão. Segundo concessionários da Austrália, o estoque das versões mais buscadas acabou duas semanas após o lançamento.

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Veredicto

Tamanha ousadia no visual nos faz pensar que não estamos num Corolla. Mas, ao volante, o conjunto bem afinado revela a verdade, agora com uma moderna opção híbrida.

Ficha técnica

  • Preço: 27.984 dólares australianos
  • Motor: gas., diant., transv., 4 cil., 1.987 cm3, 16V, DOHC, 80,5 x 97,6 mm, 13,0:1, 170 cv a 6.600 rpm, 20,4 mkgf a 4.800 rpm
  • Câmbio: CVT, tração dianteira
  • Suspensão: McPherson (diant.)/multilink (tras.)
  • Freios: disco ventilado (diant.) e sólido (tras.)
  • Direção: elétrica
  • Rodas e pneus: liga leve, 205/55 R16
  • Dimensões:comprimento, 437,5 cm; largura, 179,0 cm; altura, 143,5 cm; entre-eixos, 264 cm; altura livre do solo, 12,9 cm; peso, 1.340 kg; tanque, 50 l; porta-malas, 217 l
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