BMW Série 2 Grand Coupé ganha motor de Mini para sair da sombra do 320i
"Sedã-cupê" chega em duas versões no início do segundo semestre com mais de 300 cv; já dirigimos a versão mais potente

O BMW Série 2 Grand Coupé, até então vendido no Brasil apenas na versão 218i, teve apenas duas unidades emplacadas em 2025. Esse resultado está diretamente ligado ao sucesso do “irmão” maior, o Série 3.
Enquanto o 218i é equipado com motor 1.5 turbo de 140 cv e custa R$ 320.950, o 320i tem um 2.0 turbo mais potente, com 184 cv, e não custa muito mais caro: R$ 345.950. Porém a nova geração do Série 2 tem tudo para sair da sombra do irmão maior. Ele passa a ser equipado com um novo conjunto mecânico, “emprestado” dos Mini JCW, que passa dos 300 cv.
A BMW confirmou o lançamento da nova geração no Brasil em duas versões: a 220, que traz o mesmo motor configurado para render até 204 cv, e a M235 XDrive, mais potente e com mais elementos visuais esportivos. Ambas chegam importadas da Alemanha no início do segundo semestre, e QUATRO RODAS teve a oportunidade de dirigir a versão mais potente durante um evento promovido no México.
O mais marcante no novo BMW Série 2 Grand Coupé é a atualização visual. No geral, a grade ficou ligeiramente menor e com o tradicional formato de duplo rim da BMW, com contorno iluminado em led como opcional. Há ainda uma nova disposição de barras verticais e diagonais em seu interior.
Os faróis de led estão um pouco mais arredondados e ganharam novas assinaturas luminosas. Como opcional, o “sedã-cupê” também traz faróis adaptativos com luz de curva e detalhes em azul. De perfil, ele teve poucas alterações nas dimensões, e aumentou o comprimento em 20 milímetros, para 4,55 metros, enquanto a distância entre-eixos mede 2,67 metros. A largura é de 1,80 metro e sua altura aumentou 25 milímetros, para 1,44 metro.
O bom entre-eixos oferece um espaço satisfatório para pernas no banco traseiro, porém pessoas com mais de 1,70 metro estarão suscetíveis a bater a cabeça no teto, afinal, por ser cupê, o espaço para cabeça fica limitado na segunda fileira – ainda tem o espaço prejudicado pela moldura que abriga o teto solar panorâmico.
De perfil o porte impressiona e o design agrada definido pelo capô longo, balanços curtos e uma linha de teto suave e fluida. Um detalhe elegante é o número 2 gravado na moldura da janela traseira, que destaca ainda mais a carroceria cupê.
Na traseira, a principal mudança também é no conjunto óptico, que mudou um pouco seu formato e ficou maior, e ainda tem o desenho com uma fenda para combinar com o design da tampa do porta-malas.
A placa subiu do para-choque para o meio da tampa traseira, deixando o Grand Coupé com traseira mais alinhada com os outros sedãs mais recentes da BMW.
No interior, a dupla tela com a mesma moldura é encontrada e já é uma identidade visual da linha BMW. A central tem comandos sensíveis ao toque responsivos e operação intuitiva, e traz conexão sem fio com Apple CarPlay e Android Auto.
Ainda há o carregamento por indução no console central. Ambos os sistemas permitem transmitir tanto Waze quanto Google Maps no quadro de instrumentos, que torna a condução mais segura e o motorista ainda conta com o Head Up Display.
O console central não é tão elevado e abriga botões físicos com funções redundantes ao da multimídia como troca de música e volume, que dão mais segurança na condução, ao contrário de modelos que possuem todas as funcionalidades concentradas na multimídia.
O acabamento é caprichado, com peças bem encaixadas e texturas macias, além da combinação de alumínio e tecido no painel de portas. Há várias opções de cores dos revestimentos, mas a combinação de preto e vermelho da versão topo de linha reforça a esportividade.
Os bancos esportivos têm abas laterais pronunciadas que oferecem conforto no contorno de curvas e espuma de alta densidade. Eles são elétricos e aquecíveis, e ainda oferecem massagem caso o cliente queira pagar a mais.

Desde a versão 220 já há sistema de som premium Harman Kardon de 12 alto-falantes, sendo dois deles de tamanho avantajado, posicionados perto das maçanetas das portas, um local incomum e que contribui para uma experiência sonora superior.
Entre as tecnologias de assistência ao motorista estão presentes o alerta de colisão frontal com frenagem autônoma, alerta de saída de faixa com correção da trajetória e também um assistente de estacionamento automático.
Como anda o BMW M235 xDrive?
Ao volante, a primeira característica que chama atenção é a excelente ergonomia. Todos os ajustes são elétricos e tornma fácil encontrar a melhor posição para dirigir. A tela voltada para o motorista combinada com os botões físicos no console também beneficiam esse atributo.
O comportamento dinâmico é elogiável, em especial por ser baixo e ter um centro de gravidade reduzido, permitindo uma condução mais divertida. O acerto da suspensão privilegia a esportividade, portanto é mais firme e o feedback do piso é passado para direção, que é precisa e direta. Em um asfalto liso essa característica só contribui para condução esportiva, mas em um piso com imperfeições fica incômodo, pois elas são passadas sem cerimônias para os ocupantes.
O seletor de modos de condução fica localizado no console central e, ao acionar o modo Sport, o ronco motor 2.0 turbo invade a cabine e torna o pedal do acelerador mais sensível, e as respostas mais rápidas. As trocas do câmbio de dupla embreagem de sete velocidades ficam mais rápidas e o casamento com o propulsor é harmônico em qualquer modo selecionado.
A suspensão fica ainda mais firme e a direção ligeiramente mais pesada, e é no modo Sport que é possível constatar que a decisão de equipar o sedã cupê com o mesmo motor do Mini Countryman, o 2.0 turbo de 317 cv foi acertada.
A sensação é que sobra potência e a carroceria que favorece a aerodinâmica torna a direção visceral e emocional, em especial no modo mais esportivo.
A BMW prometeu colocar ambas as versões em pré-venda em breve, com a chegada das primeiras unidades já no início do segundo semestre. A pergunta que fica é se o preço será atrativo e se a marca manterá o valor abaixo do Série 3 mesmo o Grand Coupé sendo agora mais potente. Seria a chance do Série 2 finalmente sair da sombra do irmão maior.