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Andamos no Mercedes-AMG A 45, um 2.0 de 381 cv – sim, tudo isso

O título está certo: esse é o 2-litros mais potente do mundo. E também um dos carros mais legais do mercado. Veja aqui o por quê

Por Rodrigo Ribeiro
Atualizado em 26 jul 2017, 10h54 - Publicado em 17 jul 2017, 15h20
Faróis totalmente em LEDs e para-choques redesenhados identificam o novo A 45 (Divulgação/Mercedes-Benz)

À Caroll Shelby atribui-se a frase “nada substitui a cilindrada”. Se ele realmente disse essas palavras, a intenção era alegar que os motores big blocks eram uma obrigação aos esportivos.

Sem querer questionar o lendário construtor, o fato é que o Mercedes-AMG A 45 tem um pequeno motor de dois litros e nada menos que 381 cavalos. Ou quase 200 cv/l. E isso é uma marca próxima ao dos grandes motores defendidos pelo americano.

Hoje, motores com injeção direta e turbo atingem potências específicas cada vez mais elevadas. E o hot hatch alemão é a prova mais contundente disso. Nada é de graça, claro, ele está à venda no Brasil por R$ 309.900.

O aerofólio traseiro faz parte de um kit aerodinâmico que não é oferecido no Brasil (Divulgação/Mercedes-Benz)

Você pode olhar para esse preço de duas formas. Uma é observando que o valor equivale a dois Classe A 200 ou um Classe C com um belo troco. Outra forma é notar que esse é o menor custo para entrar para o clube AMG.

Mas voltemos ao milagroso 2-litros sob o capô, montado de forma transversal. São 381 cv gerados no bloco de turbo único e injeção direta.

Essa pequena obra-prima é montada à mão por um(a) único(a) engenheiro(a) na fábrica da AMG em Affalterbach, na Alemanha.

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Com essa potência, o Mercedes tem 19 cv a menos do que novo Audi RS 3. No entanto, o rival das argolas utiliza um propulsor 2,5-litros para chegar aos 400 cavalos.

O motor 2.0 foi recalibrado para chegar a 381 cv na versão reestilizada. Antes o A 45 desenvolvia 360 cavalos (Divulgação/Mercedes-Benz)

Não faltam justificativas para manter a cilindrada na faixa mais usada por sedãs médios e SUVs. Além de ser mais leve, um quatro-cilindros 2.0 ajuda o A 45 a ter médias de 8,4 km/l e 11,2 km/l no consumo urbano e rodoviário.

Esse são números obtidos pela fábrica, conforme especificações do programa de etiquetagem do Inmetro/Conpet. Ajudam neste índice o start-stop e a função coasting do câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas.

Interior recebeu forração de couro com costura vermelha. O volante usa Alcantara no apoio para as mãos (Divulgação/Mercedes-Benz)

Mas desligar sozinho e desengatar as marchas para aproveitar a inércia do carro são os truques mais monótonos do novo A 45.

Seu truque mais incrível é feito em 4,2 segundos – 0,4 s mais rápido que seu antecessor. Esse é o tempo que ele precisa para ir de 0 a 100 km/h.

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Seletor dos modos de condução junto à alavanca de câmbio é novidade na versão reestilizada (Divulgação/Mercedes-Benz)

Anti-AMG

O A 45 nasceu antes da controversa ideia da Mercedes de transformar modelos convencionais em AMG na base da caneta.

Mesmo assim, o conceito de um hatch preparado pela divisão com motor quatro-cilindros transversal e tração integral de série provocou bons arrepios nos alemães mais conservadores.

O sistema de tração integral garante um equilíbrio surpreendente para um carro tão curto (Divulgação/Mercedes-Benz)

Nada que um acerto de chassi impecável aliado ao 2.0 de produção mais potente do mundo não pudesse resolver, claro. E foi em cima desse conjunto que a marca arrancou mais 21 cv (e 2,5 mkgf) para  o A 45 reestilizado.

O upgrade mecânico veio acompanhado de novas rodas, para-choques redesenhados, lanternas com elementos internos reposicionados e faróis totalmente em led.

A tração 4matic capaz de desacoplar o diferencial traseiro e o câmbio DCT foram mantidos, mas agora ganharam quatro configurações de desempenho, selecionáveis ao toque de um botão no console central: Comfort, Sport, Sport+ e Individual. Há ainda um quinto modo, Race, que inclui os amortecedores ajustáveis, mas que não é oferecido no Brasil.

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O ótimo acabamento da cabine recebeu forração com costura contrastante em vermelho, apliques que simulam fibra de carbono sobre o console central e couro Alcantara onde o motorista apoia as mãos no volante. A tela de LCD sem sensibilidade ao toque fixa no painel também continua na versão mais cara.

Os escapamentos possuem um sistema para alterar o ronco do motor (Divulgação/Mercedes-Benz)

 

Traseira domável

É importante reforçar que, longe de um ambiente controlado, a diferença de performance entre o novo A 45 e sua primeira versão é quase imperceptível – o que é ótimo. Mesmo com o entre-eixos de 2,70 m, o hatch lida bem com abusos: tire o pé do acelerador bruscamente no meio de uma curva e o carro não dá nenhum indício de que irá sair do prumo.

Mesmo nos modos mais permissivos, raramente o ESC entra em ação para intervir. Com suspensão firme e direção direta, encontrar os limites de aderência dos pneus 235/35 R19 é uma tarefa impossível de se fazer em vias públicas.

A eletrônica faz um ótimo trabalho em permitir que o A 45 seja um carro dócil nas ruas sem decepcionar na pista. O problema é que isso se reflete em um tempo de resposta um pouco demorado no modo Comfort, lembrando o comportamento dos antigos carros turbo.

Uma solução é usar o modo Sport, que usa um mapa mais sensível do acelerador eletrônico, aliado às borboletas no volante, para antecipar as trocas de marcha quando necessário.

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Motor 2.0 é o único quatro-cilindros produzido pela AMG (Divulgação/Mercedes-Benz)

O problema disso é que a tentação de levar o conta-giros sempre próximo da faixa vermelha cresce a cada aceleração. Além do vigor digno de um AMG, o A 45 vem acompanhado de uma trilha sonora impecável para um quatro-cilindros.

O ruído do escape com ponteiras quádruplas varia de tons graves para agudos ao toque de um botão no painel, além de incluir um divertido estampido seco a cada redução de marcha.

Mas a vida (e a suspensão do A 45) é dura. Mesmo em deslocamentos curtos o treme-treme enfrentado pelos ocupantes ao passar por cada imperfeição do asfalto lunar brasileiro incomoda bastante, e a baixa altura livre do solo exige que o motorista conheça antecipadamente o caminho (e as valetas) que irá enfrentar.

Veredicto

O A 45 é uma das poucas opções do mercado para quem busca um hatch extremo. Além dele há apenas o Audi RS 3 (cuja versão reestilizada deve chegar ao Brasil nos próximos meses) e o BMW M140i, que não chega a ser uma versão puramente esportiva – como é o cupê M2.

Neste contexto, ele entrega toda a dinâmica que se espera de um AMG legítimo com uma carroceria mais prática para o dia a dia. Faltaram apenas uma suspensão um pouco mais macia no modo Comfort e um sistema multimídia mais moderno.

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Confira a live que fizemos com o Mercedes A 45:

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